Os princípios do Câmara de Eco.

A finalidade do Câmara de Eco é funcionar como modesta referência para aqueles que procuram novos e velhos sons, publicando informações e indicando bons trabalhos merecedores de audição mais atenta.
Da mesma forma que um amigo empresta um CD a outro, faço questão de apresentar a você, internauta amigo e amiga, boas amostras de rock, jazz, progressivo, blues e folk, e com isso, espero, possamos divulgar a música vista como forma de arte e não como um produto qualquer dentro de uma caixinha acrílica.
Abraços e boa diversão!
Lucon

sábado, 31 de maio de 2008

Bobby Harrison - Funkist / Snafu - All Funked Up / Freedom - Is More Than A World






O fantástico mundo de Bobby Harrison! Você está à procura de sons novos, está de saco cheio das mesmas coisas? Então preste bem atenção à esta postagem, pois aqui você encontrará algo significativo e bastante incomum. Vale a pena dar uma olhada no Câmara de Eco de vez em quando e encontrar grandes surpresas.
Bobby Harrison foi baterista da banda inglesa Procol Harum em sua primeira formação. Inclusive ele era o baterista quando gravaram a clássica A Whiter Shade Of Pale.
Ainda no ano de 1967 ele e o guitarrista deixaram a banda e formaram o Freedom, que durou até o ano de 1972, quando ele reuniu um time de primeira para colaborarem em seu primeiro album solo, Funkist (1972). Nesse disco, dentre outros, participaram Tony Iommi na guitarra (isso mesmo, meu amigo e amiga!) e Ian Paice, batera do Deep Purple, além, é claro, do próprio Bobby Harrison na batera e vocal.
Esse é um p#$@ disco legal, com uma pegada funk pesadona e influenciado por bandas como Allman Brothers e Little Feat.
Há alguns metais e o som é cheio de groove que, além de datarem o disco, o tornam incrivelmente prazeroso de ouvir.
Incansável, ainda em 1972 Bobby Harrison fundou o Snafu, juntamente com o guitarrista Mick Moody, mais conhecido pelos trabalhos junto ao Whitesnake.
All Funked Up é o terceiro trabalho da banda, de 1975, e trás a mesma pegada musical que consagrou Bobby Harrison: um rock 'n' roll envenenado até o talo com muito funk e groove.
Voltando ao Freedom, Is More Than A World é o último trabalho da banda e foi lançado em 1972. Nervoso até a última instância, será impossível você ficar parado e não agitar o esqueleto ao ouvir esse disco.
O mais legal da carreira desse grande batalhador que foi Bobby Harrison, é o fato de conseguir fazer uma música que agrade tanto aos fãs de rock quanto aos de funk, R&B, blues e por aí vai.







Sua música é universal e não pode, de forma alguma, cair no esquecimento. Eis o trabalho do Câmara de Eco: resgatar alguns trabalhos emocionantes e ajudar a manter viva a memória da boa música, assim como tantos outros blogs.

Som Nosso De Cada Dia - Snegs




Eis um dos melhores (e poucos) discos de Rock Progressivo brazuca. O trio Som Nosso De Cada Dia era formado pelo ex-Incríveis Manito (sintetizadores, violino, flauta, sax e vocais), Pedrinho Batera (bateria) e Pedrão Baldanza (baixo e vocais).
Infelizmente sua carreira foi curta, mas o suficiente para nos deixar esse maravilhoso Snegs (1975) e Som Nosso (1977), já com outra formação.
Mais bicho-grilo que essas caras é impossível, basta ouvir atentamente às suas letras e viajar pelo som, ao longo das sete faixas que compõem o disco... "só sei que eu quero, beber a vida num gole só, ainda que um gole me custe a vida".
É realmente emocionante, ainda hoje, ouvir esse play, mesmo que esse papo-furado hippie já tenha caído por terra há muitos anos, não pela ideologia mas pelo utopismo.
Eu e minha turma sáiamos do Bar do Kiko, nas chácaras do Clube do Vale e íamos tomar a "caidera" na chácara do Paulão, ás 5h da manhã. Snegs sempre foi presença garantida em nossa trilha sonora, portanto é um play importantíssimo em minha vida e, de fato, viajo demais com o som desses caras.
Se você não gosta de Rock Progressivo e tão pouco de rock brasileiro, passe longe dessa postagem e perca a oportunidade de ouvir os sintetizadores mágicos do grande Manito, a voz incrível de Pedrão e a batera segura do saudoso Pedrinho, que nos deixa saudades.
Valeu Som Nosso, vocês musicaram minha juventude e minhas doideiras da época. "É preciso, olhar pro infinito e sacar toda a jogada do lance, my friend!"

Thousand Days Of Yesterdays - A Tribute To Captain Beyond / Schizoid Dimension - A Tribute To King Crimson (re-post 04/09)

