Os princípios do Câmara de Eco.

A finalidade do Câmara de Eco é funcionar como modesta referência para aqueles que procuram novos e velhos sons, publicando informações e indicando bons trabalhos merecedores de audição mais atenta.
Da mesma forma que um amigo empresta um CD a outro, faço questão de apresentar a você, internauta amigo e amiga, boas amostras de rock, jazz, progressivo, blues e folk, e com isso, espero, possamos divulgar a música vista como forma de arte e não como um produto qualquer dentro de uma caixinha acrílica.
Abraços e boa diversão!
Lucon

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Michael Giles - Progress



O baterista e vocalista Michael Giles foi um dos co-fundadores do King Crimson e com a banda gravou o álbum In The Court Of The Crimson King (1969), além de In The Wake Of Poseidon (1970).
Participou do embrião do Crimson ao lado de seu irmão, o baixista Peter Giles, e do guitarrista Robert Fripp, denominado simplesmente Giles, Giles and Fripp, com quem gravou um álbum em 1968 chamado The Cheerful Insanity Of Giles, Giles And Fripp.
Após sua colaboração com o Crimson, juntou-se a outro ex-companheiro de banda, o tecladista, flautista e vocalista Ian McDonald e a seu irmão, Peter, gravando o excelente álbum McDonald & Giles ainda em 1970.
Durante a década de 70 tocou com inúmeros músicos e em 1978 registrou um novo trabalho solo chamado Progress, que só veio à luz em 2002 graças ao selo Voiceprint.
Não vou dizer que o disco é fundamental ou genial, mas é muito honesto e bem feito.
Além disso, podemos ouvir na faixa título a luz do talento de Michael Giles e mesmo anos depois fora do Crimson observarmos e compreendermos a importância de sua participação na construção da música da banda em seus primeiros passos, principalmente em In The Court..., com certeza um dos trabalhos mais importantes do rock progressivo, disco esse que apresenta por si só alguns dos conceitos fundamentais do estilo.
Michael não ganhou fortunas de dinheiro e tão pouco fama mundial, mas é reconhecido entre os fãs por sua excelência e destreza.
E diga-se de passagem, envelheceu muito bem. Assista ao DVD da 21st Century Schizoid Band e comprove.

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Mr. Sirius - Dirge


Quem acessa o Câmara pela primeira vez pode até pensar que sou pretensioso demais ou que sou muito “camarada” nas postagens, por quase sempre valorizar demais os álbuns aqui postados.
É de minha natureza não depreciar aquilo que não gosto, pois, o que pode não ser bom para mim poderá ser esplêndido para outro, e isso é gosto pessoal, uma característica das pessoas que respeito muito.
Feita a observação, então posso escrever sem culpa: eis aqui mais uma paulada do Câmara de Eco, dessa vez uma banda japonesa de rock progressivo de arrepiar!
O Mr. Sirius é formado por Chihiro Fujioka (bateria), Shigekazu Kamaki (guitarra), Kazuhiro Miyatake (teclados, violão e flauta), Hidehiko Muraoka (baixo) e Lisa Ohki, dona de um timbre vocal simplesmente belíssimo e poderoso.
Dirge foi lançado em 1990 e contou com a participação da Music Island Orchestra, comandada por Hiroshi Takayama, resultando em um trabalho homogêneo e de beleza singular.
É claro que não é só a presença da orquestra que enaltece as músicas do disco, a banda surpreende com arranjos complexos, intrincados e com várias mudanças de clima ao longo das canções.
Disco bom é assim, já começa mostrando a que veio, como é o caso de música de abertura, a instrumental “pipoqueira” Fanfare - Legal Dance.
Mas é Lisa Ohki quem rouba a cena em meio aos fantásticos músicos do Mr. Sirius, então ouça sua performance brilhante e emocionante em Love Incomplete.
Para não perder a fama de autêntica banda progressiva, não podia faltar uma ótima suite de mais de vinte minutos, que atende pelo título The Nile For A While. Sonzeiraaaaaaaa!!
Meus amigos e amigas, hoje meus olhos estão voltados para a terra do sol nascente e meus ouvidos ligados no som do Mr. Sirius. Vale a pena.

