Os princípios do Câmara de Eco.

A finalidade do Câmara de Eco é funcionar como modesta referência para aqueles que procuram novos e velhos sons, publicando informações e indicando bons trabalhos merecedores de audição mais atenta.
Da mesma forma que um amigo empresta um CD a outro, faço questão de apresentar a você, internauta amigo e amiga, boas amostras de rock, jazz, progressivo, blues e folk, e com isso, espero, possamos divulgar a música vista como forma de arte e não como um produto qualquer dentro de uma caixinha acrílica.
Abraços e boa diversão!
Lucon

sábado, 15 de agosto de 2009

Da Capo - Da Capo


Da Capo é uma banda alemã obscura do começo dos anos 70, com uma trajetória meteórica: gravaram seu único LP homônimo em 1970 em um pequeno estúdio, utilizando apenas dois canais para tal.
Sem recursos para divulgar o trabalho, venderem algumas cópias do LP em seus shows e mais um outro tanto em pequenas feiras de Nürnberg.
Mediante o fracasso comercial e abalados pelo desânimo, jogaram o resto da tiragem dos LP’s em um contêiner e colocaram um ponto final na curta carreira do grupo.
Apesar da época e dos poucos recursos financeiros, até que a qualidade de gravação ficou boa e, musicalmente falando, o disco é bem razoável, não há nenhuma novidade no som do quarteto formado por Peter Stanek (guitarra e vocais), Peter Treiber (guitarra), Peter Weisner (baixo) e Alfred Urban (bateria), mas os rapazes fizeram a lição de casa direitinho, lembrando vagamente em alguns momentos o som do Andromeda.
Destaque para She’s Leaving e A Day In The Rest Of My Life, de longe as melhores do disco.
Texto baseado no blog Orexis Of Death.

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The Greatest Show On Earth - The Going's Easy




Formado em meados de 1968 na Inglaterra pelo guitarrista Garth Watt-Roy e seu irmão, o baixista Norman Watt-Roy, o Greatest Show On The Earth contou no começo de sua carreira com um vocalista de New Orleans, Ozzie Lane, sendo substituído posteriormente por Colin Horton-Jennings.
A turma era completada por Mike Deacon (teclados), Ron Prudence (bateria) e um duo de sopros e metais, Dick Hanson e Tex Phillpotts.
Apesar do péssimo nome e aparentemente pretensioso, o Greatest Show On The Earth fazia uma excelente mistura de jazz, blues e progressivo, principalmente em seu segundo álbum, The Going's Easy, lançado em 1970.
Quem conhece o som do If vai se deliciar também com o Greatest..., afinal de contas a tônica do álbum se deve aos sopros muito bem encaixados, aos vocais de Colin Horton-Jennings e aos arranjos envolventes e bem elaborados, como na deliciosa Love Magnet, ou em Magic Woman Touch e Borderline.
Infelizmente a banda não vingou e logo em 1972 encerrou as atividades, deixando esse excelente Going's Easy para apreciarmos como se degusta um bom vinho.

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quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Graphite - Chestnut Loke




Muito legal esse Chestnut Loke, álbum que trás um apanhado de músicas registradas pelos ingleses do Graphite entre 1970 e 1974, período de atividade do grupo.
Durante esses anos tocaram ao lado do pessoal do Pink Floyd, Roxy Music e Queen, lançando apenas dois singles em sua breve história.
Somente em 1996 o selo Audio Archives colocou no mercado todos os registros da banda em um único CD, fazendo jus a história do grupo e não deixando passar em branco sua existência.
Era formado por Chris Gore (teclados), Dave Hook (guitarra), Keith Allen (vocais), John Jackman (baixo), Peter Dry (bateria), Dave Anderson (baixo) e Billy Rankin (bateria) – esses dois últimos apenas na faixa Freedom.
Melancólico, lisérgico e com algumas passagens de Mellotron, o Graphite tinha em seu som todo o aproach de uma banda do primeiro ou segundo escalão daquela primeira metade dos anos 70, mas que, por algum motivo de força maior o qual desconheço, não conseguiu decolar e até mesmo registrar pelo menos um álbum na íntegra.
Ainda bem que vasculhando os mais longínquos pontos da mãe internet acabamos por encontrar coisas desse nível e/ou raridade.
Aproveite bem esse material e viaje legal com Autumn, A Dragon’s Tale, Tide, She's Gona Way, Out In The Rain e outras mais que mantêm o pique diferentão do play.

