Quando se fala em progressivo atual sou extremamente radical e enfático: gosto de progressivo feito por grupos progressivos e não por bandas de heavy metal com influências progressivas.
Ter influências é uma coisa, nascer dentro do estilo é outra completamente diferente, portanto abomino veementemente os termos "metal progressivo" ou "progmetal" que sugerem a união dos dois estilos.
O termo rock progressivo não define somente uma subdivisão do rock, mas sim uma cultura à parte e até mesmo um conceito de vida. Não quero dizer com isso que os fãs de progressivo são "melhores" ou mais cultos que outros, mas é inegável a união e a movimentação que existe em torno de um estilo criado há mais de 40 anos e que tem como carro chefe o uso de instrumentos analógicos e um grande conceito artístico e musical cuja finalidade é escrever música visto como forma de arte.
E como toda forma de arte, também existe muita porcaria dentro do progressivo: músicos e bandas que deturparam o conceito original e queimaram um pouco o estilo.
É dentro dessa ótica que o Deus Ex Machina comparece pela segunda vez aqui no Câmara com Cinque, último trabalho lançado em 2002 por essa formidável banda italiana.
A genialidade desses caras ultrapassa até mesmo o sentido linguístico pois todas suas músicas são cantadas em latim. Sem palavras para definir a importância de tal atitude.
E mais: o Deus Ex Machina continua fiel em sua proposta e apresenta em Cinque temas e mais temas de tirar o fôlego.
Ouça pérolas como Uomo Del Futuro Passato, Convolutus, De Ortinis Ratione e Olim Sol Rogavit Terram I, com um belíssimo trabalho de guitarra e teclados sobre uma estrutura intrincada e tempos malucos.
Formação: Claudio Trotta (bateria), Alessandro Porreca (baixo), Maurino Collina (guitarra), Alessandro Bonetti (violino), Fabrizio Puglisi (teclados) e Alberto Piras (vocais).
Senha/password: camaradeeco.blogspot.com