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quarta-feira, 29 de julho de 2009

The Allman Brothers Band - The Fox Box - Instant Live - Atlanta, GA 24,25 & 26-09-2004 (9 CD's Box Set)














Se é para chutar o pau da barraca, então que seja com uma box caprichadíssima do Allman Brothers, com sua Instant Live - The Fox Box.
Originalmente lançada em 2004, Fox Box apresenta nada mais e nada menos que três shows completíssimos nos dias 24, 25 e 26 de setembro de 2004, no Fox Theater, em Atlanta, distribuídos em 9 CD’s.
Se você adora o som dos caras e não conhecia essa box, então corra e baixe logo pois foi um saco encontrar esse precioso material na net.
Logo de cara, no primeiro disco, os caras mandam bala em Mountain Jam e, em seguida, Trouble No More, além da belíssima Ain't Wastin' Time No More.
O legal desse material é que poucas músicas são repetidas nos shows, ou seja, cada noite teve um set list diferente e olhe, é difícil escolher a melhor apresentação dos Brothers.
Por exemplo: na segunda noite a banda arrebenta em Les Brers in A Minor, Statesboro Blues e Dreams, enquanto na terceira podemos destacar a sempre exuberante In Memory of Elizabeth Reed, Whipping Post, Stormy Monday e Don't Keep Me Wonderin'.
A banda contava com Gregg Allman (vocais e teclados), Warren Haynes (guitarra), Oteil Burbridge (baixo), Marc Quiñones (bateria), Butch Trucks (bateria), Derek Trucks (guitarra) e Jack Pearson (guitarra), além da participação especial de Susan Tedeschi (guitarra e vocais) e Vaylor Trucks (guitarra) em duas músicas do segundo set.

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sábado, 25 de julho de 2009

New Trolls - Atomic System


Progressivaço italiano de primeiríssima qualidade! Intrincado, complexo e melódico, tudo ao mesmo tempo agora.
Se você faz parte da turma careta que pensa que rock progressivo é coisa de velho, então passe longe dessa postagem.
Aliás, passe longe desse blog pois aqui é a casa de quem curte música por música, e não de gente que segue modismos ou tendências de gosto duvidoso.
A primeira vez que ouvi o som do New Trolls tive que apertar stop no Winamp e voltar a primeira música com o volume do amplificador no talo.
Ponte que partiu, que sonzeira!! Os caras mandam bala logo de cara em La Nuova Predica Di Padre O'Brien numa quebradeira violenta, nem saquei se é em 7/4 ou 9/4, mas isso pouco importa. O que importa mesmo é que há um solo de flauta de arrepiar e a banda vai quebrando junto em uma harmonia de piano, sintetizadores e a batera violenta de Tullio De Piscopo descendo a lenha.
Na verdade, o New Trolls Atomic System é uma vertente do New Trolls, conceituada banda de rock progressivo italiana.
Capitaneada por Vittorio De Scalzi (guitarra, flauta, teclados e vocais) e completada por Giorgio Baiocco (sax e flauta), Renato Rosset (teclados), Giorgio D'Adamo (baixo) e Tullio De Piscopo (bateria), lançaram N.T. Atomic System em 1973 e seguiram seu caminho com vários outros trabalhos até meados de 1976, reunindo-se para uma turnê em 2002 como Il Mito dei New Troll.
Fecho esta ouvindo a excelente Ibernazione e digo: meu Deus, como o mundo progressivo é formidável!

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Carl Palmer Band - Live In Europe


















Carl Palmer é um dos maiores bateras da história do rock and roll, entre inúmeros outros grandes nomes.
Aliás, ao lado de Neil Peart, é um dos maiores expoentes do rock progressivo ainda em (plena) atividade.
Se o Emerson Lake & Palmer aguarda a recuperação de seu tecladista Keith Emerson para uma provável reunião, Carl Palmer vai tocando com sua banda, a Carl Palmer Band, e mantém em evidência o nome e o legado desse grande baterista.
Pautado nas músicas do ELP, esse Live In Europe (2004) foi lançado em DVD e apresenta uma grande novidade: não há a presença de teclados.
Portanto, se você é guitarrista e curte as músicas do ELP prepare-se para ouvir esse play e ter toda a transcrição dos teclados para guitarra, pois o dono das seis cordas, o excelente Paul Bielatowicz, fez todo o trabalho!
Além disso, o trio é completado pelo baixista Dave Marks. Que me perdoe meu sempre querido e ídolo Greg Lake, mas esse tal de Dave Marks o coloca no bolso.
O resultado final é impressionante e audacioso. Não é tarefa das mais fáceis tocar ELP sem a presença marcante dos teclados, suprida pela genialidade e competência desses dois sujeitos responsáveis pelas cordas.
Ouça com muita atenção e viaje nos novos arranjos que antes eram tão familiares aos sons de órgãos, sintetizadores e orquestra.
E Carl Palmer? Caramba, nem é preciso escrever que ele está tocando como nunca, como se tivesse com seus vinte anos.
Obs.: esse arquivo de áudio foi extraído do DVD.

