Os princípios do Câmara de Eco.

A finalidade do Câmara de Eco é funcionar como modesta referência para aqueles que procuram novos e velhos sons, publicando informações e indicando bons trabalhos merecedores de audição mais atenta.
Da mesma forma que um amigo empresta um CD a outro, faço questão de apresentar a você, internauta amigo e amiga, boas amostras de rock, jazz, progressivo, blues e folk, e com isso, espero, possamos divulgar a música vista como forma de arte e não como um produto qualquer dentro de uma caixinha acrílica.
Abraços e boa diversão!
Lucon

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Sem Atualizações.





















Em vários momentos da vida temos que tomar decisões importantíssimas e fazer escolhas idem.
Quem acompanha o Câmara tem notado a escassez de postagens nos últimos meses, em especial no último trimestre, e, em decorrência dessa grande ausência de minha parte e o respeito e carinho que tenho por todos os amigos que fiz através desse meio virtual, quero comunicar que o Câmara de Eco ficará inoperante por período indeterminado.
Minha indisponibilidade de tempo me impede de prosseguir com as inúmeras postagens e pequenos projetos que estava arquitetando para o blog.
Depois que comecei a cursar a faculdade, o tempo e as prioridades mudaram drasticamente e nesse processo o Câmara acabou ficando em segundo plano.
Aliás, não foi uma decisão fácil de minha parte, por isso escolhi a frase do Spencer Johnson para ilustrar bem a situação: "Quanto mais importante seu queijo é para você, menos você deseja abrir mão dele".
Abrir mão do Câmara de Eco é abrir mão de um canal que me trouxe inúmeras riquezas, sem precisar receber um centavo para tal.
Aqui eu conheci inúmeras pessoas legais e geniais, algumas arrogantes que não merecem nem o meu desprezo e outras tantas que participaram, opinaram e contribuíram para ótimo nível do blog.
Sim, eu posso dizer com muito orgulho que o Câmara de Eco é muito bom, com participações de excelente nível.
Tudo era planejado: desde a escolha da postagem até as imagens mais adequadas, condizentes com o período abordado pelo texto.
Agradeço de coração a todos que colaboraram com o blog nesses quase dois anos de atividade e quero deixar uma mensagem aos leitores: nunca deixe de imprimir sua opinião e dizer o que pensa. Assim como disse Sly Stone em Woodstock, não espere que o sujeito ao seu lado o faça por você.
Saiba que defender seu ponto de vista e colocar isso de forma adequada no papel pode levá-lo a lugares surpreendentes, e não importa se você escreve sobre carros, música ou futebol: sempre deixe bem claro a sua opinião.
Abraços!

domingo, 13 de setembro de 2009

War - The World Is A Ghetto




Tal qual o Funkadelic, Earth Wind & Fire ou o Sly & Family Stone, o War é uma das formações mais envolventes e suntuosas do vasto cenário musical dos anos 70, principalmente aquele composto por super grupos que nasceram nas raízes do blues, funk, soul, música latina e jazz.
O War jogou todos esses elementos dentro do liquidificador e apresentou ao público uma incrível proposta musical, politizada inclusive, em seus primórdios via parceria com Eric Burdon, ex-Animals.
Mesmo com sua saída a banda seguiu em frente com ótimos trabalhos, dessa vez com acento mais funk do que nunca, sem deixar de lado os elementos originais de sua música, capitaneados pelo tecladista e vocalista Lonnie Jordan. The World Is A Ghetto (1972) é seu terceiro trabalho e um dos mais importantes do estilo, item fundamental em qualquer coleção.
Músicas como The Cisco Kid, City,Country,City, Beetles In The Bog e a faixa-título, com seus dez minutos de puro êxtase e prazer, levam qualquer bunda mole rocker, como eu, a abrir a cabeça e ver que música boa não se resume a guitarras distorcidas e solos intermináveis de teclado.
Eu quero que todos os conceitos musicais vão para as cucuias, War é do "baralho"!

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sábado, 12 de setembro de 2009

Pedro Jácome e Sua Guitarra Apurada.





















