Os princípios do Câmara de Eco.

A finalidade do Câmara de Eco é funcionar como modesta referência para aqueles que procuram novos e velhos sons, publicando informações e indicando bons trabalhos merecedores de audição mais atenta.
Da mesma forma que um amigo empresta um CD a outro, faço questão de apresentar a você, internauta amigo e amiga, boas amostras de rock, jazz, progressivo, blues e folk, e com isso, espero, possamos divulgar a música vista como forma de arte e não como um produto qualquer dentro de uma caixinha acrílica.
Abraços e boa diversão!
Lucon

domingo, 25 de janeiro de 2009

Refugee - Live In Concert Newcastle City Hall 1974


Esse é um registro ao vivo do Refugee no ano de 1974 e lançado pelo selo Voiceprint em 2007.
O trio contava em sua formação com Brian Davison (bateria), Lee Jackson (baixo e vocais) e Patrick Moraz (teclados).
Após a dissolução da banda, o tecladista Patrick Moraz integrou o Yes entre os anos de 1974 e 1976, gravando com a banda o excelente álbum de estúdio Relayer (1975).
Apesar de ser um lançamento oficial, Live In Concert Newcastle City Hall não apresenta uma qualidade de gravação excelente, mas por se tratar do único registro ao vivo oficial da banda há de se ressaltar a iniciativa da Voiceprint em disponibilizar no mercado um registro de Patrick Moraz & cia. em sua fase pré-Yes.
Particularmente acho a voz de Lee Jackson muito chata mas o instrumental é excelente, principalmente Patrick Moraz, que rouba a cena.
Leia mais sobre o Refugee na postagem de seu álbum homônimo.

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Brand X - Live At The Bottom Line NY, Sept 26, 1979



















Esse é um bootleg da banda inglesa de jazz-rock/fusion Brand X, que contava em sua formação com o baterista e vocalista do Genesis, Phil Collins, Peter Robinson (teclados), John Goodsall (guitarra) e Percy Jones (baixo).
Não curto essa coisa de bootleg mal gravado, nem perco tempo ouvindo gravações abafadas feitas na platéia só porque o registro é raro. Gosto de qualidade, isso é fundamental para uma audição prazerosa.
Hoje eu abri uma exceção e resolvi postar Live At The Bottom Line por ser um bootleg um tanto difícil de encontrar na rede.
Passei um tempo procurando esse disco e quando o encontrei fiquei decepcionado com a qualidade de gravação. Daria nota 6.
Como a banda é excelente e executa à risca seus temas, achei por bem divulgá-lo afim de compartilhar com os amigos do Câmara um registro ao vivo do Brand X.
Esse bootleg também é conhecido como Don't Make Waves.

As músicas são:
01 Disco Suicide - Algon
02 Dance Of The Illegal Aliens
03 Don't Make Waves
04 Access To Data - The Ghost Of Mayfield Lodge
05 Malaga Virgen

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Thin Lizzy - Funky Junction Play A Tribute To Deep Purple


















Os tributos são fantásticos e ordinários ao mesmo tempo pois são uma excelente oportunidade para conhecermos novas bandas, mas também proporcionam momentos aterrorizantes de medo, pavor e refluxo estomacal.
Você pode considerar que ao levar para casa um tributo qualquer, poderá jogar no lixo 40% do que contém nele, pois geralmente algumas bandas conseguem destruir algumas músicas.
Em contrapartida, algumas poucas bandas fazem versões brilhantes ou, no mínimo, fiéis às originais, sem desconfigurar a obra original.
Ainda assim insisto em correr atrás desses álbuns malditos, peneirando o material na esperança de encontrar algum diamante.
Em 1972 os integrantes do Thin Lizzy e mais dois amigos formaram o Funky Junction para gravarem um tributo ao Deep Purple - alguns dizem que esse é o primeiro disco-tributo lançado na história do rock.
Isso só aconteceu porque um manager alemão chamado Leo Muller contatou o pessoal do Thin Lizzy com a proposta de gravarem o projeto, que não despertou o interesse da banda em princípio mas precisavam da grana.
O baixista e vocalista do Thin Lizzy, Phil Lynott, ficou restrito em tocar o baixo pois não conseguiria cantar como Ian Gillan, vocalista do Deep Purple.
Então, para essa função convidaram o vocalista da banda irlandesa Elmer Fudd, Benny White, e também seu tecladista Dave Lennox, já que o Thin Lizzy era um trio e não contava com um tecladista em sua formação.
Completando o time estavam Brian Downey (bateria) e Eric Bell (guitarra), ambos do Thin Lizzy.
Esse tributo é um balaio de gato, contém cinco covers do Deep Purple, uma versão instrumental de The House Of The Rising Sun, do Animals, intitulada apenas Sun, e três músicas creditadas a Leo Muller.
Longe de ser um disco essencial, mas bem interessante por ser um tributo realizado ao Deep Purple no auge de sua carreira e lançado em janeiro de 1973.
Mais um da série "importante historicamente, adquira antes que desapareça".