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Cactus - Restrictions


Não é a primeira vez que escrevo sobre uma das mais importantes cozinhas da história do rock: o baixista Tim Bogert e o batera Carmine Appice.
Desde os tempos de Vanilla Fudge essa dupla destrói nos quesitos competência, entrosamento e feeling, portanto não podemos esquecer que além de Jones & Bonham, Glover & Paice e Butler & Ward também há Bogert & Appice, uma dupla que acumula muito mais anos de rock and roll do que eu e você temos somado nosso tempo de bebedeira.
Aliás, o que esse Restrictions (1971) tem de punch rock and roll não é brincadeira.
Inundado de riffs ganchudos, batera precisa e vocais rasgados por parte de Rusty Day, esse terceiro álbum do grupo é um convite para pouco mais de meia hora de diversão e uma boa meia dúzia de cerva bem gelada.
O guitarrista Jim McCarty segura a onda com seus riffs e solos saídos de uma fornalha, além dos timbres já característicos daquela época, e isso pode ser conferido nas porradas Bag Drag, Sweet Sixteen e Evil.
Mas nem só de porrada vive o mundo rock and roll, então sossegue o facho com Alaska e Token Chokin'.
É meu chapa, segura a onda porque o Cactus não é para amadores e a noite de sábado só está começando, então tome um Engov com Neosaldina para atravessar a madrugada rock and roll.

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Anderson Bruford Wakeman & Howe - Brother Of Mine EP


Se o ABWH não é lá um dos projetos mais geniais da turma do Yes, pelo menos serviu de base para uma grande tour de 74 shows em cerca de oito meses entre 1989 e 1990.
Como bom fã de Yes que sou, particularmente adoro esse trabalho dos caras, mesmo com alguns escorregões pop e/ou world music, mas até nessa praia a banda se sai bem, a exemplo de algumas músicas de The Ladder, lançado em 1999 e Open Your Eyes, de 1997.
Lembro-me como se fosse hoje quando a rede Bandeirantes de TV apresentou o famoso show do ABWH gravado no Shoreline Amphitheatre em 1989, facilmente encontrado hoje em dia em DVD.
Naquela época eu era adolescente e já curtia a banda, e duas imagens ficaram gravadas em minha memória: o mestre Steve Howe tocando novamente com seus antigos amigos e Jon Anderson, com todo seu carisma e simpatia, entrando no anfiteatro no meio do público, acenando e cumprimentando as pessoas enquanto cantava Time And A Word.
Brother Of Mine foi lançado no formato EP promocional em 1989 contendo cinco músicas, dentre elas uma inédita, Vultures In The City, e duas versões alternativas de algumas músicas do álbum.
Por questões legais o ABWH não pode usar o nome Yes, mas esse fato foi benéfico para o grupo, pois logo depois houve a reunião da banda com base no material lançado no péssimo Union (1991) e assim conseguiram colocar o Yes nos trilhos novamente com os trabalhos posteriores.
O mundo dá voltas e mais voltas e o Yes sempre conseguiu se superar. Sorte nossa.

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Edgar Broughton Band - Edgar Broughton Band


Simplesmente fantástico! Assim posso definir de maneira clara e objetiva o terceiro trabalho homônimo da Edgar Broughton Band, lançado em 1971.
Em minha opinião, o melhor do grupo britânico formado por Edgar Broughton (vocais e guitarra), Arthur Grant (baixo), Steve Broughton (bateria) e Victor Unitt (guitarra e teclados).
A primeira parte do play tem várias músicas com influências folk e country, como as ótimas Poppy e The Birth, mostrando toda a versatilidade dessa incrível banda, mas a cobra começa a fumar mesmo a partir da quinta música, Don't Even Know What Day It Is.
House Of Turnabout tem um swing delicioso a cargo do baixo de Arthur Grant, e a guitarra de Victor Unitt disparando vários acordes.
Getting Hard into What Is A Woman For? tem em sua segunda parte um belíssimo blues e o álbum fecha com a viajante For Doctor Spock, acompanhada por uma seção de cordas.