É claro que, de uma forma geral, os tributos não são melhores que a obra original de um determinado músico ou banda, mas são no mínimo interessantes e servem de ponte para a descoberta de novas bandas. Foi através de um tributo ao Yes, por exemplo, que eu comecei a curtir o Cairo, excelente banda progressiva dos EUA, com uma postagem aqui no Câmara, inclusive.
Em 1999 a gravadora sueca Record Heaven colocou no mercado um tributo audacioso ao Captain Beyond. Digo audacioso por vários motivos: homenageia uma banda quase esquecida no meio musical, de pouquíssima expressão comercial e condenada ao esquecimento total, se não fosse a ajuda da internet, onde sua obra começou a ser difundida entre as novas gerações de fãs que ouviram falar agum dia em Captain Beyond, "a banda do ex-vocalista do Deep Purple".
Serei incisivo agora: e porque a Record Heaven decidiu fazer um tributo ao Captain Beyond, somente com bandas suecas? É simples: por que Captain Beyond (1972), primeiro album do Captain Beyond, é o MELHOR e MAIOR album de hard de todos os tempos!!! Não tem Deep Purple, Black Sabbath ou Led Zeppelin que cheguem perto - me desculpem os fãs dessas bandas, afinal de contas também sou fanático por elas.
O Captain Beyond é uma das bandas mais injustiçadas de sua época, não tiveram o apóio de público e crítica, passaram por problemas de formação e sua proposta musical que difundia o hard com pitadas progressivas sem teclados não foi assimilida na época.
Muitos anos passaram e o Captain Beyond tornou-se uma das bandas mais cult no meio musical, estimulando até seu retorno há alguns anos, infelizmente sem o excelente vocalista Rod Evans.
A Suécia é praticamente o berço do Stoner Rock, por isso a iniciativa da gravadora em fazer um tributo só com as bandas de lá.
Se você é fã de Captain Beyond, não deixe de ouvir esse incrível tributo, que conta com a presença de muitas bandas fantásticas, dentre elas o Pentagram, Standarte, Lotus, Flower Kings, Five Fifteen, tocando Captain Beyond na íntegra. Há alguns bonus muito legais, com bandas suecas cantando em sua língua natal, inclusive uma delas, o ZoomlenZ, conta com a participação do excelente Willie Daffern, segundo vocalista do Captain Beyond.
Caça-níquel não é, porque se trata de um tributo ao King Crimson, uma das bandas mais anti-comerciais do mundo. Portanto, a iniciativa do selo Purple Pyramid, uma subsidiária da Cleopatra Records, com esse Schizoid Dimension (1997) é mesmo homenagear a obra de uma das bandas que mais contribuiu e ainda contribui para a música, com seus trabalhos impactantes e que influenciou no mínimo 9 entre 10 músicos questionados quanto às suas preferências musicais. Sempre algum album da banda é mencionado, independente da formação, afinal de contas o Crimson é uma banda que já explorou quase todos os cantos do vasto universo musical. É até limitador chamá-los apenas de progressivo, sabendo que sua obra musical já ultrapassou há muito tempo as barreiras do próprio Rock Progressivo e hoje se encontra em um plano muito além do planejado pela própria banda - vide os inúmeros projetos paralelos e colaborações de seus integrantes e ex-integrantes com tantos outros músicos e bandas.
Nesse tributo há altos e baixos, é claro, mas posso citar alguns exemplos muito bons, como o Controlled Bleeding detonando em Talking Drum, o Brand X mandando muito bem em Neal and Jack and Me, Alien Planetscapes fazendo uma versão fantástica de A Sailor's Tale e o Solid Space em uma versão fidelíssima e linda de In The Wake Of Poseidon - nem dá para acreditar que não é Greg Lake quem está cantando.
Por fim, David Cross, ex-violinista e tecladista da banda, contribui com uma versão editada de Exiles, de seu album solo Exiles (1997), onde John Wetton participa cantando.

Download Schizoid Dimension - A Tribute To King Crimson.
Vide comentários.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Dois tributos no mínimo incomuns: King Crimson e Captain Beyond

Devido à dificuldade em encontrá-los e ao fato de homenagearem bandas digamos incomuns, a próxima postagem será dedicada à duas bandas quase obscuras dos anos 70: King Crimson e Captain Beyond.
De fato, o King Crimson não é nada obscuro, afinal de contas arrebanhou um séquito de fãs nas quase quatro décadas de existência, ao contrário do Captain Beyond, que tornou-se conhecido ao mundo graças ao advento da internet, que ajudou a divulgar sua curta, porém excepcional obra.
A próxima postagem trará os dois tributos a essas duas bandas singulares. Mas o que elas têm em comum? Nada, apenas a estranheza do fato de existir um tributo à cada uma delas.
Vou aprofundar um pouco mais esse assunto de tributos, mas é fato que muitas pessoas não gostam deles (os tributos)... aos que apreciam, fiquem atentos para a próxima postagem.

Nebula - Let It Burn, Firebird - No.3, Spiritual Beggars - Ad Astra, The Mushroom River Band - Simsalabim (re-post 04/09)

Não sou fanático por Heavy Metal, na verdade, só curto mesmo Black Sabbath e Iron Maiden.
Também não me ligo na necessidade de rotular tudo, em estilos e sub-estilos, mas nunca um rótulo caiu tão bem quanto esse tal de Stoner Rock ou Stoner Metal.
Pode ser preciosismo de minha parte, mas quando li as primeiras resenhas sobre o estilo e vi o entusiasmo e promessa dos críticos, resolvi conferir alguns trabalhos e a surpresa foi grande e gratificante.
A impressão que tive foi a de que esses caras estavam chegando para salvar o rock 'n' roll. Se salvaram alguma coisa eu ainda não sei, mas o que posso dizer é que é empolgante demais, muito bem feito e não há som pesado nenhum que tenha um punch tão violento quanto essa galera do stoner tem atualmente.
Let It Burn (1997), um EP dos americanos do Nebula, foi o primeiro CD que comprei nessa praia.
Pra quem não conhece, é uma espécie de Black Sabbath muito despojado, bem do início dos anos 70.
O vocalista e guitarrista Eddie Glass não tem uma voz espetacular mas casa muito bem com o som da banda. A guitarra atolada no overdrive, o uso abusivo do wah-wah e alguns efeitos muito loucos fazem desse som algo que remete e muito aos anos 70, muito próximo até do glorioso Blue Cheer.
À epoca, completavam o time o baixista Mark Abshire e o baterista Ruben Romano. Por incrível que pareça, esses caras fizeram uma turnê no Brasil há alguns anos, inclusive tocando no Sesc de São Carlos/SP.
Um bom exemplo de banda dito pequena, mas com uma carreira muito sólida, com vários CD's no mercado, inclusive, com alguns lançamentos em LP em pleno anos 2000.