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Peter Banks Empire - Mark I



















Peter Banks foi o primeiro guitarrista do Yes, entre 1968 e 1970. Após sua saída da banda, formou o excelente Flash, que também não durou muito.
Entre 1974 e 1978 participou de um projeto menos conhecido, intitulado Empire Featuring Peter Banks.
Não é tão original e fascinante pois repete a fórmula criada pelo Flash mas ainda assim vale pelo grande trabalho de Banks como guitarrista e compositor.
Produziram Mark I em 1974 e Mark II em 1977, e um terceiro em 1978, Mark III, com demos da banda. Nenhum desses trabalhos foram lançados à época de sua gravação pois Peter Banks não encontrou gravadora interessada em lançá-los.
Somente na década de 90 o selo One Way lançou os três discos, trazendo à tona um material talvez dispensável musicalmente mas de importância histórica pois são os registros de Peter Banks na segunda metade dos 70's.
Quem canta no Empire é a esposa dele, Sydney Foxx. Pelas características de sua voz, é bem provável que seu desempenho seria melhor em uma banda pop, mas há algumas passagens bem interessantes no álbum, como a música Shooting Star.
Musicalmente ainda prefiro o excelente Flash mas não podemos simplesmente ignorar esses registros pois sua importância histórica é muito grande.
É o testemunho de um músico que andou sumido na segunda metade dos anos 70, batalhando nos bastidores à procura de contratos com gravadoras que ignoraram sua arte.

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Bruce Cameron - Midnight Daydream




Cara, que disco!! Há muito tempo que não ouvia um excelente álbum da categoria "músico que só lançou um disco".
Só posso descrever da seguinte forma: incrível e impressionante! Uma verdadeira peça de colecionador pois foi um saco conseguir esse arquivo.
Além do excelente trabalho de guitarra do então desconhecido Bruce Cameron (seu estilo lembra um pouco o de Robin Trower), o cara não se fez de rogado e conseguiu convencer uma turma de peso para colaborar em Midnight Daydream (1999).
Anote aí a constelação: Jack Bruce (baixo e vocais), Mitch Mitchell (bateria), Buddy Miles (bateria e vocais), Ken Hensley (teclados) e Billy Cox (baixo), entre outros músicos menos conhecidos.
Bruce Cameron não teve a chance de prosseguir sua carreira certamente promissora pois faleceu logo após o lançamento do álbum. Não se sabe ao certo se ele cometeu suicídio ou foi assassinado por uma namorada em crise de ciúme.
O fato concreto é que deixou essa preciosidade para o pesterioridade e deve ser apreciado por jovens e experientes rockers de plantão, sem moderação.
Então ouça Midnight Daydream, a viajandona e emocionante Mind Gardens, Born To Lose, Just Like A Spaceman, o blusão arrasa-quarteirão A Thousand Moons e a matadora Raining The Blues, com Jack Bruce arrebentando no baixo e vocais.
Se muitos garotos tivessem bebido na mesma fonte que o fantástico Bruce Cameron bebeu, teríamos hoje boas dúzias de guitarristas nobres e de respeito, com pegadas ganchudas e fazendo rock and roll de verdade, sem enganação.

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Jack Casady - Dream Factor







Dream Factor (2003) é um muito bom álbum do baixista Jack Casady, ex-Jefferson Airplane e integrante do Hot Tuna.
Se tivesse sido lançado no formato LP poderia dizer que o lado B é um outro disco. Dream Factor começa bem mas nada que possa surpreender, apesar de canções agradáveis como Paradise e Daddy's Lil' Girl. Basicamente são canções simples e que poderiam tocar em qualquer FM comercial mas à partir da sexta música, Weight Of Sin, o bebê chora e a mãe não vê.
Começa uma sequência maravilhosa de músicas pautadas no bom e velho rock and roll setentista, apresentando um ar de modernidade, o que é muito bom pois aponta para o futuro, sem ficar repetindo as fórmulas do passado.
Considero Jack Casady um dos grandes baixistas da história por motivos simples: por toda vida trabalhou e produziu trabalhos em estúdio, seja em sua banda, o Hot Tuna, seja em discos solo ou em colaboração com outros músicos.
As ótimas Who You Are, Dead Letter Box e Sweden fecham em sequência o disco, mas não deixe de ouvir o show de Jack Casady na excelente instrumental By Your Side.
Alguns convidados especiais participam de Dream Factor, como os guitarristas Jorma Kaukonen, Warren Hayes e Doyle Bramhall II.

