Os princípios do Câmara de Eco.

A finalidade do Câmara de Eco é funcionar como modesta referência para aqueles que procuram novos e velhos sons, publicando informações e indicando bons trabalhos merecedores de audição mais atenta.
Da mesma forma que um amigo empresta um CD a outro, faço questão de apresentar a você, internauta amigo e amiga, boas amostras de rock, jazz, progressivo, blues e folk, e com isso, espero, possamos divulgar a música vista como forma de arte e não como um produto qualquer dentro de uma caixinha acrílica.
Abraços e boa diversão!
Lucon

domingo, 30 de dezembro de 2007

The Green Bullfrog Sessions - Vários












Se você é fã de Deep Purple e blues em geral, então não deixe de ouvir essa raridade. Olhe só os "sapos" que tocam nesse projeto, idealizado pelo produtor Derek Lawrence e lançado em 1970: "Pinta" é Albert Lee (guitarra e vocais), "Speedy" é Ian Paice, batera do Deep Purple, "Boots" é Ritchie Blackmore, guitarrista do Deep Purple, e "Vicar" é Tony Ashton (teclados), entre outros. Por razões contratuais, os músicos foram identificados sob pseudônimos e o que se ouve aqui é um blues rock de primeira qualidade. Às vezes fico pensando que esses projetos relâmpagos, lançados nas décadas de 60/70, realmente captavam a alma do rock and roll, sem que os músicos tivessem que passar meses dentro de um estúdio, algo um tanto estressante e cansativo. E pensar que esses caras gravaram essa porrada em 3 dias!!! Cara, imagine Albert Lee, um dos maiores nomes do blues de todos os tempos, tocando com Blackmore e Ian paice, no auge de suas carreiras?! Então, escute "Makin' Time" ou "I'm a Free Man" no volume máximo e faça uma festa em sua casa. Meu amigo e amiga, esse "Sapo Verde" é muito honesto e pode crer, levanta defunto!!

Lord Sutch And Heavy Friends
















Lord Sutch, cujo nome verdadeiro é David Edward Sutch, era de fato um lord britânico. Rico e envolvido com a política e a música da Inglaterra, pagava os cachês de seus amigos e gravava alguns discos. Era uma figura totalmente louca e também muito querido, um personagem folclórico da hitória pop da Inglaterra. Em 1968 partiu para os EUA com um Rolls Royce pintado com a bandeira da Inglaterra, rebocando uma "parede" de amplificadores Marshall que ele pretendia vender. Em 1970 lançou esse "Lord Sutch And Heavy Friends" (relançado nos anos 90 como "Smoke And Fire"), um album fundamental na coleção de qualquer amante do bom e verdadeiro rock and roll. Uma constelação participou das gravações desse petardo: Jimmy Page na guitarra e John Bonham na bateria, ambos do Led Zeppelin, Jeff Beck na guitarra, Noel Redding (ex-Jimi Hendrix Experience) no baixo e Nicky Hopkins (Rolling Stones) nos teclados. Esse play é muito louco e as histórias que cercavam a vida e a obra de Lord Sutch são mais malucas ainda. Por vários anos ele foi canditado a prefeito de Londres mas nunca venceu as eleições. Após sua última tentativa, enforcou-se em 16 de junho de 1999.
Viva a memória de uma figura que fez o mundo um pouco mais divertido e rock and roll!!

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Blind Faith - Blind Faith (re-post 04/09)





O Blind Faith foi formado em Londres, em 1969, após a dissolução do power trio Cream. O guitarrista Eric Clapton e o baterista Ginger Baker juntaram-se ao tecladista e vocalista do Traffic, Steve Winwood e ao baixista Rick Grech, tornando-se conhecidos como o primeiro "supergrupo" do rock..
Em sua primeira apresentação, atraíram mais de 100.000 pessoas ao Hyde Park em Londres, em 7 de junho de 1969 (vide o DVD oficial Blind Faith London Hyde Park 1969. Sua turnê americana foi um grande sucesso e tão logo lançaram seu único álbum de estúdio, com a capa censurada nos EUA.
Foi uma carreira curtíssima, mas que serviu de base para consolidar ainda mais a fama e sucesso que Eric Clapton obteve nos anos seguintes, em sua carreira solo e a reestruturação do Traffic, que também despontou naquela década.
Ginger Baker, assim como Clapton, também investiu em sua carreira solo e pelo visto também não ficou desempregado. O baixista Rick Grech tocou em inúmeras bandas, até seu falecimento em 1990.
“Blind Faith” é um disco de rock and roll, mas não espere nada parecido com o Cream. Aliás, está mais próximo do Traffic.
O álbum começa com “Had to Cry Today”, com um riff muito legal de Clapton, até parece que vem Cream por aí mas na verdade este play é uma coleção de músicas muito agradáveis, como a acústica “Can’t Find My Way Home” e a linda “Presence of the Lord”, uma canção que realmente eleva o espírito.
O disco fecha com “Do What You Like”, uma viajem de mais de 15 minutos, com um acento um tanto oriental. Legal saber que a história desses grandes músicos não parou por aí e que cada um deles ainda fez muita coisa boa.
Vide comentários.