Pedro Jácome é guitarrista de João Pessoa/PB, tocou durante os anos 80 e 90 nas bandas Domber e Ponta de Espinho, além de produzir seus próprios trabalhos solo. Atualmente é integrante da Jazzmine Garden Band e investe em projetos paralelos. Um deles foi editado em CD em 2007 sob o título 80/2.
Com muita personalidade, feeling, técnica e muito bom gosto, Pedro apresenta em 80/2 uma boa série de músicas instrumentais que deixariam muitos guitarristas metidos a besta, com muita inveja.
Além disso, faz uso de diversos timbres – um deles se assemelha aos de uma Gibson semi-acústica – e também toca baixo no disco, que contou com a participação do baterista Dennis “Batera” e os convidados Junior Farias (gaita) e Olivier Barault (piano).
Pedro concedeu uma entrevista ao Câmara, onde fala sobre sua carreira, formação e idéias musicais.

1. Seu trabalho 80/2 é bem regular e apresenta uma ótima mescla de rock, jazz e blues. Qual é seu critério de composição para equilibrar muito bem esses estilos?
Não há planejamento, é uma coisa meio mística e ocorre quando eu pego o violão de aço ou a guitarra, dependendo do espírito do dia, e um riff já sai pronto. Daí para a composição mesmo, é ralação, com a busca das harmonias e arranjos. A parte final é sempre a mais divertida: improvisar sobre essa nova composição. Os solos do 80/2 são em sua maioria improvisos imprevistos, imprecisos.

2. Como é o cenário no NE para músicos instrumentais, como você, e quais são as facilidades e dificuldades em sua região para esse mercado?
Já ouviste aquela frase "é uma música só instrumental"? Essa parte dói um pouco, pois o "só instrumental" descreve muito bem como a música é interpretada normalmente. Música que não é canção, ou seja, a junção de harmonia e voz, é considerada como incompleta, ou "só instrumental". Apesar disso, aqui no NE há alguns espaços bem aproveitados como o Festival de Jazz de Garanhuns, em Pernambuco, o Festival de Inverno em Campina Grande e o Jazz&Blues que ocorre em Guaramiranga, no Ceará.

3. Em que momento você atingiu a maturidade musical para escrever suas composições e como foi seu início de carreira?
Aqui eu copio um pouco a resposta de Chico, o Buarque, para essa mesma pergunta: foi desde que decidi tocar um instrumento. Como não consigo reproduzir bem as músicas das quais gosto, acabo sendo forçado a compor as minhas. Estas eu toco melhor que ninguém, ao menos por enquanto. Comecei com uma turma de amigos, fazendo muito rock´n´roll nas garagens e porões de Campina Grande na década de 80. Ainda hoje fazemos, quando é possível reunir toda a turma.

4. Uma das músicas que mais gostei em 80/2 é o blues O Solzinho e a Luana, lembrando bem o estilo melódico de Gary Moore. Entre o jazz e o blues, qual é o estilo que mais lhe influenciou?
Inicialmente o blues, sem dúvidas porque é mais básico, no sentido de raiz, essência. Depois é que veio o jazz (que conheci a partir da bossa de João Gilberto), pelos horizontes largos que nos dá.

5. Quais são seus projetos para o futuro próximo e qual foi o retorno de 80/2?
Estudar. Sinto que não conseguiria fazer outro disco sem ter revisado suficientemente o material que uso. Mesmo as composições básicas que vêm sem controle, estão sendo registradas minimamente, apenas para que não as esqueça. Tocar. Encontrar companheiros para essa e outras empreitadas. O 80/2 me trouxe grande satisfação pessoal, apesar de todas as suas falhas. Ôpa, com isso vejo que trouxe também experiência.

6. Quero agradecer sua atenção e cordialidade. Esse espaço é para suas considerações finais.
Ricardo, então estamos quites. Eu te agradeço de volta, pelo teu esforço de divulgação de novos e velhos sons. Sei que não é fácil, mas acreditamos e por acreditar realizamos. Não é assim?