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Genesis - A Trick Of The Tail







Já havia escrito no post de Voyage Of The Acolyte (1975), de Steve Hackett, minha opinião sobre o Genesis e reforço agora: o Genesis seria (e é) uma excelente banda pop se tivesse surgido em 1978.
O detalhe é que antes de render-se ao fomato para FM's, o Genesis tem uma história de glórias e genealidade. Foi um dos principais expoentes do rock progressivo, lançando álbuns incríveis e elevando sua música a condição de "forma de arte", sem dúvida alguma.
É claro que muito se deve a mente genial do músico e vocalista performático Peter Gabriel, que encarnava personagens e situações das letras de sua banda.
Mas o Genesis não era apenas ele, havia também o mestre Steve Hackett (guitarra), Mike Rutherford (baixo e guitarra), Tony Banks (teclados e violão) e Phil Collins (bateria e vocais), que proporcionavam todo o background para os delírios artísticos de Gabriel.
Após sua saída da banda, em 1974, o Genesis deu um tempo até encontrar um substituto para Peter Gabriel (tarefa quase impossível) até que decidiram jogar a bomba nas mãos de seu baterista, Phil Collins.
Phil Collins não tinha o dom performático que seu antecessor, mas também tinha uma grande presença de palco e domínio sobre o público, conquistando assim sua simpatia.
Em minha humilde opinião, o "espírito" original do Genesis ainda estava ali, também presente nos álbuns A Trick Of The Tail (1976) e Wind & Wuthering (1977), ambos excelentes e formidáveis.
O grande problema foi a saída de Steve Hackett logo após a turnê de Wind & Wuthering. Para mim a banda acabou aí.
Tudo bem, o Genesis continuou muito bem, principalmente ao vivo, mas a idéia original de sua música, com toda inovação e genialidade dissipou-se no ar como pequenas gotas d'água. Sinceramente, para mim foi o fim.
A Trick Of The Tail traz os últimos suspiros de genealidade de, agora, Steve Hackett & cia, em canções complexas e tocantes como Mad Man Moon (a única nunca tocada ao vivo), Ripples, Robbery,Assault & Battery, Squonk, Dance On A Volcano e uma de minhas músicas favoritas de todo o rock progressivo, a instrumental Los Endos, com seu riff magnífico e Steve Hackett mostrando mais uma vez o porque é um dos maiores guitarristas do mundo, o inventor da two hands.

Vide comentários.

sábado, 24 de janeiro de 2009

Conspiracy - The Unknown















O Conspiracy é um projeto paralelo muito legal do baixista do Yes, Chris Squire, e do multi-instrumentista Billy Sherwood.
Por trás do trabalho dessa dupla há uma mensagem muito importante e que vale para todos nós: inúmeras vezes na vida precisamos ouvir a opinião de outras pessoas e também dos mais jovens, por mais que estejamos seguros de nossas convicções. Às vezes, com uma boa conversa, podemos visualizar uma boa saída para os problemas que todos nós passamos e que ainda vamos passar.
É isso que enxergo na figura de Billy Sherwood, um músico muito mais jovem que os integrantes do Yes e que colaborou com a banda em tempos um tanto difíceis.
Sua primeira aparição com o Yes aconteceu no péssimo Union (1991). Digo aqui que é péssimo se comparado à gloriosa discografia da banda, mas consigo curtir o álbum numa boa.
Participou da turnê de Talk (1994), inclusive esteve no Brasil quando a banda tocou no antigo Olympia, em 1994 e 1998.
Desde então colabora eventualmente com a banda e seus integrantes. Já foi até um membro oficial da banda em Open Your Eyes (1997) e The Ladder (1999).
Com exceção do excelente Talk, o Yes andava meio caidão nos anos 90 produzindo alguns discos abaixo da média, mas necessários para manter o nome da banda em evidência, tentando reproduzir em vão o grande sucesso comercial que obteve nos 80's.
Billy Sherwood foi fundamental nesse processo da banda pois trouxe novas idéias devido sua experiência como produtor e músico do World Trade.
Conspiracy (2003), segundo trabalho da dupla, trás um pouco essa sonoridade do Yes 90's. Não chega a ser um trabalho de rock progressivo por excelência mas contém uma sonoridade muito agradável e bem atualizado, com excelente qualidade de produção e gravação, como nas faixas Conspiracy, Confess e The Unknown.
Pode não agradar aos fãs mais ortodoxos do Yes, mas deve acertar em cheio àqueles que adoram vasculhar os quatro cantos da discografia da banda e de seus integrantes.
E convenhamos: é sempre muito bom ouvir a voz e o baixo marcante de Chris Squire, não importa onde.