P%#@ que pariu, esses caras são demais!!! Eu não sei nada sobre eles, só o som me importa, mas tenho que escrever algo consistente, portanto, vou tentar.
Eu não sei o que acontece com esses guitarristas famosos em suas bandas de Death e Trash Metal, que resolvem respirar outros ares... logicamente que eu respeito quase todos os estilos, mas quando eles resolvem investir no bendito stoner a coisa fica boa demais.
Esse No.3 (2004) obviamente é o terceiro trabalho do grupo, muito bem acabado e rock 'n' roll demais da conta! Formado pelo ex-Carcass e Napalm Death, o guitarrista e vocalista britânico Bill Steer, o baixista Leo Smee e pelo batera Ludwig Witt, que deixaram a banda logo após o lançamento do disco, têm ainda a companhia de um piano Fender Rhodes e eventualmente um órgão Hammond, que dão um tom saudosista ao som, mas que não sei quem toca...
Enfim, baixe agora e não se arrependerá!
O Spiritual Beggars foi minha segunda investida nessa onda stoner e não me arrependi, pelo contrário, tornei-me fã da banda. Ad Astra tem uma produção luxuosa, lançado no formato digipack e acompanhado de um mini-poster, com a foto estilizada da garota maravilhosa da capa.
Formado inicialmente pelo ex-Napalm Death, Michael Amott (guitarra), Spice (vocais e baixo), Ludwig Witt (bateria) e Per Wiberg (teclados), eis mais um exemplo de um guitarrista que resolveu investir em outras praias e nos agraciou com um trabalho primoroso.
Bem mais pesado que os outros tabalhos dessa postagem (mas não menos fantástico), Ad Astra nos presenteia com um acabamento sonoro magnífico, intenso e poderoso ao mesmo tempo.
É difícil para mim escrever a respeito desse play, pois, como escrevi anteriormente, não sou fã de heavy metal, mas esse trabalho tem grande importância em minha vida.
Às vezes eu o escuto quando estou muito agitado ou quando estou muito p&%# com alguma coisa. Ainda bem que sou humano e tenho sentimentos bons e ruins, afinal, estou vivo.
Há uma música em especial nesse play que não posso deixar de mencionar: Sedated. Uma verdadeira obra-prima do metal onde Michael Amott detona em um solo incrível e a banda o acompanha em um crescendo que culmina em uma harmonia simples, porém emocionante.
Há de se lembrar que a banda era composta pelo grande (literalmente) baixista e vocalista Spice, que dava o tom às músicas do Beggars, com seu vocal rasgado e empunhava um sempre reverenciado Rickenbacker. Nem mais e nem menos, apenas heavy-rock pesadasso.
Por fim, o Mushroom River Band, outra banda pesadassa do cenário stoner, que conta com o já citado Spice nos vocais, o baixista Saso, o batera Chris Rockström e o guitarrista Anders Linusson. Simsalabim (2002) é bem mais rápido e pesado que os mencionados nessa postagem, portanto apenas recomendado à aqueles que não tem problemas cardíacos ou auditivos.
Muito próximo do Heavy Metal mas ainda com um pé no rock 'n' roll, Simsalabim mostra uma banda coesa e muito certa do que realmente querem fazer. Uma nova perspectiva do som pesado que muitos poucos se arriscam a fazer, talvez só aqueles nascidos na Suécia, sua terra natal, que nos dá frutos a todo ano nesse estilo. Parece que bandas stoner nascem em ávores naquele país.
Download Nebula - Let It Burn.
Download Spiritual Beggars - Ad Astra.
Download The Mushroom River Band - Simsalabim.
Vide comentários.

sábado, 24 de maio de 2008

Próxima postagem: Stoner Rock & Stoner Metal - A música que resgatou o Hard dos anos 70


Não percam os quatro trabalhos essenciais do mundo Stoner, aqui no Câmara de Eco!
E até julho teremos muitas outras novidades que farão a alegria e felicidade de muitos internautas: Tony Banks, Genesis, Novos Baianos, Steve Howe, Ry Cooder, Joni Mitchell, Rolling Stones, Family, Flash, Freedom, Gov't Mule, Geenslade, Isaac Hayes, David Crosby, Traffic, Renaisance, Grand Funk Railroad, Planxty, Kraftwerk, Alan White, Warhorse, Refugee, Stanley Clarke, Point Blank, Medeski Martin & Wood, Som Nosso de Cada Dia, Colosseum II, The Syn e muitos outros!!
O Câmara de Eco apóia todos os blogs que compartilham a mesma ideologia que a nossa, mas não é conivente com aqueles que apenas copiam os textos e links já existentes de outros blogs.
Procure por blogs confiáveis, como o Câmara de Eco e alguns outros, e não perca tempo baixando arquivos corrompidos. Nossos arquivos são revisados.
Participe efetivamente enviando sua sugestão via e-mail, para novas postagens.



sexta-feira, 23 de maio de 2008

Os Sete Melhores Bootlegs do Pink Floyd Parte Final: Melbourne Soundboard 19-02-1988




Você vai esquecer Delicate Sound Of Thunder depois que ouvir Melbourne Soundboard!
Esse bootleg possui uma gravação simplesmente excelente, só o volume que é um pouquinho baixo, mas nada que comprometa a qualidade final.
Quando o Pink Floyd lançou Delicate Sound Of Thunder, em meados de 1988, um amigo meu roubou de seu irmão o disco 1 e o escutamos até acabarmos com o LP. Era a única coisa de Pink Floyd que tínhamos para ouvir naquele momento. Em 1989 descobri Animals, The Wall e assim começou minha vida rock 'n' roll, aos 12, 13 anos de idade.
Por muitos anos eu detestei essa fase do Floyd, pelo simples fato de Roger Waters não fazer parte dela. Fiquei mais velho, mais "calejado" e hoje em dia eu adoro ouvir A Momentary Lapse Of Reason.
Consegui vencer o bolor da idéia de Waters não estar ali, e o fato de serem acompanhados por praticamente uma segunda banda. Eu considerava absurda a idéia de "tocarem suas músicas acompanhados por outros músicos, sendo que 'antigamente' tocavam acompanhados no máximo, por um guitarrista, um saxofonista e backing vocals".
Mas eram os anos 80, A Momentary Lapse Of Reason era um album sofisticado (não chega a ser progressivo) e sua execução ao vivo e fiel exigia mesmo o esforço e colaboração de mais músicos.
A única presença que contesto até hoje é a do tecladista Jon Carin. Ainda acho que Rick Wright daria conta do recado sozinho...
Esse time de futebol no palco só não conseguiu executar o maior hit da banda, Another Brick In The Wall Part II. A versão ao vivo é chata pra caramba, sem graça e burocrática. De resto, tudo é muito legal.
Quando a turnê começou em agosto de 1987, no Canadá, o Floyd abriu alguns shows com Echoes, em versões inspiradíssimas e emocionates, afinal de contas faziam 10 anos que não a tocavam. Mas Gilmour não deve ter gostado muito do resultado final e logo a sacou do set list e tratou de colocar outra pérola em seu lugar: Shine On You Crazy Diamond.
Nos últimos meses, procurei insistentemente algum bootleg gravado de mesa de som, que registrasse algum dos 12 shows em que o Floyd tocou Echoes, mas cheguei à conclusão que até o presente momento não surgiu alguma gravação dessa qualidade. Baixei alguns, mas todos de audiência, até que um dia encontrei esse Melbourne Soundboard e um outro também excelente, intitulado Live At The Orange Bowl - Miami, November 1, 1987. Inclusive, se alguém quiser, posso postá-lo aqui no Câmara, pois é excelente.
Vários pontos significativos fazem de Melbourne Soundboard um bootleg primoroso: primeiro o tesão da banda em voltar a tocar juntos; segundo, a inegável qualidade e perfeição com que executavam as músicas; terceiro, a ansiedade e satisfação da platéia em assistir ao show do Pink Floyd e, por fim, a execução quase na íntegra de A Momentary Lapse Of Reason e as presenças de Welcome To The Machine (incrível!!!), One Of These Days, On The Run e Us And Them.
Se você não gosta dessa fase, não há o menor problema nisso, mas quem sabe, se você ouvir esse bootleg, não acaba vendo o Floyd 80's com outros olhos...
Termina aqui uma série de postagens dedicadas à uma das bandas mais querida (e detestada) do mundo musical.
Dedico essas postagens, em especial, à um grande amigo que já se foi, viciado em Floyd, e à você, que teve a paciência e interesse em acompanhar essa pequena odisséia.
Melbourne Soundboard é formado por:

CD1
01 Shine On You Crazy Diamond
02 Signs Of Life
03 Learning To Fly
04 Yet Another Movie
05 A New Machine (part 1)
06 Terminal Frost
07 A New Machine (part 2)
08 Sorrow
09 The Dogs Of War
10 On The Turning Away

CD2
01 One Of These Days
02 Time
03 On The Run
04 Wish You Were Here
05 Welcome To The Machine
06 Us And Them
07 Money
08 Another Brick In The Wall Part II
09 Comfortably Numb

Download parte 1.
Download parte 2.
Download parte 3.

Os Sete Melhores Bootlegs do Pink Floyd Parte 6: Welcome To The Machine - Madison Square Garden, New York 02-07-1977





O Rock Progressivo mostrou ao mundo uma perspectiva inovadora e muito séria de fazer rock 'n' roll. É claro que ao longo dos anos, alguns exageros cometidos pelos grupos mais famosos do estilo deturparam o conceito de Rock Progressivo, servindo até de chacota para o movimento Punk que tomou de assalto o mundo, à partir de 1975.
Muita gente pode até não gostar de Pink Floyd, mas é fato que dentre os grupos mais famosos do estilo, o Pink Floyd está ao lado do Gentle Giant como um dos poucos que mais acertou do que errou.
Depois que lançaram Dark Side Of The Moon, um desafio muito maior foi colocado à banda, sem que tivessem tomado conhecimento do fato: como lançar um album tão bom quanto Dark Side?
Não considero Wish You Were Here melhor, e muito menos, pior que Dark Side. Apenas o acho completamente diferente. E, na minha opinião, um dos responsáveis pelo grande sucesso do disco está na figura de um integrante pouco mencionado nessa fase da banda, mas que evoluiu de maneira meteórica como músico e compositor: Rick Wright.
Wright rouba a cena em diversas passagens de Wish You Were Here, quando coloca à frente das músicas os timbres mais bonitos e singulares, arriscando-se mais atrás de seus diversos teclados. Ele não usava capas douradas como Rick Wakeman, ou apunhalava o Hammond como Keith Emerson, mas continha-se em apenas tocar muito bem seus teclados, fazendo a "cama" para Waters & Gilmour.
Wish You Were Here foi um divisor de águas na carreira do Floyd, deixando para trás o punch rock 'n' roll e apontando para uma nova perspectiva musical, mais fria, ansiosa e concisa, ainda que Shine On You Crazy Diamond seja pautada em uma base blues.
A turnê do disco "emendou" com a de Animals (meu disco preferido do Floyd, ao lado de Obscured By Clouds), dando a impressão que se tratava de uma continuação das idéias propostas pela banda, naquele período, com uma pausa apenas no ano de 1976.
Bom, não é à toa que algumas faixas de Animals foram executadas precocemente do ano de 1974, sob títulos provisórios.
Welcome To The Machine capta o Floyd executando Wish You Were Here no ano de 1977, de forma honesta e muito fiel. Infelizmente a gravação é apenas boa, pois não foi gravado da mesa de som, mas a qualidade da gravação está bem legal, por se tratar de audiência.
Já procurei demais algum bootleg dessa fase, com uma gravação perfeita, mas foi em vão. Na verdade, nem tenho conhecimento da existência de algum assim.
O bootleg consiste de:

01 Shine On You Crazy Diamond parts 1-5
02 Welcome To The Machine
03 Have A Cigar
04 Wish You Were Here
05 Shine On You Crazy Diamond parts 6-9

Download parte 1.
Download parte 2.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Os Sete Melhores Bootlegs do Pink Floyd Parte 5: Live At Empire Wembley Pool, Wembley 16-11-1974 (re-post 04/09)