Entre em contato com o Pedro através de seu Myspace: http://www.myspace.com/463789272
Lá é possível ouvir algumas músicas de 80/2 ou então bater um papo com ele.

Mirthrandir - For You The Old Women




O progressivo americano é uma perna do estilo, o qual nunca dei muita bola, erroneamente, é claro. Depois que comecei a procurar por algumas bandas pelas terras dos yankees venho encontrando algumas surpresas mais que agradáveis.
Esse é o caso do surpreendente Mirthrandir, com seu ótimo e único álbum lançado em 1975, intitulado For You The Old Women.
Formado em 1973 em Nova Jersey, a banda contava em sua formação com o baixista James Miller, o tecladista Simon Gannett, os guitarristas John Callahan e Alan Benjamin, o batera Robert Arace e o excelente vocalista John Vislocky III.
Apesar de exagerar um pouco em alguns momentos, Vislocky chama a atenção por seus vocais agudos e possantes, uma ótima marca do som da banda.
Além disso, o Mirthrandir segue à risca a escola inglesa do progressivo e despeja uma boa dose de progressivo ora sinfônico, ora intrincado.
Devido à pouca repercussão, a banda se desfez em 1977 e, curiosamente, após o relançamento em CD em 1992 desse trabalho postado, empolgou-se e voltou à ativa com a formação quase original.

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Ange - Au-Delà Du Délire































Essa banda francesa, fundada e liderada por Christian Decamps, faz um trabalho teatral, dramático, narrativo, original e inquietante. São longos anos de estrada que começaram em 1970 permanecendo em atividade até 2005, resultando em nada menos que 37 trabalhos editados, entre LPs e CDs de estúdio, apresentações em festivais e gravações ao vivo.
No entanto, como quantidade nunca foi, ou será, sinônimo de qualidade e desconheço a maioria dos trabalhos, posso apenas manifestar minha preferência pelo Au-Delà Du Delire, pelo Emile Jacotey e pelo Le Cimetière des Arlequins, nessa respectiva ordem.
Não existe qualquer outra banda de Progressivo que se possa relacionar, ou comparar, com o som dessa genial banda, talvez o Atoll (outra banda francesa) no LP “L'araigne-mal” e assim mesmo, com muitas reservas. Também não adiantaria eu me utilizar de qualquer rótulo musical na tentativa de definir o som do Ange.
Poderia arriscar, sob risco de severos protestos, que o Ange possui uma leve semelhança musical com algumas bandas italianas, acrescida de uma "pitada" de Gentle Giant e uma leve "untada" de Van der Graaf, mas essa receita, torna-se de pouca valia e não faz justiça a genialidade musical dessa excepcional banda francesa.
Ange não existe para ser apenas escutado, deve ser ouvido! Não existem na obra que aqui divulgo, grandiosos solos, ou evidentes virtuosismos musicais. O que existe, são belíssimos arranjos, uma ampla criatividade e uma evidente predominância do vocal e suas inumeráveis "filigranas" artísticas sobre os demais instrumentos.
Em suma, Ange é uma experiência única que deve ser degustada lentamente, pois a cada nova audição, uma nova realidade se desdobra.

Músicos:
Jean-Michel Brezovar: Guitarra
Christian Decamps: Piano e Vocal
Francis Decamps: Teclados e Vocal
Gérard Jelsch: Bateria e percurssão
Daniel Haas: Baixo
Henry Loustau: Violino
Eric Bibonne: Vocal
Michel Lefloch: Vocal

Músicas:
1. Godevin Le Vilain
2. Les Longues Nuits D'Isaac
3. Si J'étais Le Messie
4. Ballade Pour Un Orgie
5. Exode
6. La Bataille Du Sucre (Inclus La Colere Des Dieux)
7. Fils De Lumière
8. Au-Delà Du Delire

[MP3_320 kbps - CBR - Stereo]