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sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Lucifer Was - Underground And Beyond





















Bem rápido: o Lucifer Was lançou seu primeiro álbum, esse Underground And Beyond, em 1997 e pronto.

(pausa)

Começando de novo: formado na Noruega em 1970 (?) por Thore Engen (guitarra e vocais), Einar Bruu (baixo), Kai Frilseth (bateria), Dag Stenseng (vocais e flauta), Anders Sevaldson (flauta) e Jan Ødegård (teclados), o Lucifer Was ralou durante quatro anos, participando até de alguns festivais um tanto importantes em sua terra natal mas sem registrar nada oficialmente em estúdio, quando em 1974 a banda foi para o brejo.
Mais de vinte anos se passaram e em 1995 Einar Bruu encontrou uma gravação do Lucifer Was tocando em Oslo em 1974, e viu o quão bom era a sonoridade da banda. Contatou seus velhos companheiros para uma reunião que foi aceita de prontidão, com exceção do tecladista Jan Ødegård.
Recomeçaram tocando em bares e em 1997 lançaram Underground And Beyond, composto por músicas feitas durante os 70's.
Mesmo após algumas mudanças de formação, algo absolutamente normal para uma banda dos anos 70 (ou 90? agora não sei concluir), continuam na ativa nos dias atuais.
O Lucifer Was faz um hard calcado na sonoridade de seus dois flautistas, lembrando até em alguns momentos o Jethro Tull e Focus.
Fantástico pelo debut e mais incrível ainda por conseguirem reunir quase a banda inteira, mesmo depois de vinte anos de sua dissolução, para a gravação de um excelente disco.

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Iron Maiden - Maiden Voyage


Não meus amigos, esse não é o mundialmente conhecido Iron Maiden de Steve Harris & cia. surgido ainda nos anos 70, no auge do movimento punk rock.
Esse é o Iron Maiden do final dos anos 60, formado em Basildon, Inglaterra, sob o nome Bum. Gravaram Maiden Voyage entre 1968 e 1970 mas o play foi engavetado e só veio à luz no ano de 1998.
Hardão britânico, típico da época, lembra um pouco o som do Andromeda, com o baixista Barry Skeels, o vocalista Steve Drewett, o guitarrista Trevor Thoms e os bateristas Paul Reynolds e Steve Chapman (apenas nas músicas Falling e Ned Kelly, quando ocupou a vaga deixada por Chapman).
Fizeram uma turnê na Austrália em março de 1970 e após, Skeels deixou a banda quando a gravadora Gemini perdeu as master tapes do álbum. Somente em 1998 Skeels liberou as cópias que tinha das masters originais.
Ele trabalhou alguns anos durante os 80's no Venom, como técnico do baixista...
Muito azar para uma banda só: além de se ferrarem por causa da incopetência da gravadora ainda viram anos depois o Iron Maiden fazer enorme sucesso com o nome que eles criaram!

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segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Mike Bloomfield Al Kooper And Stephen Stills - Super Session
























Outro grande encontro na história do rock and roll. Super Session (1968) é o resultado de uma super jam session que durou 9 horas, idealizado por Mike Bloomfield e Al Kooper - ambos haviam tocado juntos em Highway 61 Revisited (1965), de Bob Dylan.
Kooper havia acabado de gravar com o Blood, Sweat & Tears e reservou dois dias em um estúdio de Los Angeles para trabalhar com Mike Bloomfield. Recrutaram o tecladista Barry Goldberg e o baixista Harvey Brooks, ambos membros da banda de Bloomfield e que estavam deixando o Electric Flag, além de um conhecido baterista de estúdio, "Fast" Eddie Hoh.
No primeiro dia gravaram as cinco primeiras músicas do álbum e, no dia seguinte, Bloomfield desapareceu repentinamente após sofrer um ataque de insônia crônica, provavelmente causado pelo uso de heroína.
Rapidamente, Kooper convidou Stephen Stills para finalizar o álbum, ou seja, da faixa 6 à 9.
Os metais foram acrescidos posteriormente, durante a mixagem do álbum, que custou a bagatela de US$13.000.
Kooper perdoou Mike Bloomfiled pela mancada e ambos fizeram alguns shows com material desse álbum, dois deles registrados no discos ao vivo Live Adventures Of Mike Bloomfield And Al Kooper e Al Kooper and Mike Bloomfield: The Lost Concert Tapes, ambos de 1968.
Imperdível! Blues, soul e rock and roll de altíssima qualidade... e pensar que tem gente hoje em dia que gasta milhares de dólares em gravações para, ainda assim, fazerem merda.