James Gang - Bang
















Eu nem sei como começar a resenhar esse "Bang"... sou fã do guitarrista Tommy Bolin e acho que ele não teve tempo de lançar algum trabalho fraco, o que é absolutamente normal e aceitável na carreira longa de qualquer músico. É óbvio que isso se deve ao fato de ter morrido precocemente em 1976, aos 25 anos de idade. Tente imaginar, por exemplo, Jimi Hendrix vivo até hoje... provavelmente estaria lançando coisas maravilhosas... ou não. O fato é que após a saída do guitarrista, vocalista e líder Joe Walsh, o baterista Jim Fox e o baixista Dale Peters não jogaram a toalha, pelo contrário, recrutaram novos músicos e lançaram dois ótimos discos: "Passin' Thru" e "Straight Shooter". Ainda assim as coisas não andavam bem e aí entra nosso amigo Tommy Bolin, no lugar do guitarrista Domenic Troiano e completando o time, o excelente vocalista Roy Kenner. Aliás, se alguém souber de algum outro trabalho desse cara, fora da James Gang, me avise pois gosto muito da voz dele. Estranhamente, essa formação da James Gang não fazia shows, mas há um vídeo bootleg dos caras tocando no D.K. Rock Concert, em 1974. Veja a versão que eles fizeram para "Funk #49", do álbum "Rides Again". Simplesmente louco demais!! Olhe, sou fã ardoroso de David Gilmour e sei que ninguém domina o pedal delay como ele, mas cara, Tommy Bolin mandava muito nesse pedal. Aliás, o play começa com "Standing In The Rain", onde Bolin começa a "ensinar" como se usa esse pedal. Fantástico!!! Minha esposa sempre diz que essa música lembra Barão Vermelho... ótimo, principalmente porque Barão Vermelho é um orgulho brasileiro. O disco varia entre alguns rocks e algumas músicas mais cadenciadas, característica peculiar da James Gang, já que eles tinham uma das mais funks e melhores "cozinhas" do rock: Fox e Peters. Aqui também tem uma música que consagrou Bolin, por sua voz pequena mas suave: "Alexis". Com um toque meio jazz, meio bossa nova. Bolin se dizia fã de música brasileira... que honra. "Rather Be Alone With You (a.k.a. Song For Dale) traz um jogral de vozes muito legal, bem soul, que prepara a grande surpresa do play, "From Another Time", uma música fantástica, com uma levada funk muito forte mas que se você escutá-la com muita atenção, verá que esses quatro caras, me desculpem o termo, eram fodões pra caramba e tocavam muito.

Crosby, Stills, Nash & Young - Déjà vu










Na virada dos anos 60 para os 70 era comum músicos deixarem suas bandas de origem e juntar-se a outros músicos, e assim formar novos “supergrupos”. E se não bastasse, batizavam suas novas bandas com seus sobrenomes, como em grandes corporações industriais ou comerciais.
Crosby, Stills, Nash & Young é uma união fantástica e duradoura, nem sempre lançando discos com os quatro juntos, mas volta e meia sempre acontece alguma parceria entre eles.
Os caras já haviam lançado seu primeiro disco homônimo, sem Neil Young, mas esse “Déjà vu” é fenomenal, maravilhoso e perfeito!! A fusão de rock com folk e country é perfeita, sem falar na combinação de suas vozes, a grande marca de seus trabalhos.
Não há disco no mundo melhor do que esse para escutar em um rancho ou sítio – o verdadeiro “rock rural”.
Até mesmo no Brasil, bandas como Sá, Rodrix e Guarabira também fizeram seu rock rural, tamanha proporção que a música do CSN&Y atingiu naquela época e tomou de assalto o mundo, com uma nova proposta musical. Fizeram sua segunda apresentação como trio, no festival de Woodstock, diante de uma platéia de 400.000 espectadores e o sucesso foi apenas uma conseqüência na carreira desses brilhantes músicos. Em seguida, o canadense Neil Young veio juntar-se ao grupo.
“Carry On”, “4+20”, “Déjà vu” e “Helpless” nos transportam imediatamente para a vida no campo, mesmo que você, sequer alguma vez em sua vida, tenho visto o que é uma bosta de vaca. Tem também queles rocks arrasa-quarteirão como “Almost Cut My Hair” (mais bicho-grilo que esse título não há), “Woodstock” e “Everybody I Love You”.
Destaque todo especial para “Country Girl”, uma música onde a voz com sotaque caipira de Neil Young é apoiada pelas vozes de Graham Nash, David Crosby e Stephen Stills. Esbanja emoção.
Estamos falando de uma época perdida no tempo... uma época em que saber cantar e tocar era fundamental e que estava muito, muito longe de terem o auxílio de programas de computador que corrigiam as vozes. Era tudo feito na raça e com emoção.