Ouvir Dark Side Of The Moon é uma experiência extremamente prazerosa e emocionante sempre.
Cada detalhe do disco, desde a elaboração de sua capa até os efeitos sonoros que enriquecem cada música e o efeito pan dos relógios... é uma verdadeira viagem ao ouvinte, e a cada audição, principalmente com fones de ouvido, é possível descobrir novos detalhes.
Tudo é perfeito nessa obra-prima: os timbres dos instrumentos, a ligação das músicas, a equalização do som. É ridículo não dizer que esse é um dos discos mais importantes e significativos da hitória da música conteporânea, não é à toa que desfilou por mais de duas décadas na lista dos discos mais vendidos da Billboard.
A turma do Floyd foi muito feliz na elaboração e concepção de Dark Side, em um esforço comunitário onde cada integrante desempenhou um trabalho além de simplesmente tocar seu instrumento, mostrando que ali estavam quatro músicos preparados para o estrelato mundial que veio a seguir, mas que não deixavam de simplesmente vestir camiseta e fazer compras em um super-mercado qualquer, afinal de contas eram pessoas quase comuns, a não ser pelo fato de serem "um Pink Floyd".
Conheço muita gente que não gosta de gravações ao vivo, preferem os discos de estúdio. Particularmente, ouvir um disco ao vivo é comprovar se a banda é boa mesmo ou não. Ultimamente estou tentando mudar esse meu conceito, pois existem muitos músicos e bandas que não tocam ao vivo e nem por isso não são músicos bons.
Mas o legal de ouvir uma gravação ao vivo é tentar assimilar o que realmente estava acontecendo ali, naquele instante: a vibração da platéia, a resposta e comportamento dos músicos, e a coisa mais legal de estar em uma banda, o trabalho em conjunto para fazer música para um monte de gente apreciar e curtir na platéia. Não há segredo na música, além disso.
Há muito tempo eu procuro por esse bootleg e só recentemente o encontrei. Eu tinha uma outra versão incompleta, ou seja, somente com o Dark Side, mas esse aqui tem Echoes também.
Esse show foi transmitido pela BBC, portanto a gravação é primorosa.
1974 foi o último ano que o Floyd tocou Dark Side na íntegra, voltando a executá-lo novamente apenas 20 anos depois. A banda está impecável, tocando Dark Side fielmente e a platéia interagindo com os músicos a todo instante. Realmente emocionante e vibrante... um bootleg marcante.
Não vou me atentar aos detalhes, pois eu tenho certeza que você vai baixar agora esse play e terá suas próprias impressões a respeito, mas só quero dizer que em Echoes há uma surpresa incrível: invés do solo de guitarra, o bom e velho Dick Parry detona em um solo maravilhoso de sax, enquanto a banda toca a música na "moralzinha".
As maravilhas de Empire Wembley Pool 1974:

01 Speak To Me
02 Breathe
03 On The Run
04 Time / Breathe (Reprise)
05 The Great Gig In The Sky
06 Money
07 Us And Them
08 Any Colour You Like
09 Brain Damage
10 Eclipse
11 Echoes

Vide comentários.

Os Sete Melhores Bootlegs do Pink Floyd Parte 4: Black Wizard - Montreux 18-09-1971



A capa desse bootleg é muito engraçada, primeiro porque a maioria dos bootlegs que trazem a foto de um integrante do Floyd, ou é foto do Gilmour ou é foto do Waters. Interessante essa homenagem ao nosso querido batera.
Segundo porque o título é bastante sugestivo: quem seria o bruxo negro?? O Mason??
Bom, brincadeiras à parte, esse é o play que ainda me deixam dúvidas: não sei precisar se foi gravado da mesa de som ou se foi de audiência. A qualidade de gravação é muito boa, mas um toque de ambiência no som me deixa essa dúvida...
Enfim, mais uma pérola da turnê de Meddle que infelizmente não traz o show completo, mas dá para curtí-lo no carro, numa viajem de São Paulo à Campinas, pois são quase 53 minutos de duração.
Músicas:

01 Echoes
02 Carefull With That Axe, Eugene
03 Set The Controls For The Heart Of The Sun

Download.

Os Sete Melhores Bootlegs do Pink Floyd Parte 3: Smoking Blues - Montreux 21-11-1970




Assim como postei em "Os Sete Melhores Bootlegs do Pink Floyd: Introdução", dizendo que apenas um dos sete bootlegs fora gravado de audiência, preciso fazer uma correção: o bootleg em questão seria esse Smoking Blues, mas estava errado.
Não sei nada a respeito desse bootleg, mas pesquisando um pouco, descobri que esse show foi gravado pela própria EMI e seria gravado em acetato para uma provável distribuição como material promocional da gravadora, inclusive contendo uma entrevista em francês, com David Gilmour. Ou, a EMI gravou a apresentação em dois acetatos e os distribuiriam. Também não sei dizer se todas as músicas foram gravadas no acetato ou apenas uma ou outra acompanhada da suposta entrevista.
Pelo baixo ruído da gravação, característico de velhas master tapes, me arrisco em dizer que não foi extraído dos supostos acetatos.
O fato é que essa pérola "vazou" dos arquivos da EMI e acabou caindo em mãos sagradas que o transformou em um bootleg incrível e pouco mancionado na internet.
Curiosamente, a mesma "mão sagrada" que editou o material provavelmente também fez "fezes" na elaboração da capa: como vocês podem observar acima, colocaram uma foto da fase Syd Barrett... coisas de bootleg!
O play abre com uma versão visceral de Astronomy Dominé, que coloca no bolso aquela famosa versão engana-trouxa do disco "ao-vivo-sem-platéia" de Ummagumma.
O Floyd passava por uma fase de auto-afirmação após a saída de seu líder, principal compositor e figura carismática do freak mais famoso do mundo: Syd Barrett.
Em 1970 estavam indo muito bem, obrigado, após o lançamento do audacioso e arriscado Atom Heart Mother e assentavam pedra após pedra na estrada rumo ao sucesso mundial, ou seja, houve uma evolução significativa, lançando um disco melhor que o anterior em uma escalada durante toda a década de 70, que chegou ao fim com o lançamento de The Wall.
O Floyd "manda ver" em uma versão um pouco reduzida de Atom Heart Mother, sem acompanhamentos, exatamente como a do video KQED. Fenomenal!!
Bastante interessante também, é o blues Just Another Twelve Bar, em um momento descontraído da banda, e as sempre bem-vindas Cymbaline (emocionante e melódica) e Embryo. Agora, pérola mesmo é ouvir os caras tocando More Blues, do More!! Raridade pura!! Rick Wright arregaça!!
A gravação é quase perfeita, "estourando" um pouco às vezes, mas nada que diminuir um pouco o volume não resolva. É uma presentação do Floyd que vale muito a pena.
Acho que a arte da capa confunde um pouco os fãs e acaba funcionando como repelente para quem não curte muito a fase inicial do Floyd, levando a crer que seja um show de 67/68.
Antes que eu esqueça de mencionar, esse show foi gravado no Casino do Grand Hotel, em Montreux, aquele mesmo que pegou fogo e inspirou o Deep Purple a escrever Smoke On The Water.
O tracklist dessa maravilha é composto de:

01 Astronomy Dominé
02 Fat Old Sun
03 Atom Heart Mother
04 Cymbaline
05 Embryo
06 Just Another Twelve Bar
07 More Blues

Download parte 1.
Download parte 2.