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Tomorrow - Tomorrow




Falar bem do guitarrista Steve Howe é chover no molhado. Sou fã incondicional desse sujeito por seus timbres e fraseados coloridos, além de sua magistral habilidade tanto com a guitarra elétrica e steel guitar, quanto com instrumentos acústicos, como violões, violas e mandolins (ou bandolim, dependendo da origem).
Antes de despontar no showbusiness com o Yes, no começo da década de 70, Steve Howe teve relativo sucesso com sua banda, o Tomorrow.
Surgida na efervescente Swingin' London em 1967 - cenário cultural que pariu maravilhas como Soft Machine, o Pink Floyd de Syd Barrett, Procol Harum, Arthur Brown, The Move e tantos outros em apresentações mais que antológicas em clubes como o UFO - teve relativo sucesso alavancado pelo single My White Bicycle (já vale pelo disco inteiro) e contou com a seguinte formação em Tomorrow (1968, único álbum da banda): Steve Howe (guitarras), Keith West (vocais), John Wood (baixo) e John Alder (bateria).
Curiosidade: My White Bicycle foi regravada alguns anos depois pelo Nazareth.
Steve Howe já apresentava no Tomorrow uma de suas marcas registradas, as intervenções acústicas, como nas excelentes Real Life Permanent Dream e Revolution, e também seu estilo muito pessoal e característico de tocar guitarra.
Destaque também para a belíssima versão de Strawberry Fields Forever dos Beatles.
Depois de sua passagem pelo Tomorrow, ingressou no Yes e logo de cara gravou o excelente Yes Album (1970, um de meus preferidos), quando pôde mostrar em âmbito internacional o que fazia com uma guitarra em mãos.

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sábado, 17 de janeiro de 2009

Os Seis Maiores Baixistas do Rock: Billy Cox, Jack Casady, John Entwistle, Jack Bruce, Glenn Cornick e Noel Redding

É claro que quando escrevo que tal disco ou músico é o melhor de todos estou sendo levado pela emoção. O que pode ser "o melhor" para mim pode não ser para você, isso é fato.
Trata-se de gosto pessoal, um assunto indiscutível pois faz parte de nossa formação e personalidade.
A ciência explica quase todos nossos sentimentos através de reações químicas do cérebro, inclusive o porquê de gostarmos ou não de determinada sonoridade. Prefiro pensar que apreciar a música é algo da alma e do coração, ou seja, está mais ligado à nossa espiritualidade do que os efeitos químicos do cérebro.
Os seis baixistas que estão nessa postagem não são os únicos excepcionais, mas serve de pontapé inicial para aqueles que gostam e tem curiosidade em ouvir um pouco do que esses caras fizeram fora das bandas que os projetaram.
Comecemos pelo americano Billy Cox, nascido em 1941 e tem seu nome diretamente ligado ao de Jimi Hendrix quando tocou na Band Of Gypsys entre 1969 e 1970. Antes disso, havia tocado em pequenas bandas sem expressão, quando tocou com Hendrix pela primeira vez em uma banda chamada King Casuals.
Após a morte de Hendrix em 1970, gravou Nitro Function em 1971 ao lado de Robert Tarrant (bateria) e Char Vinnedge (guitarra).




















Participou da Charlie Daniels Band e em 1999 do álbum Midnight Daydream, de Bruce Cameron, ao lado de Mitch Mitchell, Buddy Miles, Jack Bruce e outros.
Nitro Function é bem abaixo da média, não é nem sombra de seus trabalhos com Jimi Hendrix ou até mesmo dos outros ex-integrantes mas ainda assim vale a pena dar uma escutada pois o guitarrista aqui é muito bom, apesar da qualidade sonora ser horrível.
