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sexta-feira, 24 de julho de 2009

Cravinkel - Garden Of Loneliness

Quero pedir desculpas a você amiga e amigo, fiéis escudeiros do Câmara de Eco, por minha ausência nas últimas semanas.
Planejei uma série de postagens para esse semestre, mas terei que fazer esse trabalho de maneira bem mais lenta do que havia planejado, pois alguns fatores pessoais me impedirão. Então, não percamos tempo!
O Cravinkel foi um quarteto alemão de rock progressivo dos mais legais, autênticos e crus que já ouvi.
O som dos caras é inovador para os padrões da época, pois, apesar da enxurrada de lançamentos geniais daquele período, a banda conseguiu criar seu próprio estilo, sem seguir fórmulas pré estabelecidas.
É por isso que Garden Of Loneliness, segundo álbum da banda lançado em 1971, não pode passar desapercebido por aqui.
Liderados pelo guitarrista Gerd Krawinkel, o time era completado por Rolf Kaiser (baixo e vocais), George Haupt (bateria) e Klaus Meier (guitarra e vocais).
Garden Of Loneliness apresenta apenas três músicas, mas a última, intitulada Stoned, é uma suite cadenciada de pouco mais de 20 minutos de duração e resume bem a proposta experimentalista e crua do grupo, com incursões acústicas de matar a pau.
Pode não ser o melhor álbum do mundo, mas só pela raridade e empenho dos músicos em imprimir seu próprio estilo já vale uma boa audição.
Dica: procure também por Cravinkel, primeiro e ótimo álbum dos caras lançado em 1970.

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quinta-feira, 2 de julho de 2009

Um Monstro Chamado Gabriel Terra de Araujo.

Já a algum tempo estou preparando um espaço aqui no Câmara para divulgar Ongs, Blogs ou qualquer meio que esteja relacionado ao trato e cuidado de animais, principalmente cães e gatos abandonados.
Não pretendo transformar o blog, que é musical, em um blog animal, mas me sinto na obrigação de abrir um espaço na coluna ao lado direito com os links dessas associações ou pessoas que dedicam grande parte de suas vidas para cuidar e proteger aqueles que consideramos muitas vezes nossos grandes amigos, e até mesmo membros de nossas famílias.
Posso estar enganado, mas acredito que da mesma forma que o público em geral tem a sensibilidade de apreciar boa música e escolher o que é bom e de qualidade para suas vidas, tem o mesmo sentimento para com os bichos, ou seja, a sensibilidade que nos direcionam para a música é a mesma que temos em amar os bichos, e assim vivermos de bem com a vida e alcançarmos a verdadeira paz de espírito, sem fazermos o mal a ninguém.
Não é papo bicho-grilo, mas é uma postura que adotei em minha vida e até hoje vem dando certo.
Infelizmente acabei de ver uma notícia no IG que mais uma vez me fez sentir vergonha de ser da raça humana, condição que não nos faz diferente de nenhuma outra raça animal a não ser pelo fato de possuirmos inteligência, raciocínio e a inexplicável atitude de matarmos outro ser vivo apenas por "prazer".
Um garoto ou adolescente que atende pelo nome Gabriel Terra de Araujo matou a pauladas um cachorro e colocou o vídeo no YouTube, em uma atitude covarde, desumana e inaceitável, como se isso fosse bem aceito por todos na rede.
Sinceramente, há muito tempo não acredito mais em justiça, pois, se não há justiça e punição para aqueles que matam pessoas, o que diremos daqueles que matam animais indefesos?
Li alguns comentários de internautas desejando os piores tipos de morte para esse sujeito.
Não desejo nada para esse lixo humano, apenas tenho um recado para os pais desse monstro: se fosse meu filho, além de dar uma surra nele que o deixaria sem poder sentar durante uma semana, sentiria vergonha pelo resto da vida de ser pai de um lixo humano como esse.
Tenho 6 gatos e 2 cachorras em casa, todos tirados da rua por circunstâncias diferentes. São bem tratados, castrados, vacinados e muito amados por mim e por minha esposa.
Esse gato aí da foto acima é o Fulgêncio, o mais velho da casa. Está internado, recuperando-se de uma cirurgia complicada na bexiga após grave problema de saúde.
Se houvesse compatibilidade, doaria um rim meu se algum bicho de casa precisasse para se manter vivo, mas não doaria para esse monstro chamado Gabriel Terra de Araujo.
Em breve, voltarei com o Câmara com novas postagens sobre música e assuntos mais alegres e animadores, mas essa notícia não pude deixar passar em branco.
É triste, lamentável e, por mais que tente entender o ocorrido, não vejo um sinal de sanidade e possibilidade de convívio social com esse monstro.
Se ele espancou até a morte um cachorro, o que poderá fazer quando estiver com uma criança de 4 ou 5 anos de idade?