terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Rainbow - Rising











O Rainbow foi a melhor coisa que pôde acontecer na vida do guitarrista Ritchie Blackmore, indiscutivelmente um dos maiores do mundo.
Finalmente ele formou uma banda onde podia despedir e contratar quem ele quisesse, uma de suas especialidades além de tocar (muito bem) guitarra.
Insatisfeito com a tendência funk adotada pelo pessoal do Deep Purple em Stormbringer (1974), no ano seguinte lançou seu primeiro álbum solo ainda no Deep Purple, Ritchie Blackmore's Rainbow - primeiro passo para deixar o Deep Purple.
Assim que deixou a banda em 1975, assumiu de vez o Rainbow e começou com tudo: mandou quase todo mundo embora e manteve somente o vocalista, um tal de Ronald Padavona, mais conhecido por onze entre dez headbangers como Ronnie James Dio, um baixinho que mais parece um gnomo, porém dono de um gogó de fazer inveja a dezenas de vocalistas de bandecas que se dizem porta-vozes do metal mundial.
Ritchie Blackmore não se fez de rogado e contratou uma turma de peso para fazer aquele que considero um dos mais importantes (talvez o mais) discos de hard 'n' heavy de todos os tempos: Rising (1976).
A turma era nada mais e nada menos que o incrível Cozy Powell (bateria), Jimmy Bain (baixo), Tony Carey (teclados), além de Dio nos vocais.
Rising é o disco de hard mais emocionante e legal que já ouvi em toda minha vida. Dificilmente existirá para mim um trabalho tão conciso e lotado de idéias e sacadas legais como este possui, a começar pela capa, uma gravura primorosa de Ken Kelly.
Meu primo Celinho gostava tanto dessa capa que até mandou pintá-la no tanque de sua Harley Davidson nos idos dos anos 80.
Mas não pára por aí. É claro que naquele momento muitas bandas incríveis despontavam, como o UFO e o Rush, portanto a concorrência era fortíssima. Blackmore então saiu na frente e contratou a orquestra filarmônica de Munique para tocar em Stargazer, um verdadeiro épico do hard setentista, com um trabalho lindíssimo da orquestra e solos simplesmente avassaladores de nosso guitar hero. Sem falar do riff ganchudo da música que me arrepia até a alma!!
Tony Carey rouba a cena com seus Mini-Moogs na introdução suntuosa do disco em Tarot Woman, seguido pela guitarra de Blackmore que "chama" a música. Cozy Powell... hã, escrever o quê desse cara? Ora simplista, ora extremamente técnico, com uma pegada violenta e pesada, precisa. Cozy Powell tinha uma força de cem toneladas em cada mão, seria capaz de destruir cinco carros empilhados nos dias de hoje com uma única baquetada não fosse um trágico acidente automobilístico que tirou sua vida.
Pura bateção de cabeça: Starstruck, A Light In The Black e Do You Close Your Eyes.
Rising lançou as bases para aquilo que é chamado hoje em dia de metal melódico. Uma pena que não entenderam muito bem a mensagem do disco pois Blackmore & cia. nunca deixaram de lado suas raízes rock and roll, taí o diferencial do disco.
O Rainbow e o metal seguiram em frente mas a magia de Rising nunca mais se repetiu e nem deveria porque obras-primas não nascem em árvores.

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