Quando Jack Casady saiu do Jefferson Airplane formou o excelente Hot Tuna ao lado de outro ex-Jefferson Airplane, o guitarrista Jorma Kaukonen. Banda infinitamente melhor que as encarnações da mesma época de sua ex-banda, quando usaram os nomes Jefferson Starship e Starship.
Inicialmente tinham uma proposta musical mais acústica mas caiu nas graças do rock and roll em álbuns incríveis como First Pull Up, Then Pull Down (1971), Burgers (1972) e The Phosphorescent Rat (1973).
Dono de uma pegada maravilhosa, suas linhas de baixo me fascinaram quando o ouvi pela primeira vez em Electric Ladyland (1968) de Jimi Hendrix. Após, comecei a percorrer a discografia do Jefferson Airplane e pude comprovar suas habilidades e feeling. Mas foi no Hot Tuna que a cobra fumou, uma bandaça, digna de grandes momentos nos 70's mas ainda com aquele espírito californiano, o que é legal demais.
Em First Pull Up, Then Pull Down a banda era composta por Jack Casady (baixo), Jorma Kaukonen (guitarra e vocais), Papa John Creach (violino), Sammy Piazza (bateria) e Will Scarlett (harmônica).
Estão na ativa até hoje, apesar das várias mudanças de formação, mas ainda contando com a dupla Casady & Kaukonen.
















John Entwistle
foi por toda a vida o baixista do grande The Who até seu falecimento em junho de 2002. Assim como escrevi na postagem de Who's Next (1971), a banda havia tomado gosto por uma sonoridade mais pesada. John Entwistle lançou seu primeiro trabalho solo no mesmo ano e o intitulou Smash Your Head Against The Wall.
Meu amigo e amiga, esse álbum é uma porrada na nuca! Excelente, rock and roll pesadão e, pasmem, John Entwistle cantando muito!! Além de excelente baixista também se mostra um grande vocalista.
Fico chapado quando ouço suas linhas de baixo, dentro e fora do Who: um músico virtuose dentro do rock, mas sempre com uma postura muito discreta, sem exibicionismos desnecessários, como quem diz "deixa eu quieto no meu canto que eu sei o que fazer".
Smash Your Head Against The Wall segue a mesma fórmula de sua banda em Who's Next: rock and roll maduro, honesto e vibrante. Contou com as participações de Dave Langston (guitarras), Jerry Shirley (bateria), Keith Moon e Neil Innes (percussões).
Escute a versão incrível que ele fez para Heaven And Hell, do Who. Ficou muito louca!
Um dos primeiros (talvez o primeiro) supergrupos da história do rock foi o Cream, que contava com Eric Clapton, Ginger Baker e um baixista/vocalista estupendo, chamado Jack Bruce.
Muiti-instrumentista e excelente vocalista, onde tem a mão dele pode ter certeza que a coisa sai muito bem feita.
Como poucos, Jack Bruce passeia entre o rock, o jazz e o blues com uma desenvoltura incrível e de extrema competência. Depois que o Cream encerrou as atividades em 1968, Jack Bruce partiu para a carreira solo e colaborações com outros músicos ao longo dos anos.
Harmony Row é seu terceiro álbum solo, lançado em 1971. É bem diversificado e trás a marca registrada do baixista/vocalista: rock and roll com influências de jazz e muito refinamento, como na belíssima There's A Forest.
Sua mente genial não permite que abrace apenas um estilo. Jack Bruce precisa de mais para exteriorizar sua musicalidade.
Se você procura também por algo mais, ouça Harmony Row, é um prato cheio.
Se há uma coisa que me fascina e muito no mundo da música é o cruzamento entre as bandas. Essas informações e trabalhos que cercam anos e anos de rock and roll tem valor inestimável.
Somente ouvindo muitos discos e acompanhando as informações corretas é que chegamos às preciosidades que existem por aí.
Wild Turkey é um bom exemplo disso. Para quem é fã de Rick Wakeman e Jethro Tull como eu, ficará surpreso com essa banda pois matarei dois coelhos com uma machadada.
Pois bem, como o assunto aqui são os baixistas, vamos falar do ex-Jethro Tull Glenn Cornick. Excelente baixista e figura extremamente carismática, Glenn Cornick participou dos três primeiros trabalhos do fantástico Jethro, sendo eles This Was (1968), Stand Up (1969) e Benefit (1970). Discos fundamentais em qualquer coleção.
Após sua saída do Jethro, integrou o Wild Turkey ao lado sabe de quem? Nada mais que Gary Pickford-Hopkins, vocalista que atuou em Journey To The Center Of The Earth (1975), de Rick Wakeman. Sim, aquele que possui uma voz mais aguda - a outra, mais grave, é de Ashley Holt.
Sem exageros, o Wild Turkey é genial! Os caras vem com uma proposta musical muito próxima do rock progressivo... mas não é progressivo exatamente.
Na verdade, tem um ar de Jethro Tull, afinal de contas o excelente Glenn Cornick está presente, portanto há de se suspeitar que carregue consigo a aura e a genialidade de sua ex-banda. E consegue.
Eis um dos encontros mais felizes e emocionantes do rock: Glenn Cornick e Gary Pickford-Hopkins juntos, em uma mesma banda!
Não tenho palavras para descrever a emoção que sinto quando ouço a faixa-título Battle Hymn!
Progressivo ou rock and roll bem elaborado, não importa. O fato é que a esse primeiro trabalho da banda, lançado em 1971, é fantástico e toca profundamente meu coração
O Wild Turkey era composto por Graham Williams (guitarra), Alan Lewis (guitarra), John Weathers (bateria) e Gary Pickford-Hopkins (vocais), além de Glenn Cornick, é claro.
A banda está na ativa nos dias atuais, por "parível que incressa".
Para finalizar essa postagem, temos Noel Redding e sua banda. Nada de formidável, mas bastante interesante para um músico que vivia brigando com Hendrix pois queria mais espaço na banda.
Jimi Hendrix morreu e Noel Redding nunca mais conseguiu reproduzir suas fantásticas performances ao vivo e em estúdio, desde os tempos do Experience, infelizmente.
Ainda assim, o considero um excelente músico pois fez em dois anos o que muitos não conseguiram fazer em trinta.
Em Clonakilty Cowboys (1975), Noel Redding dá vazão às suas outras habilidades, como guitarrista e vocalista. Na verdade, antes de entrar na Jimi Hendrix Experience ele já era guitarrista e foi adaptado no baixo.
Eu adoro esses guitarristas que partem para o baixo pois acabam fazendo algumas linhas muito diferentes de um baixista nato. A visão é outra, portanto o resultado final geralmente surpreende.
Seu disco não é maravilhoso, mas é o legado de um músico que teve a experiência de viver e tocar com Jimi Hendrix. Faleceu em 2003, ainda com mágoas de sua fase hendrixiniana.
Dedico essa postagem aos milhares de baixistas espalhados pelo mundo. Não importa se você é profissional ou amador: o mais importante de tudo é sempre fazer uma cama bem feita para que seu guitarrista desponte e o batera tenha segurança na levada. No final da noite o que sobra é a cerveja pois a mulherada geralmente o vocalista "rapa".