Vanderhoof - Vanderhoof



Lançado em 1997, esse album mais parece um trabalho perdido dos anos 70. Liderado pelo ex-guitarrista e fundador do Metal Church, Kurdt Vanderhoof, o Vanderhoof teve como proposta gravar um album totalmente analógico, utilizando-se dos timbres do maravilhoso órgão Hammond, pilotado por Brian Cokeley (que já trabalhou com Quiet Riot, Commodores e Earth, Wind & Fire), à frente em todas as faixas. O disco é tão retrô, que os caras dividiram o CD em Side 1 e Side 2, assim como nos inesquecíveis discos de vinil. Portanto, quando as faixas número 1 e 7 começam a tocar, ouve-se o pousar de uma agulha sobre o LP, e em seguida aquele chiadinho bem característico. Dono de uma voz bonita e sem exageros, o vocalista Damon Albright manda muito bem em músicas como "Angel Now", "Bleed" e na belíssima "50 Cent Symphony", acompanhada pelos sons dos saudosos teclados Mellotron e Mini Moog. Não deixe de ouvir o hard 'n' blues "Game Is Played", com um som de Hammond muito legal, sobre uma base à la Deep Purple. Um disco de hard pautado nos sons e timbres dos gloriosos anos 70, muito bem feito, empolgante e acima de tudo rock 'n' roll. Como bônus, há uma versão fidelíssima de "Burn", do Deep Purple.

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domingo, 23 de dezembro de 2007

Chris Squire - Fish Out Of Water

























Após o fiasco comercial de “Tales from Topographic Oceans”, álbum lançado pelo Yes em 1974, o tecladista Rick Wakeman deixou a banda, partindo para sua bem-sucedida carreira solo. Em seu lugar entrou Patrick Moraz e lançaram o ótimo “Relayer”, em 1975. Sua turnê foi excelente e entre os anos de 75/76 todos os músicos da banda lançaram discos solo. O Yes ainda achou tempo para fazer uma pequena tour nesse período, intitulada “Solo Album Tour”, tocando algumas músicas desses discos solos, além de seu repertório tradicional.
Talvez, esse “Fish Out of Water” seja o melhor deles, apesar de “Beginnings”, do guitarrista Steve Howe e “Ramshakled”, do baterista Alan White, serem ótimos.
Chris Squire além de tocar baixo também faz todas as guitarras do disco, acompanhado pelo ex-baterista do próprio Yes e King Crimson, Bill Bruford, pelo então tecladista do Yes, Patrick Moraz, pelo organista da St. Paul's Cathedral de Londres, Barry Rose, pelo pianista Andrew Jackman e pelo saxofonista Mel Collins (ex-King Crimson), além de uma orquestra completa.
A voz peculiar de Squire e o som agudo do seu baixo Rickenbacker são as assinaturas desse play, que não traz a grandiloqüência de sua banda de origem, mas sim o lado sinfônico do som progressivo.
Eu sempre fui fã de Chris Squire e ouvir esse play sabendo que ele é seu único disco solo é até um tanto triste, pois me pergunto o porquê um músico tão talentoso como ele não gravou mais nada sozinho... existe o álbum “Conspiracy” mas este é uma parceria com o músico Billy Sherwood e não um disco só dele.
Talvez a resposta esteja no fato de o Yes ser uma banda de operários, músicos afamados mas que realmente precisam gravar e fazer shows para sobreviverem, afinal de contas quem não precisa trabalhar? E aí, o tempo realmente é curto.
“Fish” (peixe) é o apelido de Squire e “...Out of Water” (...fora d’água) é uma alusão ao fato de ser um disco dele fora do Yes... mas nem tanto porque alguns de seus companheiros e ex-companheiros de banda o acompanham aqui.
Esse play é bem regular, todas as músicas são melódicas e seguem mais ou menos a mesma linha musical, sem exageros progressivos. Destaques para “Silently Falling” e “Safe (Canon Song)”.
Veja Chris Squire tocando "Hold Out Your Hand / You By My Side": http://www.youtube.com/watch?v=bjf_uahE_jY