Os Sete Melhores Bootlegs do Pink Floyd Parte 2: BBC Archives 1970-1971



















Quando eu era adolescente eu sonhava com duas coisas: a minha primeira transa e comprar um vinil pirata do Floyd! Ainda bem que as duas coisas não demoraram a acontecer: com o primeiro salário que recebi em meu primeiro emprego, corri até a Galeria do Rock e acertei em cheio na compra.
Naquela ocasião comprei um vinil duplo e colorido chamado Atom Heart Mother Goes On The Road, que nada mais é do que esse BBC Archives, só que com duas músicas a menos.
Quando eu coloquei a bolacha no toca-discos uma satisfação e prazer tomaram conta de mim porque a qualidade da gravação "só" era perfeita!
Como qualquer outro bootleg, esse aqui foi relançado sob vários outros títulos e de diversas formas diferentes, ou seja, total e parcial, em vinil e em CD.
Mas esse BBC Archives traz duas apresentações na íntegra, no Paris Cinema em Londres e apresentadas pelo DJ da BBC, John Peel: uma em 16 de julho de 1970 e a outra em 30 de setembro de 1971.
Esse bootleg é espetacular em todos os sentidos: a gravação é cristalina e o Floyd está tocando muito. Vamos e covenhamos, o Floyd ao vivo nunca foi uma excelente banda, tecnicamente falando. Waters sempre deu umas escorregadas na afinação e de vez em quando entrava fora do tempo em uma música aqui e acolá. Na turnê de 75 e 77 foi a vez de Gilmour dar umas pisadas na bola quanto à afinação, principalmente nos backing vocals de Have A Cigar... mas tudo bem, acontece.
Entretanto, em BBC Archives os caras estão tocando muito! É emocionante ouvir a banda abrindo a apresentação com Embryo, em uma versão incrível! Sem contar que há também as ótimas Fat Old Sun, com um solo de Gilmour melódico demais, muito bonito mesmo, e Green Is The Colour.
O grande barato está no fim do disco 1, onde a banda apresenta Atom Heart Mother na íntegra, inclusive com uma sessão de metais e corais e todos os efeitos sonoros da versão em estúdio. Mágico!
A apresentação de 71 abre com Fat Old Sun, mas as novidades são as músicas de Meddle, que na minha opinião resumem muito bem o que é Rock Progressivo: One Of These Days e Echoes.
Sou fanático por Gentle Giant, King Crimson, Yes, ELP e Genesis, mas Echoes é a obra máxima do Rock Progressivo.
Seu desenvolvimento em um único tema, simples inclusive, de fácil execução mas que traz para mim uma saudade de algo que eu nunca vi ou vivi, não sei explicar... e o baixo marcante de Waters, sempre pulsante enquanto Wright marca os contra-tempos da música com seu órgão Farfisa e Gilmour usando e abusando do delay e do overdrive... volto para minha adolescência e lembro que eu queria ser o próprio Roger Waters tocando um Fender Jazz Bass!
Detesto esse rótulo de space rock muitas vezes aplicado ao som do Floyd mas Echoes me transporta para uma dimensão que não é a que vivemos, e que deve estar tão longe ou tão perto daqui.
Tracklist:

CD1:
01 Openning Speech
02 Embryo
03 Fat Old Sun
04 Green Is The Colour
05 Careful With That Axe, Eugene
06 If
07 Atom Heart Mother

CD2:
01 Fat Old Sun
02 John Peel Announcement
03 One Of These Days
04 Embryo
05 Echoes
06 Blues

Download parte1.
Download parte2.

Os Sete Melhores Bootlegs do Pink Floyd Parte1: Amsterdam 17-09-1969


Esse bootleg é mais conhecido sob o título The Man & The Journey, inclusive com uma capa totalmente diferente dessa acima e com divisão das músicas também um pouco diferente, mas o show é exatamente o mesmo.
The Man & The Journey foi um projeto que o Pink Floyd estava trabalhando em 1969, mas que nunca foi lançado. O mesmo projeto é freqüentemente chamado de The Massed Gadgets Of Auximenes, que era o título de uma série de concertos realizados em 1969 onde o Floyd tocou duas suites, uma foi chamada The Man e a outra The Journey.
A primeira apresentação da peça aconteceu no dia 14 de abril de 1969, em Londres e depois foi executado várias vezes durante o ano.
Existem rumores que The Man & The Journey foi planejado originalmente para o lançamento de um álbum, mas o Floyd tinha em andamento muitos projetos diferentes em 1969 e muitas canções foram lançadas nesses projetos. Algumas delas foram usadas na trilha sonora do filme More, outras viraram composições individuais no disco de estúdio de Ummagumma e uma apareceu na trilha sonora de Zabriskie Point.
Esse concerto em Amsterdam, no dia 17 de setembro de 1969, tem a melhor qualidade sonora que os demais bootlegs porque houve a radiodifusão do espetáculo inteiro pela estação de rádio holandesa VPRO.
The Man & The Journey é considerado o primeiro trabalho conceitual da banda, algo que o Floyd posteriormente seria especialista, como é o caso de Dark Side Of The Moon, Animals, The Wall e The Final Cut.
Uma das músicas mais legais desse bootleg é Afternoon, que na verdade é Biding My Time, somente lançada na versão de estúdio em Relics (1971).
Esse texto foi parcialmente extraído do Wikipédia.
O album é duplo, contém a arte original e abaixo o tracklist:

CD1 - The Man
01 Introduction
02 Daybreak
03 Work
04 Tea Time
05 Afternoon
06 Doing It!
07 Sleeping
08 Nightmare
09 Daybreak (part 2)