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Home - Home
















Home é o segundo álbum da banda americana de mesmo nome, lançado em 1972.
Formado pelo quarteto Mick Cook (bateria), Mick Stubbs (guitarras, teclados e vocais), Cliff Williams (baixo) e Laurie Wisefield (guitarras), que apresenta um belíssimo álbum recheado de canções light e muito agradáveis, longe da pista rock que tanto assolou o começo da década de 70.
Com pitadas de folk, country e alguns arranjos um tanto sofisticados aqui e acolá, Home, o álbum, é uma boa pedida para um jantar entre familiares e amigos, ou mesmo para ser ouvido no momento de descanso e sossego.
A primeira música Dreamer não representa necessariamente o clima do disco, que se desenrola em canções instigantes como Fancy Lady,Hollywood Child, Rise Up e a bela Baby Friend Of Mine, sempre acompanhadas pela guitarra onipresente de Wisefield.
Vale destacar também a última música, My Lady Of The Birds, com seus nove minutos de pura viajem sonora.
Detalhe: o baixista aí, Cliff Williams, integrou posteriormente uma banda chamada AC/DC, alguém conhece?!

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sábado, 8 de agosto de 2009

John Paul Jones - Zooma


O John Paul Jones é aquele tipo de sujeito “come quieto”. Figura relativamente discreta no Led Zeppelin, porém competente e versátil como poucos.
Ouvindo atentamente as músicas da banda é possível observar claramente o quão genial esse cara foi naqueles tempos. E olhe que não era tarefa nada fácil fazer a cama para a guitarra mágica de Jimmy Page e levar a cozinha ao lado de um monstro sagrado da bateria que um dia atendeu pelo nome John Bonham.
Mas, enfim, o Led encerrou as atividades e John Paul Jones foi o integrante que menos “fez barulho” no cenário musical posteriormente, embora tenha colaborado com inúmeras bandas e projetos durante esse tempo.
Em 1999 Jones resolveu lançar seu primeiro trabalho solo, o álbum Zooma, pelo selo de Robert Fripp, o DGM.
Zooma é um trabalho impressionante, detalhista e expressivo. Apresenta toda a versatilidade já conhecida de Jones, e um pouco mais.
Nosso baixista cercou-se de excelentes músicos para confeccionar a bolachinha: Pete Thomas e Denny Fongheiser (bateria), Trey Gunn (guitarra e Warr Guitar) e Paul Leary (guitarra).
Atual, poderoso e melódico, Jones passeia entre o baixo, mandolim, double-neck e teclados em pérolas como Goose, Zooma, Tidal e a excelente Snake Eyes, com seu arranjo de orquestra e belíssimo solo de teclado por conta do anfitrião.

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Frijid Pink - Earth Omen



Hardão americano vindo de Detroit, Michigan, formado em 1967. No começo de carreira tiveram relativo sucesso com a versão em single para House Of The Rising Sun, do Animals.
Estrearam em LP em 1970 com o álbum homônimo e após algumas mudanças de formação lançaram seu último trabalho em 1975.
Earth Omen é seu terceiro trabalho, lançado em 1972. Em minha opinião, o melhor do grupo.
A formação desse disco foi Jon Wearing (vocais), Richard Stevers (bateria), Tom Harris (baixo) e Craig Webb (guitarra), contando com o músico adicional, o tecladista Larry Zelanka.
O Frijid Pink fazia um rock and roll com certo peso e envolvente, certamente deve agradar aos fãs de rock and roll setentista, como podemos comprovar nas ótimas New Horizon e Rainbow Rider.
Há de se destacar o excelente vocalista Jon Wearing, cujo timbre lembra um pouco o de Bobby Tench, aquele do excelente álbum Jeff Beck Group lançado em 72.
Quer ouvir um bom Hammond? Então aumente o volume nas faixas Mr. Blood e na primeira, Miss Evil. Camarada, que timbre! É de arrepiar!

