Os princípios do Câmara de Eco.

A finalidade do Câmara de Eco é funcionar como modesta referência para aqueles que procuram novos e velhos sons, publicando informações e indicando bons trabalhos merecedores de audição mais atenta.
Da mesma forma que um amigo empresta um CD a outro, faço questão de apresentar a você, internauta amigo e amiga, boas amostras de rock, jazz, progressivo, blues e folk, e com isso, espero, possamos divulgar a música vista como forma de arte e não como um produto qualquer dentro de uma caixinha acrílica.
Abraços e boa diversão!
Lucon
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domingo, 25 de janeiro de 2009

Genesis - A Trick Of The Tail







Já havia escrito no post de Voyage Of The Acolyte (1975), de Steve Hackett, minha opinião sobre o Genesis e reforço agora: o Genesis seria (e é) uma excelente banda pop se tivesse surgido em 1978.
O detalhe é que antes de render-se ao fomato para FM's, o Genesis tem uma história de glórias e genealidade. Foi um dos principais expoentes do rock progressivo, lançando álbuns incríveis e elevando sua música a condição de "forma de arte", sem dúvida alguma.
É claro que muito se deve a mente genial do músico e vocalista performático Peter Gabriel, que encarnava personagens e situações das letras de sua banda.
Mas o Genesis não era apenas ele, havia também o mestre Steve Hackett (guitarra), Mike Rutherford (baixo e guitarra), Tony Banks (teclados e violão) e Phil Collins (bateria e vocais), que proporcionavam todo o background para os delírios artísticos de Gabriel.
Após sua saída da banda, em 1974, o Genesis deu um tempo até encontrar um substituto para Peter Gabriel (tarefa quase impossível) até que decidiram jogar a bomba nas mãos de seu baterista, Phil Collins.
Phil Collins não tinha o dom performático que seu antecessor, mas também tinha uma grande presença de palco e domínio sobre o público, conquistando assim sua simpatia.
Em minha humilde opinião, o "espírito" original do Genesis ainda estava ali, também presente nos álbuns A Trick Of The Tail (1976) e Wind & Wuthering (1977), ambos excelentes e formidáveis.
O grande problema foi a saída de Steve Hackett logo após a turnê de Wind & Wuthering. Para mim a banda acabou aí.
Tudo bem, o Genesis continuou muito bem, principalmente ao vivo, mas a idéia original de sua música, com toda inovação e genialidade dissipou-se no ar como pequenas gotas d'água. Sinceramente, para mim foi o fim.
A Trick Of The Tail traz os últimos suspiros de genealidade de, agora, Steve Hackett & cia, em canções complexas e tocantes como Mad Man Moon (a única nunca tocada ao vivo), Ripples, Robbery,Assault & Battery, Squonk, Dance On A Volcano e uma de minhas músicas favoritas de todo o rock progressivo, a instrumental Los Endos, com seu riff magnífico e Steve Hackett mostrando mais uma vez o porque é um dos maiores guitarristas do mundo, o inventor da two hands.

Vide comentários.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Steve Hackett - Voyage Of The Acolyte



Propositadamente postei artigos sobre Genesis, Tony Banks e nosso herói, Steve Hackett, em uma singela homenagem à musicália do Genesis, mais que merecida aqui, no Câmara.
Steve Hackett é um guitarrista impecável, o verdadeiro inventor do "two hands" (técnica desenvolvida por ele, ao teclar com a mão direita as notas no braço da guitarra) e dono de um estilo marcante e inconfundível. Basta ouvir uma música e você dirá "esse é Steve Hackett!!".
Sua colaboração com o Genesis foi marcante. Na verdade, sempre digo aos meus amigos que o Genesis não "acabou" com a saída de Peter Gabriel, mas sim, quando Steve Hackett pulou fora do barco, em 1977.
Foi traumático para os fãs do Genesis encarar a saída de Steve, ainda mais para mim, que não consigo dormir desde aquele ano, só de pensar que o Genesis ainda é chamado "Genesis", mesmo sem Steve Hackett.
Brincadeiras à parte, Voyage of the Acolyte é uma espécie de precursor das idéias contidas em A Trick of the Tail (1976) e Wind and Wuthering (1977) porém, é claro, com mais ênfase às partes instrumentais e diálogos de sua guitarra e violão, mas ainda assim é possível reconhecer o trabalho individual prestado pela guitarra de Steve nos trabalhos com o Genesis.
Extremamente experimental, complexo e confuso, Voyage of the Acolyte mostra um Steve Hackett cheio de energia para queimar e atirando para todos os lados.
Mais complicado é tentar definir esse disco, que possui trezentos climas ao mesmo tempo, como se fosse um filhote de leoa sedento pela primeira amamentação.
Sinto que Steve estava com muita bala na agulha durante sua presença no Genesis e precisava dispará-las em um album solo.
1975 contemplou o mundo com o lançamento de Voyage of the Acolyte, em meio a indecisão do Genesis pela procura de um vocalista que pudesse substituir Peter Gabriel a altura. Interessante era o selo fixado na capa do LP: "Steve Hackett and his friends of Genesis". Será que ainda são tão amigos, assim?
Deixo essa pergunta aos mais aficcionados por Genesis pós anos 80...
De fato, isso não importa mesmo. O que realmente importa é ouvir uma figura humana e seus amigos produzirem coisas maravilhosas como Shadow of the Hierophant e Star of Sirius nos dias de hoje, em meio a uma época em que DJ's "tocam" em festas...
Meu Deus, se DJ's podem "tocar" nos dias de hoje, então o que esses caras do Genesis e outros mais faziam nos 70's??
Só para registrar: MIke Rutherford (baixo), Phil Collins (bateria e vocais), John Hackett (flauta, teclados), John Acock (teclados, mellotron), Robin Miller (sopros), Nigel Warren-Green (celo) e Sally Oldfield (vocais celestiais); Kim Poor fez a arte desse album e de muitos outros discos de Steve. Ela é brasileira e casada com ele há muitos anos.
Download Parte 1.
Download Parte 2.