CD2 - The Journey
01 The Beginning
02 Beset By The Creatures Of The Night
03 The Narrow Way
04 The Pink Jungle
05 The Labyrinths Of Auximenes
06 Behold The Temple Of Light
07 The End Of The Beginning

Os Sete Melhores Bootlegs do Pink Floyd: Introdução

O mundo dos bootlegs (vulgo "disco pirata") ou Roio (Record of Indeterminate Origin - gravação de origem indeterminada) é muitas vezes ingrato.
Com o advento da internet e a digitalização dos primeiros bootlegs lançados ainda nos anos 70 tornou a procura por eles ainda mais confusa, demorada e incerta. O cruzamento de informações via internet é uma boa opção para quem está à procura de uma determinada gravação, porém, é bom lembrar que apenas alguns poucos sites trazem informações consistentes e precisas quanto ao assunto, inclusive informações quanto às capas, tracklist, qualidade da gravação, tempo de duração de cada música, formação e, principalmente, a data e local da gravação.
É claro que muitos bootlegs contém erros gráficos, não seria muito difícil encontrar por aí um bootleg do "Pink Floid", quanto mais trazer em suas capas informações precisas.
Aí é que entra a importância desses poucos sites que são verdadeiras enciclopédias dos bootlegs.
Como a postagem trata-se do Pink Floyd, posso mencionar aqui pelo menos dois sites fantásticos: o Pink Floyd Concert Database e o Pink Floyd RoIO Database.














Se você possui muitos bootlegs e pouca informação quanto à eles, acesse esses dois sites, cruze as informações e descubra exatamente qual bootleg você tem em mãos.
Outro detalhe fundamental está no fato de a mesma gravação possuir muitas vezes, títulos e artes diferentes, confundindo ainda mais o ouvinte e fazendo com que baixemos a mesma gravação várias vezes, porém com títulos diferentes.
Vou dar um exemplo bem simples: um bootleg bem conhecido do Floyd (um dos mais velhos e muito ruim por sinal) é o In Celebration Of The Comet: The Coming Of Kahoutek. Esse bootleg é uma péssima gravação de audiência, onde o Floyd toca The Dark Side Of The Moon inacabado, em 17 de fevereiro de 1972, no London Rainbow Theatre.Ele foi lançado em vinil, ainda nos anos 70 e relançado sob vários outros títulos, também em vinil e posteriormente em CD. É exatamente isso que confunde muito o internauta, na hora de escolher e sair à procura de um determinado bootleg pela internet.
Por fim, um detalhe crucial para valer a pena ou não, procurar por um bootleg: a qualidade de gravação. Noventa por cento dos bootlegs são horríveis, pois são gravados de audiência.
E como isso era feito? Existiam várias maneiras de se gravar um show. Vamos nos lembrar que estamos falando dos anos 70, portanto, muitas casas de shows ou os festivais a céu aberto não tinham um controle de segurança como existe nos dias de hoje, como é caso da Via Funchal, onde acredito eu, deve ter até detector de metais nas entradas.
Então, era muito fácil um sujeito da platéia entrar com um pequeno gravador de fita K7 e gravar o show. A maioria dos bootlegs gravados de audiência têm esse tipo de (falta de) qualidade mas a coisa não pára por aí, foi-se evoluindo as técnicas de gravação e uma delas, e melhor, era a do sujeito que, de um jeito ou de outro, conseguia entrar no show com um gravador de fita e um microfone. Depois disso, era simples: bastava direcionar o microfone à frente de uma das torres de som. Alguns bootlegs gravados de audiência possuem boa ou muito boa qualidade de gravação porque foram feitos dessa forma. Imagino eu, é claro, que mesmo naquela época seria preciso subornar a segurança ou ter amizade com alguém da equipe técnica para facilitar a entrada com um equipamento de gravação.
Nos anos 70 era muito comum as bandas serem donas de seu próprio eqipamento de som, de caminhões e carretas para transporte e ter sua própria equipe técnica.
Vide o próprio exemplo do Floyd que, em 1969, posou para a foto da contra-capa de Ummagumma à frente de seu equipamento de som. Existe um mito de que fizeram isso para mostrar que naquela época, eles possuíam o melhor e maior equipamento de som... não sei se é verdade, mas isso motivou até os Mutantes no ano de 1970, a fazer a mesma coisa na contra-capa de Jardim Elétrico.
Se você conhecia alguém da equipe técnica, aí a coisa rolava numa boa, poderia posicionar o equipamento em um local privilegiado, fora do alcance dos barulhos da platéia e fazer uma excelente gravação. Ou melhor ainda: poderia até gravar direto da mesa de som.
No caso do Pink Floyd isso é raríssimo, mas no caso de bandas como Genesis e Led Zeppelin, por exemplo, é comum encontrar bootlegs com qualidade perfeita de gravação, justamente porque algum maluco por aí conseguiu um canal direto da mesa de som.
Os melhores bootlegs do Floyd são frutos de transmissões de rádio na época. Imagino eu que os tapes deviam estar perdidos em antigos estúdios e, de vez em quando, alguém acaba descobrindo isso e surge um novo bootleg.
Há alguns anos, foi descoberto dentro de uma velha mala em um brechó, vários tapes dos Beatles com gravações inéditas. Um bom exemplo de descoberta casual e de importância histórica sem precedentes.
Gravar um show com boa qualidade hoje em dia é difícil. Existe um trabalho eficiente por parte da segurança, que impede a entrada de equipamentos de gravação e, muitas vezes, até de celulares. A equipe técnica e aparelhagem geralmente é terceirizada, dificultando o acesso à um canal da mesa de som... ou alguém por aí é amigo de um integrante da equipe técnica do Eric Clapton??
Ainda assim, existem bandas que procuram meios extremos de evitar ou não esse tipo de situação e vou citar dois exemplos claros, onde uma banda entende que os bootlegs não atrapalham seus negócios, pelo contrário, ajuda a divulgar ainda mais sua música e a outra banda entende que até pode ganhar uma grana com eles.
Em 1997, se não me engano, a dupla Jimmy Page e Robert Plant liberou alguns canais da mesa de som para quem quisesse "piratear" seus shows. O resultado disso foi uma avalanche de bootlegs de excelente qualidade no mercado e tenho certeza que a dupla não ficou nem mais pobre e nem mais rica com isso.
O outro exemplo é o Pearl Jam que há alguns anos lançou cerca de 30 CD's ao vivo de uma determinada turnê. O intuito da banda foi o de evitar a "pirataria" de seus shows e colocaram no mercado esses CD's com preços mais acessíveis.
Infelizmente, aqui no Brasil só foram lançados meia dúzia desses CD's ao vivo e lembro bem que, na época, esses CD's não eram mais baratos que os outros da loja, como queria a banda... "fominha" essa indústria fonográfica, não acham?
Eu quero deixar bem claro que eu não concordo com a "pirataria", está escrito nas leis do Brasil que isso é crime e devemos respeitar, como cidadãos brasileiros que somos.
Mas eu também acho um absurdo uma porcaria redonda de plástico, embalada em uma caixinha também de plástico custar R$35,00, R$40,00, por isso já a alguns anos eu não compro mais CD's. Abri mão de meu hobby de colecionar CD's e parti para os downloads. Sou feliz do mesmo jeito.
Não classifico os bootlegs como um CD "pirata", para mim, um bootleg é uma verdadeira obra de arte se bem gravado e não deve ser extinto ou combatido, mas sim legalizado de alguma forma.
Na década de 90 a Itália tentou fazer isso por alguns anos, através do S.I.A.E. (Società Italiana degli Autori ed Editori).
A idéia era bem simples e muito boa: os bootlegs só recebiam o carimbo do S.I.A.E. se apresentassem o mínimo de qualidade. Houve uma avalanche de bootlegs italianos naquele período, mas tudo que é bom dura pouco.
A indústria fonográfica internacional não viu com bons olhos a idéia dos italianos e tratou de "melar" a iniciativa deles.
Com toda essa dificuldade de encontrar um bom bootleg do Pink Floyd na internet, eu selecionei os 7 melhores da banda, que eu conheço. Meu principal critério de avaliação foi a qualidade de gravação: seis deles foram transmitidos via rádio e a gravação é dos tapes masters, ou seja, antes de irem ao ar.
Apenas um deles provavelmente foi gravado de audiência, mas como a qualidade é muito boa resolvi incluí-lo. Acompanhe passo-a-passo as próximas postagens e verá que qualidade é artigo fundamental do Câmara de Eco.
Agradecimentos especiais ao meu querido irmão Rinaldo Lucon, pelas fotos.
Abraços à todos.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Manassas - Live At Concertgebouw, Amsterdam, Holland, March 22, 1972






