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V/A - Progfest 1995

Há quase 15 anos tive uma das experiências musicais mais marcantes de minha vida, decisiva e fundamental para a expansão de minhas idéias e predileção pelo rock progressivo: fui morar em São Paulo para estagiar na White Martins e nesse período não perdia um programa do Sérgio Avellar na Brasil 2000 FM, A Hora Do Dinossauro.
Ouvia bandas até então desconhecidas para mim, gravava o programa em fitas K7 e anotava os nomes na agenda (do jeito que entendia), e na semana seguinte corria até a Galeria do Rock para comprar alguma coisa com a miséria que recebia como estagiário.
Foi uma época legal, vendia aos camelôs da Júlio Prestes o que sobrava do vale transporte para completar a grana que faltava para comprar o CD... ainda sobravam uns trocados para o Marlboro e tomar uma Coca-Cola na Galeria.
O tempo passou e hoje, através do blog, recebo relatos de pessoas com histórias e situações parecidas, e vejo que no fim das contas o que resta de bom são as memórias e experiências engraçadas em torno de nossas buscas por música.
Esse CD aqui postado eu nunca comprei, mas lembro-me de ouvir todas essas bandas no programa do Sérgio e fico pensando como hoje em dia é relativamente fácil ter acesso a esses trabalhos, ainda que no formato MP3.
Como bem diz o título, esse Progfest '95 traz os melhores momentos do Progfest de 1995, com as bandas Solaris, Ars Nova, Spock’s Beard, Landberk, White Willow e meus heróis do Deus Ex Machina.
Boa pedida para ouví-las mandando bala ao vivo em um dos festivais mais importantes do gênero.

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John Wetton - Agenda


John Wetton é um sujeito mais rodado que pneu de Brasília, tocou baixo e cantou em inúmeras bandas de expressão como Family, King Crimson, Uriah Heep, U.K., Asia, entre inúmeros projetos e participações especiais em trabalhos de outros músicos.
Sua passagem pelo Crimson entre 1972 e 74 talvez seja a mais marcante em sua carreira, em uma época que a banda se destacava no cenário musical por seus improvisos furiosos e por sua sonoridade à frente de seu tempo.
Mas não parou por aí. Em 1978 integrou o U.K., uma das últimas formações de respeito do cenário progressivo da década de 70, e teve ótimo desempenho no pop-rock-bem-feito do Asia, durante a década de 80.
Em 1998 apareceu no excelente disco ao vivo Tokyo Tapes, do guitarrista Steve Hackett e em 2003 lançou Agenda, excelente trabalho gravado ao vivo na Polônia com sua banda solo: Steve Christey (bateria), John Mitchell (guitarra) e Martin Orford (teclados).
Agenda é um excelente compêndio das melhores fases de sua história, em versões emocionantes e competentes de Easy Money, Red e Starless, do Crimson, In The Dead Of Night e Randezvous 6:02, do U.K., entre várias outras tão legais quanto.
Esse cara é mais um de minha lista para quem tiro o chapéu sem pensar duas vezes: há alguns anos passou por sérios problemas causados pelo alcoolismo, conseguiu se reabilitar e está aí vivo e presente, trazendo alegria para seus fãs.

