Levando-se em consideração que Pictures At An Exhibition (1971) do ELP é um álbum ao vivo com material inédito e que Ummagumma (1969) do Pink Floyd é “meio ao vivo”, pois não passou de uma boa farsa da banda, podemos dizer que entre os grupos de rock progressivo considerados “grandes”, o Yes foi o primeiro a lançar seu álbum ao vivo, em 18 de maio de 1973.
Gravado durante a turnê de 1972 do álbum Close To The Edge (1972, um de seus maiores sucessos), apresenta uma coleção de músicas pautadas nos três últimos lançamentos da banda e o mais legal, foi lançado em LP triplo na época, dando a noção exata de como era uma apresentação completa da banda, apesar de ter sido gravado em datas e localidades diferentes e até por conter bateristas diferentes, pois foi nessa turnê que o baterista original, Bill Bruford, deixou o grupo para integrar a nova formação do King Crimson, sendo substituído pelo ex-Plastic Ono Band, Alan White.
Apesar da pompa e alguns exageros característicos da banda, Yessongs é uma verdadeira viagem musical e astral, e retrata muito bem a exuberância, harmonia e complexidade de suas músicas, como também a extrema técnica de seus integrantes.
O guitarrista Steve Howe com suas incursões acústicas e improvisos, e o megalomaníaco tecladista Rick Wakeman, conviviam muito bem no disputado universo musical do Yes. Yessongs retrata muito bem essa fase de equilíbrio e o que se viu depois foram altos e baixos pelos quais o grupo passou nos anos seguintes.
Wakeman entrou no grupo com fama de superstar e ainda não sofria de ataques rococós, tinha um espaço só para ele onde fazia um medley de seu primeiro álbum solo, The Six Wives Of Henry VIII (1973), enquanto o baixista Chris Squire roubava a cena com seu magistral solo em The Fish (Schindleria Præmaturus).
Jon Anderson com sua voz celestial completava perfeitamente os devaneios e loucuras musicais (no bom sentido) do grupo.
Não posso deixar de citar o belíssimo trabalho gráfico do artista plástico Roger Dean que ilustrou vários trabalhos do grupo e em Yessongs cedeu várias pinturas para o encarte, além do excelente trabalho do engenheiro e produtor Eddie Offord, que soube registrar e produzir o Yes em seus primeiros anos de atividade.
Yessongs também foi parar nas telas dos cinemas ainda em 1973 e o Yes fez história com projetos tão ousados, envolvendo música, imagens e vídeo. Pura arte.
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