Os princípios do Câmara de Eco.

A finalidade do Câmara de Eco é funcionar como modesta referência para aqueles que procuram novos e velhos sons, publicando informações e indicando bons trabalhos merecedores de audição mais atenta.
Da mesma forma que um amigo empresta um CD a outro, faço questão de apresentar a você, internauta amigo e amiga, boas amostras de rock, jazz, progressivo, blues e folk, e com isso, espero, possamos divulgar a música vista como forma de arte e não como um produto qualquer dentro de uma caixinha acrílica.
Abraços e boa diversão!
Lucon

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Richard Wright - Wet Dream
























Apesar da grande participação no Pink Floyd, pricipalmente nos últimos seis anos anteriores ao lançamento de Wet Dream (1978), o primeiro trabalho solo de Rick Wright, tenho a impressão que ele tinha grande necessidade de fazer seu próprio trabalho, tendo em vista que Roger Waters cantava quase todas as músicas do Floyd naquele período, deixando poucas para David Gilmour e nada para ele.
Foi em The Dark Side Of The Moon (1973) as últimas gravações vocais de Rick Wright (em Shine On You Crazy Diamond, do Wish You Were Here de 1975, ele só fez os backings) e isso causa até uma sensação de ausência para mim, apesar de seu posto como tecladista ter compensado de certa forma a ausência de sua voz.
Sempre gostei demais das bandas com dois vocalistas, como Coverdale & Hughes no Deep Purple e Wright & Gilmour no Floyd, ainda mais que sou grande fã da voz grave de Wright, uma das mais belas do rock.
Seu senso melódico e postura tranquila é uma paz para o espírito. Protagonizou momentos inesquecíveis no Floyd em Astronomy Dominé, Remember A Day, Summer '68, Echoes (ao lado de Gilmour), várias canções maravilhosas de Obscured By Clouds (1972), meu álbum preferido ao lado de Animals (1977), e Wearing The Inside Out, do Division Bell (1994).
Wet Dream foi o refugo de Wright, onde ele colocou pra fora todas as idéias que não cabiam no Floyd. Ou melhor, que Roger Waters o impedia de fazê-lo.
Ao lado de Wright havia um excelente time que colaborou para o feitio de um álbum importantíssimo dentre aqueles lançados pelos integrantes do Floyd, ainda que tenha ficado longe de ser um sucesso comercial: Snowy White (guitarrista de apoio do Floyd), Mel Collins (saxofone, ex-King Crimson), Larry Steele (baixo) e Reg Isadore (bateria).
Digo importantíssimo justamente pelo fato de Wright ter sido colocado de escanteio por Waters, situação que agravou-se durante as gravações de The Wall (1979), quando foi demitido pela primeira vez e voltou em seguida. A justificativa de Waters na época foi a de que Rick Wright estava atolado na cocaína.
Em Wet Dream não há grandes surpresas, segue a mesma estrutura melódica de seu trabalho no Pink Floyd mas isso não deprecia o álbum, pelo contrário, agrada àqueles fãs da banda que tem saudades da época que o Pink Floyd trabalhava como quatro peças, e não um grupo liderado por uma única mente pensante.
Faleceu no ano passado, vítima de câncer, deixando a saudade de sua voz grave e dos bons tempos do seu órgão Farfisa.

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