Senha (password) para essa postagem: camaradeeco.blogspot.com
Billy Cox - Billy Cox´s Nitro Function
Noel Redding Band - Clonakilty Cowboys
Jack Bruce - Harmony Row
Hot Tuna - First Pull Up, Then Pull Down
Wild Turkey parte 1 & parte 2- Battle Hymn
John Entwistle - Smash Your Head Against The Wall

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Stoner Rock & Stoner Metal - A Música Que Resgatou o Hard Dos Anos 70 Parte 2: Roadsaw - See You In Hell/Solarized - Driven/Lotus - Complete Fruitage

Depois de vários meses passados da primeira postagem (aconteceu em maio de 2008), o Câmara de Eco retorna com uma pequena postagem especial sobre o estilo que revigorou aquela sonoridade habitual de quem ama e venera o hard & heavy dos 70's.
O foco voltou-se agora para três bandas fundamentais do estilo: Roadsaw, Solarized e Lotus.
Há de se observar que só consegui a discografia do Lotus depois de encontrá-la no magnífico Lágrima Psicodélica - referência para quem procura qualquer raridade do meio rock and roll e outros.
Pesadaço, denso e furioso, os americanos do Roadshaw apresentam See You In Hell (2008), seu mais recente trabalho. Depois de alguns álbuns muito bons, See You In Hell traz uma sonoridade moderna, mas calcada em raízes "sabbáticas", como em Up To You, Who Do You Think You Are, Look Pretty Lonely, The Rules e Leavin'.
A banda é formada pelo excelente vocalista Craig Riggs, Ian Ross e Darryl Shepard (guitarras), Tim Catz (baixo) e Jeramy Hemond (bateria).
Mais rápido e sujo que o Roadsaw, o Solarized (outra banda americana) apresenta em Driven (2002) o inferno em forma de música.
Afinações baixas de guitarra e vocais quase guturais, a banda tem uma pegada próxima ao do Nebula, mas com uma sonoridade muito mais atualizada e pesada. Destaque para Born Of Fire, Angel e Conspiracy, porradas na idéia sem saber de onde veio.
Formado por James Hogan (vocais), Dave Topolenski (guitarra), Reg Santana (bateria) e Mike Fiore (baixo), deve agradar àqueles que curtem rock and roll no limiar do heavy metal.
Por fim, o melhor de todos em minha opinião, os suecos do Lotus. Fantástica banda de hard 'n' heavy entupido de viradas e levadas que fazem a cabeça de qualquer doente ligado na internet à 1H da manhã em plena madrugada de domingo.



















