segunda-feira, 25 de maio de 2009

Magna Carta, a mãe do progressivo na América e seus tributos.


Vimos na década de 90 uma espécie de renascimento do rock progressivo e também do rock em geral. Depois de uma década horrorosa que foi os anos 80, houve então o ressurgimento de muitas vertentes musicais até então em hibernação.
De fato, muitos músicos e bandas não deixaram de existir naquele período dos 80’s mas o mercado estava em baixa e faltava espaço e interesse da media por eles.
Era mais lucrativo e rentável divulgar o novo trabalho do B52’s do que mostrar o que Greg Lake & cia. andavam fazendo, por exemplo.
Foi no começo dos anos 90 que o rock progressivo tomou novo fôlego, com uma explosão de novas bandas e a reunião daquelas que andavam sumidas, claro que sem o mesmo mainstream dos 70’s, mas com muita propriedade e muitas vezes, honestidade.
Foi nesse contexto que surgiu o selo independente Magna Carta em 1989, criado por Peter Morticelli e Mike Varney.
Ainda na primeira metade dos anos 90 o cast da gravadora era de fazer inveja a qualquer major. Gente como Simon Phillips, James La Brie, Terry Bozzio, Robert Berry e Tony Levin estavam lado a lado com bandas emergentes como Magellan, Shadow Gallery, Enchant, Tempest e Royal Hunt.
Atualmente parece-me que o selo já não conta com o mesmo peso do passado recente, mas mantém disponível para venda todos os trabalhos por ela lançados.
Além de lançar os álbuns periódicos de seu cast também foi responsável por uma idéia no mínimo interessante: uma série de tributos às bandas de rock progressivo.
Muitos detestam os tributos, outros adoram. Particularmente eu adoro. É claro que muitos deles tem seus altos e baixos e sabemos que dificilmente os covers serão tão legais quanto as versões originais, mas vejo nos tributos uma espécie de portal para novas bandas e, no mais, é muito interessante ouvir alguns de nossos ídolos regravando músicas de outras bandas afinal de contas esses tributos também contam com músicos de peso.
Por exemplo, Steve Morse (Deep Purple) faz uma fiel e belíssima versão de Mood For A Day, do Yes. Glenn Hughes, Mick Abrahams, Clive Bunker e Glenn Cornick arrebentam em To Cry You A Song, do Jethro Tull e Annie Haslam emociona em Ripples, do Genesis.
Cada tributo tem uma peculiaridade, um detalhe que chama a atenção do ouvinte. O do Pink Floyd, por exemplo, é o único que apresenta um disco na íntegra, obviamente The Dark Side Of The Moon, tocado de forma bem fiel, com poucas mudanças em relação ao original.
Interessante é que o King Crimson e Gentle Giant não foram homenageados, infelizmente.
Esses trabalhos fazem parte de meu acervo pessoal e como contém muitas informações, fiz questão de scanear todos os encartes, as contra-capas das bandejas e até os discos, coisa que dificilmente faço aqui no blog devido a falta de tempo e também o fato de muitos arquivos eu só possuir em mptréco mesmo.
Espero que você curta esses tributos e, quem sabe, descubra através deles uma ou outra banda bem interessante. Foi assim que em 1995 me tornei fã incondicional do Cairo, depois de ouví-los no tributo ao Yes.

Senha/password: camaradeeco.blogspot.com