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Billy Cobham - Spectrum


















Quando ouvi esse disco pela primeira vez, na casa de meu amigo Marinho Zamarian, eu não imaginava que depois daquele dia eu nunca mais deixaria de lembrar uma frase que ele havia dito a respeito da música “Stratus”: “essa música tem que ser ouvida no talo!”. E foi o que fizemos, acompanhados por uma cerveja bem gelada.
O panamense Billy Cobham já havia adquirido grande respeito desde suas sessões com Miles Davis, em seu revolucionário "Bitches Brew", mas o grande estrondo veio com a Mahavishnu Orchestra, que fez dele um nome super cotado entre músicos de diversos gêneros musicais, no início dos anos 70.
A merecida popularidade ajudou-o a lançar esse seu primeiro álbum solo, em 1973. Músicas envolventes, arranjos complexos, muita adrenalina e uma modéstia singular fazem desse disco um trabalho não de baterista para bateristas, mas sim um álbum universal, altamente recomendado para qualquer um que queira ter o prazer de se emocionar com essa pérola do jazz-rock / fusion.
Digo modéstia singular porque apesar de ser o disco solo de um grande baterista, todos os outros músicos que aqui participam acabam dividindo a cena com o batera, a começar com “Quadrant 4”, uma paulada no pé da orelha que no início tem o batera e o espetacular tecladista Jan Hammer quebrando tudo. Em seguida vem o baixo pulsante de Lee Sklar, fazendo a “cama” para a entrada triunfal da guitarra quente e esmerilhante do mestre Tommy Bolin, até então um jovem guitarrista que estava chamando a atenção por seu estilo marcante, mestre do pedal delay e com grande versatilidade, vide suas passagens em bandas como Zephyr, James Gang e Deep Purple.
Não vou ficar aqui descrevendo música por música porque esse álbum é indescritível e nada melhor do que você escutá-lo e tirar as suas próprias conclusões, mas vale lembrar que um time de peso participa desse play, como o grande baixista Ron Carter, na música “Spectrum”.
Outras músicas que completam o disco são as envolventes “Le Lis” e “Red Baron” e a porrada “Taurian Matador”, mas sugiro que comece a ouvir esse álbum da mesma forma que meu amigo me ensinou, ou seja, com “Stratus” e o volume no máximo. Aguarde a introdução pois ela reserva uma surpresa incrível assim que Billy Cobham dá a última batida e o baixo entra. FANTÁSTICO!!!!!!!!

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quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Cairo - Cairo


















Caramba!! Se pudermos comparar a música ao futebol (sic), estes são os "Pelés" dos anos 90!
Estes caras tocam muito e o que é melhor: o som deles é progressivo de verdade e não essa coisa bizarra que a mídia resolver chamar de prog-metal. Não que eu não goste de prog-metal, pelo contrário, mas é que eu sou radical quanto a este rótulo. Para mim, progressivo é progressivo e metal é metal... e vice-versa, como diria nosso caro Roberto Avallone.
Já que também foi citado aqui um pouco de futebol, vamos então à escalação desse disco: na zaga, o baterista Jeff Brockman e o baixista Rob Fordyce, no meio de campo o ótimo vocalista Bret Douglas e, no ataque, o goleador Alec Fuhman na guitarra e o matador tecladista, Mark Robertson.
Com o Cairo não tem essa frescurinha de gritinho no fim de cada frase não, aqui o vocal é pra macho, a cozinha não deixa o feijão queimar e a guitarra e os teclados saem costurando tudo.
Aliás, esse Mark Robertson toca muito! Adepto do órgão Hammond e grand piano, esse sujeito é responsável por fazer com que a sonoridade, às vezes, nos faça lembrar e muito os gloriosos Emerson, Lake & Palmer e Yes.
Mas, o legal desse primeiro álbum lançado em 1994, não é o fato de remeter ao progressivo dos anos 70, mas sim porque estes norte-americanos conseguiram em meio a década passada, lançar um álbum de rock progressivo atualizado, muito bem produzido e com uma pegada que, de longe, pode-se dizer: "é Cairo".
A bolachinha abre com uma pequena introdução e em seguida vem a ótima "Season of the Heart", com um trabalho muito legal da guitarra.
Na sequência vem "Silent Winter", um pouco mais pesada e rápida e, na mesma "toada", "Between the Lines".
"World Divided" dá uma quebrada no ritmo do disco. Essa é uma música linda, com um crescendo maravilhoso próximo de seu fim. Tudo isso para preparar o meio de campo para a grande surpresa do disco, os mais de 22 minutos da suite "Ruins at Avalon's Gate".
Essa é gol de placa!! Entre no carro, pegue a estrada e coloque-a para tocar! Faça duas viagens ao mesmo tempo, porque essa é indescritível, uma verdadeira pérola do progressivo atual.
Mesmo passando por várias mudanças de formação, o Cairo está na ativa até hoje, apesar de sua produção muito baixa - 3 discos em mais de 13 anos de carreira.
Dêem uma olhada no site de sua gravadora, a americana Magna Carta, parece açougue de boutique (sic), só tem picanha e filé mignon.