Originalmente lançado em 1997, Fruitage foi relançado em 2002 com o título Complete Fruitage com vários bonus. A banda é formada por Tomas Modig (baixo, vocais), Niklas Börjesson (guitarra, vocais) e Hans Eriksson (bateria).
Menos pesado mas infinitamente mais rock and roll, tem seus maiores destaques em Passion, Rhubarb City, Orange Sunshine (magnífica), Grin & Bear It,PumpKin e Psychedelic Salad.
Eu tenho nojo de heavy metal por um único motivo: detesto esses estilos musicais que ditam o que você tem quer ser, fazer e ouvir. Acredito que cada um de nós pode, por si só, escolher aquilo que é bom para si, sem ter que se enquadrar em um padrão.
Respeitando as devidas proporções, heavy metal para mim é que nem pagode: a mídia diz que você tem que falar assim, se vestir assado (como um outdoor de bandas) e agir conforme o modelo . O heavy metal faz isso com quem não tem personalidade.
Já tentei apresentar Billy Cobham para alguns colegas ditos headbangers que acharam uma merda. Adoro Iron Maiden e nunca os achei uma merda, pelo contrário, é bom pra caramba.
Resumindo: quanto mais você se fecha em um mundinho, mais burro, ignorante e tapado você fica.
Procure sempre ouvir sons diferentes, relacionar-se com pessoas inteligentes e de opinião, e se ligar nos acontecimentos do mundo, sejam políticos, sociais ou culturais.
Quem anda em turma é macaco. Você pode curtir blues, metal e progressivo sem deixar de ser você mesmo.

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Rolling Stones - Exile On Main Street














Outro grande trabalho dos Rolling Stones: mais um clássico imperdível que um órgão regulamentador das leis de direitos autorais internacional adora deletar dos blogs.
Contando mais uma vez com Mick Jagger (vocais e guitarra), Keith Richards (guitarra, violão e vocais), Mick Taylor (guitarra e violões), Charlie Watts (bateria) e Bill Wyman (baixo), os Stones apresentam ao público uma grande orgia musical em Exile On Main Street (1972).
Não sei concluir se é o melhor da banda pois sou fã dos caras com o Mick Taylor na guitarra, mas posso dizer que é um regaço de disco, o mais puro rock and roll, capta a banda em seu momento mais inventivo e inspirado.
Flerta com o folk, country, booggie e blues numa boa, sem deixar o ouvinte "na mão".
Já ouvi muita gente dizer que detesta Stones por sua simplicidade e desleixo... isso é uma piada, também já ignorei esses caras quando pensava que o mundo era apenas progressivo.
Os Stones podem ser relaxados, zueira e nunca conseguem finalizar uma música sequer devidamente ensaiados, mas mantém até hoje o verdadeiro espírito do rock and roll.
E qual é esse tal de "espírito rock and roll"? Tocar, meu amigo.
O espírito rock and roll é tocar, e tocar, e tocar até o fim.
Você pensa que esses caras precisam de mais grana para quê? Estão com mais de 60 anos de idade e cada um e já ganhou o equivalente a dez Mega-Senas ou cem Tele Senas. Não seria mais fácil parar e curtir com a família um bom descanço?
Não. A longevidade dos Stones - e com qualidade, em minha opinião - prova que seu público fiel adora vê-los onde é seu devido lugar: nos palcos ao redor do mundo.
Exile On Main Street (1972) detona em qualquer lugar: em casa, no churraso com os amigos ou no boteco mais próximo.
Vem com maravilhas como Sweet Virginia, Happy, All Down The Line, Soul Survivor, Rocks Off, Shake Your Hips e Tumbling Dice.
Imperdível, meu camarada. Não repita o mesmo erro que eu cometi, quando era adolescente e ignorava a banda. Stones é fundamental para qualquer rocker que se preze.

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