Essa postagem só foi possível graças à um sujeito chamado Stephen, do BigO. Procurei por tempos esse bootleg do Manassas, sem sucesso, e o encontrei no BigO. Infelizmente (ou felizmente) cheguei tarde demais e os arquivos não estavam mais disponíveis.
Entrei em contato via e-mail e o Stephen os disponibilizou por algumas horas.
Gravado em 22 de março de 1972 e transmitido por uma rádio holandesa, esse bootleg do Manassas é incrível por sua impecável qualidade sonora, importância histórica, por se tratar de um registro ao vivo do Manassas, e pela imensa dificuldade em encontrá-lo na internet.
Primeira apresentação da banda (formada por Stephen Stills em 1971, então integrante do Crosby, Stills, Nash & Young) aconteceu dois meses antes do lançamento do debut, simplesmente intitulado Manassas.
Stills não foi "fominha" no Manassas: divide as composições com o restante da banda - sete ao todo, incluindo ele - e também os vocais com o guitarrista Chris Hillman.
Nesse show, o Manassas apresenta músicas de seu futuro lançamento, canções do CSN&Y e músicas da carreira solo de Stills, em especial, do album Illegal Stills (1971).
Ele também não foi nada bobo, reuniu excelentes músicos para formar uma verdadeira super-banda, afinal de contas a concorrência no cenário rocker da época era enorme, haja visto que os Stones estavam em uma fase espetacular com Mick Taylor na guitarra e o Allmam Brothers e Grateful Dead arrebanhavam cada vez mais seguidores em seus shows intermináveis.
Na verdade, é muito chato resenhar um album ao vivo, oficial ou não, por se tratar de um trabalho realizado em uma tarde, uma noite.
Tão logo devo postar o album Manassas aqui, cercado de suas histórias e sonoridade que o fazem tão importante, agradável e especial.
É importante salientar que um bom disco só é bom, quando vem recheado de histórias e mitos que mistificam e colorem suas canções. Isso não é via de regra, mas é apenas minha humilde opinião quanto aos discos que "degusto".
Houve uma dificuldade considerável em postar esse play, portanto baixe-o agora e garanta a diversão e felicidade de seu próximo final de semana!
Manassas Live At Concertgebouw é um registro emocionante e capta fielmente uma banda ao vivo que teve uma vida breve, porém emocionalmente intensa - não foi uma banda qualquer.
Dedico essa postagem ao meu amigo Marinho Zamarian, que apresentou o Manassas à mim, a long, long time ago.
O disco é duplo, a gravação é excepcional, exceto a última música, Find The Cost of Freedom, que foi gravada de audiência e nem sei ao certo, se faz parte da mesma apresentação. Contém a arte da capa e contra-capa e o tracklist é:

CD1
01. Rock & Roll Woman
02. Bound To Fall
03. Hot Burrito #2
04. It Doesn't Matter
05. Go Back Home
06. Change Partners
07. Know You Got To Run
08. 4+20
09. Intro To Blues Man
10. Blues Man
11. Word Game
12. Do For The Others
13. Move Around
14. Both Of Us (Bound To Lose)
15. Love The One You're With
16. He Was A Friend Of Mine

CD2
01. Fallen Eagle
02. Hide It So Deep
03. Johnny's Garden
04. Don't Look At My Shadow
05. Sugar Babe
06. Four Days Gone
07. 49 Bye-Byes / For What It's Worth
08. Song Of Love
09. Rock & Roll Crazies
10. Cuban Bluegrass
11. Jet Set (Sigh)
12. Anyway
13. The Treasure
14. Find The Cost Of Freedom

Download parte 1.
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