U.K. - U.K. (re-post 11/08)











Em setembro de 1976, o vocalista e baixista John Wetton e o baterista Bill Bruford, ex-integrantes do King Crimson, planejavam formar uma banda com o tecladista Rick Wakeman. O projeto foi "melado" pela gravadora de Wakeman, na época a A&M Records.
Determinados a trabalhar em conjunto, Bruford e Wetton recrutaram o tecladista e violinista Eddie Jobson, conhecido pelo seu trabalho com o Roxy Music, e o guitarrista Allan Holdsworth, ex-Soft Machine e Gong. U.K. lançou seu auto-intitulado álbum em 1978, chamando a atenção tanto dos fãs de progressivo quanto os de jazz e fusion.
Músicas como "In the Dead of Night", "Thirty Years", "Nevermore" e "Mental Medication" caíram como uma luva numa época em que o rock progressivo havia caído no limbo, esmagado pelo movimento punk e pela disco music. Muitos músicos nequele período recorreram a uma fusão com o jazz e o fusion, para tentar alavancar suas carreiras, tendo em vista que estes eram estilos emergentes e a cada dia ganhavam novos adeptos e ouvintes.
No caso do U.K. foi uma jogada certeira pois a banda partiu para algumas turnês bem sucedidas e seu sucesso de público e crítica foi imediato. No entanto, após excurção pelos EUA entre junho e outubro de 78, divergências musicais entre os músicos levaram a saída de Bruford e Holdsworth, que partiram para novos projetos em conjunto, mas isso é uma outra história...
Sem guitarrista, a banda contou com Terry Bozzio na batera, e como trio lançaram o segundo álbum, "Danger Money", que mais perecia um embrião sonoro do futuro Asia, e na sequência um disco ao vivo, "Night After Night".
Compre, tome emprestado, roube ou faça download desse álbum!! Isso é item obrigatório na prateleira de qualquer ser-humano que use pelo menos 0,0000007% da massa cinzenta.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

McDonald And Giles - McDonald And Giles (re-post 11/08)




McDonald And Giles é um álbum dos músicos britânicos Ian McDonald e Michael Giles, lançado em 1971. Embora McDonald And Giles permaneça popular entre os fãs de King Crimson, o seu sucesso comercial foi limitado. A dupla não conseguiu gravar um segundo álbum.
Ian McDonald, flautista, saxofonista e tecladista e Michael Giles, baterista, eram membros da formação original do King Crimson e participaram efetivamente da elaboração do fantástico álbum de estréia da banda, “In The Court of the Crimson King” (1969). Ambos deixaram o grupo no final da sua primeira turnê norte-americana, em 1969, embora Giles tenha tocado no segundo álbum do King Crimson, “In The Wake of Poseidon” (1970). Dois outros membros do King Crimson também trabalharam no álbum: Peter Giles, baixista, e Peter Sinfield, letrista e poeta.
A música de McDonald e Giles contém muitos elementos melódicos do King Crimson e fortes influências de Beatles e o álbum também é notável pela participação de Steve Winwood (Traffic), tocando órgão e piano em "Turnham Green".
Este é um disco melódico e extremamente agradável, perfeito para sentar-se no sofá, à luz do abajur.

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