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sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Air Jazz Quartet - A Jazz Tribute To Deep Purple


Belíssima e surpreendente releitura jazzística para alguns clássicos do Deep Purple, a cargo dos franceses do Air Jazz Quartet, formado por Philippe Ballot (bateria), François Barisaux (piano), Alain Gaillet (baixo) e Philippe Miraille (sax tenor & soprano).
Lançado em 1995, o material desse álbum se concentra nos grandes clássicos do Purple gravados entre 1968 e 1974, como Hush, Strange Kind Of Woman e Burn, em deliciosas versões na concepção do jazz, portanto não espere versões fiéis às originais.
E está aí o grande barato do disco. Particularmente, aprecio tanto os tributos que trazem versões fiéis, quanto aqueles que saem da partitura.
Os do segundo caso são os mais audaciosos e dinâmicos, pois os músicos que se propõem em fazer sua própria versão são muito machos em dar a cara a tapa, afinal de contas o resultado pode ser brilhante ou desastroso, e esse Jazz Tribute To Deep Purple é cool e genial.

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sábado, 1 de agosto de 2009

Medeski Martin & Wood - Radiolarians II

Definitivamente, a música do MMW está no lado esquerdo de meu peito. É incrível a ascensão sonora desses caras.
No começo primavam pelo groove de suas composições e agora chegam a maturidade com o lançamento da Radiolarians Series, em especial o Radiolarians II, lançado em 30 de setembro do ano passado, mesmo mês em que visitaram nosso país com apresentações impressionantes.
Essa caminhada de mudanças passou por Combustication (1998), Uninvisible (2002) e Out Louder (2006), até chegar à trilogia Radiolarians, expressão máxima, até agora, do trio.
Sua formulação é calcada em improvisos e experimentalismos desenvolvidos ao vivo e registrados em estúdio, ou seja, é a música in natura, na ordem composição, tour, gravação e tour.
Muito mais que jazz avant-garde, o MMW exibe o acúmulo de experiências sonoras em quase vinte anos de carreira, presenteando seus fãs com o máximo de seu empenho e performance para a criação de um novo apontamento musical ainda em desenvolvimento.
O álbum abre com a porrada Flat Tires onde Chris Wood repete sem cansaço um riff de baixo simples, porém poderoso, enquanto a banda improvisa sobre o tema.
Riffin' Ed e Amish Pinxtos relembram o passado recente do grupo, com muito groove e melodia apenas “relativamente” simples, pois nada é simples para esses três super músicos.
Belíssimo trabalho do trio. Música para a mente e para a alma.

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Screaming Lord Sutch And Heavy Friends - Hands Of Jack The Ripper

Vamos “rockar e rolar” em pleno sabadão, e para isso nada melhor que um dos clássicos dos anos 70 a cargo de Lord Sutch, ou Screaming Lord Sutch.
Já havia postado por aqui outro álbum intitulado Lord Sutch And Heavy Friends, clássico absoluto lançado em 1970 e que contou com uma constelação para seu feitio.
A bola da vez é Hands Of Jack The Ripper (1972), gravado ao vivo no Carshalton Park Rock 'n' Roll Festival e que contou com as participações ilustres de Ritchie Blackmore (guitarra), Nick Simper e Noel Reding (baixo), Keith Moon e Carlo Little (bateria), e Matthew Fisher (teclados).
O disco é recheado de overdubs e colagens como gritos, barulhos de passos e outras coisinhas insanas, mas isso não tira o pique de “disco ao vivo”.
Assim como escrevi em outra postagem, Lord Sutch era mesmo um rico lord britânico e pagava o cachê de seus ilustres amigos que embarcavam em suas loucuras musicais.
Além disso, fundou em 1983 o partido político Official Monster Raving Loony Party e pleiteou por inúmeras vezes a prefeitura de Londres, sem êxito. Enforcou-se em 16 de junho de 1999.
Hands Of Jack The Ripper é um album de rock ‘n’ roll nu e cru, sem frescuras ou viadagens. É fruto da loucura de um sujeito cheio de grana que só queria se divertir com os amigos tocando o rock ‘n’ roll.
A vida de Lord Sutch é uma das páginas mais bizarras da história do rock ‘n’ roll e esse cara tem, no mínimo, meu profundo respeito e admiração.

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