segunda-feira, 28 de julho de 2008

Kraftwerk - Radio-Activity (re-post 11/08)

















Curtir Radio-Activity (1975) é a mesmíissima coisa que curtir Dark Side of the Moon, do Pink Floyd: não basta escutar uma música apenas, tem que ouvir o disco em sua totalidade e assimilar seu desenvolvimento e evolução.
Muitos podem me malhar nesse instante por postar um disco de uma banda eletrônica, mas sejamos honestos, francos e racionais: o Kraftwerk é talvez, a única banda verdadeiramente eletrônica.
Eu explico: ouvi vários mitos a respeito desses alemães e um deles diz que seus integrantes eram engenheiros eletrônicos e construíam seus próprios instrumentos.
Se é verdade ou não, eu não sei... o fato é que isso não diminui sua importância para a música em geral.
Sou bem radical nesse quesito: falar que o Kraftwerk é o pai ou avô da música eletrônica, para mim, é balela.
Kraftwerk é único e o que vem depois deles é merda pura. Não vamos culpar esses caras por toda porcaria que surgiu nos anos 80 e nem por toda a merda e escarro tecnológico dos anos 90 e 2000.
Infelizmente, creio eu, o mesmo sujeito chamado Robert Moog, que criou uma maravilhosa parafernália tecnológica chamada Minimoog, no final dos anos 60 - que foi a base do som do Kraftwerk nos anos 70 - também lançou as bases para a música eletrônica dos 80 e também serviu de base para a criação da música eletrônica, ainda nos 80's e, posteriormente, nos 90's e 2000's, com o advento de programas como Protools e afins.
Portanto, liberto o Kraftwerk de qualqer culpa, mesmo não sendo Deus para isso.
Radio-Activity surgiu à base de muito Minimoog, Mellotron, bateria eletrônica jurássica e algo mais que o valha.
Totalmente frio, calculista e sem exprimir qualquer sentimento de emoção ou prazer, ainda assim, Radio-Activity nos transporta a uma Alemanha da metade dos anos 70, onde quatro cidadãos divulgavam sua novíssima idéia musical, à base de sintetizadores britânicos, para um público diverso.
A idéia foi assimilada de maneira rápida e a banda despontou cada vez mais, alavancando um público maior e de diferentes nações, afinal de contas, sua proposta musical era completamente inovadora.
Talvez, ainda na primeira metade dos anos 70, um dos poucos músicos a se arriscar em campos "desconhecidos" tenha sido o pianista erudito John Cage, precursor do piano percussivo, à base de intervenções de timbres e técnicas que incluíam a inserção de objetos nas cordas do piano, como copo de vidro por exemplo, para alterar a sonoridade do instrumento.
Se vamos falar de Kraftwerk, então, assunto encerrado.
Geiger Counter abre o disco em alusão ao período frio que o mundo, em especial a Europa, vivia naquele ano de 1975. Vale lembrar, mais uma vez, em duas obras do Pink Floyd, que representam bem essa idéia: Wish You Were Here (1975) e Animals (1977).
Guerra fria em sua potência máxima e o planeta aguardando apenas uma explosão nuclear. O mundo estava amedrontado e criou-se uma expectativa muito grande. Ainda bem que não aconteceu...
Radioactivity (a música) nos proporciona uma grande expectativa à base de teclado Mellotron, pautado em efeitos osciladores de frequência. Viagem pura...
A grande surpresa está em Radioland: o Kraftwerk vem à tona em sua potência máxima, ou seja, todos os instrumentos eletrônicos sobre uma base forte e constante de bateria eletrônica, em uma música que, por incrível que pareça, inspira alegria.
Mais uma vez, o velho Mellotron fazendo as bases...
Não vou resenhar o disco inteiro, isso enche o saco; portanto,baixe agora e tire suas próprias conclusões.
Procure também por Autobahn (1974) e Trans-Europe Express (1977): se gostar de Karftwerk bem, se não gostar, amém.
NINGUÉM se aproxima de Karftwerk. Kraftwerk é ÚNICO.

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