Quem disse que arroz, feijão, bife e um zoião frito também não é bom?
Muitas vezes me vejo noiado com tanto som "isso" e "aquilo" e preciso dar um tempo pra cabeça, mesmo porque música boa não tem que ser necessariamente super técnica, super tocada, super rápida.
Aí é que entra bandas como o Creedence, para dar um tempo pra cabeça e curtir o som puro e simplesmente pelo prazer do rock and roll, sem ficar analisando se os caras estão tocando em 4/4 ou 7/4, ou se o guitarrista mudou a afinação, enfim, só deixar a música entrar pelos ouvidos e ir direto ao coração.
Pendulum (1970) é o melhor do Creedence, em minha opinião. Adoro também o Mardi Gras (1972) e o auto-intitulado de 1968, mas esse Pendulum é de arrebentar.
O Creedence é o tipo de banda que todo mundo gosta porque sua música é relativamente simples, muito agradável e nunca fez mal para ninguém.
Sua mistura de rock com country é muito bem dosada e equilibrada, mas não parou por aí. Em Pendulum o CCR deu um longo passo em pelo menos três músicas, que fariam até um cão sarnento babar pelos cantos da boca.
(Wish I Could) Hideway transborda feeling e emoção com seu órgão Hammond e a voz tocante de John Fogerty. Em Born To Move, uma de minhas músicas mais queridas, o CCR arrebenta em um rock and roll de rachar as paredes da casa. Mais uma vez o Hammond se faz presente, com o apoio de um naipe de metais, solos de guitarra e Hammond que fazem o chão pegar fogo, e uma linha de baixo simplesmente fenomenal.
Rude Awakening é uma viagem lírica, quase psicodélica e experimentalista, fora dos padrões do CCR.
O CCR era composto por John Fogerty (guitarra e vocais), Tom Fogerty (guitarra), Stu Cook (baixo) e Doug Clifford (bateria).
Aqui em Mococa o calor é intenso o ano todo, portanto o consumo de cerveja é elevadíssimo. Em nossos churrascos e festas, lá pelas tantas Born To Move é presença garantida. É o hino de casa.
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