Texto: Mercenário

Nine Days Wonder – We Never Lost Control




Consegui essa preciosidade numa viagem que fiz há muitos anos, ao maravilhoso estado do Rio Grande do Sul. Observei a capa e por pouco não ficou na caçamba da loja, mas por sorte resolvi ouví-lo. Em menos de 1 minuto, deu para perceber que estava diante de um som original e genial. Na medida em que passava pelas faixas, percebi que havia sido agraciado com uma banda que tinha pelo menos 4 músicas, que eram com freqüência executadas na saudosa Eldo-Pop (Radio FM no R.J.).
N.D.W. foi uma banda alemã que gravou pela Bellaphon, possuindo uma discografia de quatro discos. Nine Days Wonder (71), We Never Lost Control (73), Only the Dancers (75), Sonnet to Billy Frost (76), dos quais só conheço os dois primeiros, sendo o segundo o meu predileto.
Trata-se de um Progressivo, com forte influência de Fusion, Hard e Psicodelismo. É um trabalho extremamente original e competente em seus arranjos, bem como na evolução melódica, sem perder, no entanto, o enfoque da proposta do Progressivo Alemão.
Esses cinco alemães fazem um som encorpado, maduro e repleto de dissonâncias ao estilo Gentle Giant e Van der Graaf. No entanto, a evidente condução pelos teclados e a (eventual) discordância com os saxofones (genialmente contrapostos por Münster), pode não agradar a todo o ouvinte, por trazer um sentimento de conflito e conturbação, chegando a parecer até excessivamente experimental. Mas felizmente o trabalho no geral acaba ficando muito bem equilibrado, com o auxílio de uma guitarra genial (belíssimos temas e bom gosto no uso dos pedais), de um baixo e uma bateria de respeito e um vocal em inglês muito bem elaborado.
Não vou recomendar nenhuma música para audição em especial, pois estamos falando de um disco perfeito do início ao fim. A única exceção seria quanto a Fisherman’s Dream, na qual peço especial atenção à letra.

Músicos:
Walter Seyffer: Vocal, percussão e efeitos
Michael Bundt: Baixo
Hans Frauenschuh: Guitarra
Hyazintus: Bateria
Freddie Münster: Saxes, Piano, Orgão, Mellotron, Moog e Sintetizadores.

Músicas:
1- Days In Bright Light – 5:32
2- Fisherman’s Dream – 3:49
3- Andromeda Nomads – 5:30
4- The Great Game – 3:27
5- Angels Due To Arrive – 4:30
6- We Grasp The Naked Meat – 9:11
7- Armaranda – 3:22

[@320 kbps – CBR - Stereo]

Texto: Mercenário

Senha/password: camaradeeco.blogspot.com

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

V.A. - Peter And The Wolf


Esse trabalho foi baseado na obra Pedro e o Lobo de Sergei Prokofiev (1891 – 1953). Composta em 1936, foi originalmente concebida com intuito pedagógico de familiarizar as crianças aos sons dos instrumentos.
Como se trata de uma estória musical, cada música é dedicada a um personagem ou a uma determinada situação, que são introduzidas por um narrador. A narração na versão em inglês, ficou sob a responsabilidade de Viv Stanshall.
A título apenas de curiosidade, tem gente que confunde “as bolas” e acaba espalhando por aí, que existe uma versão em português narrada por Roberto Carlos, puro engano, nunca existiu uma versão em português desse trabalho. O que existe na verdade, é uma versão clássica, em português, narrada pelo “Rei” Roberto, gravada pela CBS no ano de 1970, executada pela New York Philharmonic e regida por Leonard Bernstein.
Jack Lancaster e Robin Lumley (idealizadores do presente projeto) convidaram um naipe de músicos de respeito e desenvolveram essa adaptação para o Rock dessa magistral e eterna obra infantil.
Muito embora, todos os integrantes do Brand X participem desse trabalho, não existe qualquer semelhança com o som do Brand X. Em razão da diversidade de estilos e técnicas (dos músicos convidados) o resultado é uma fusão perfeita e irretocável entre rock, progressivo e clássico.

Personagens e músicos:
- Narrador / Viv Stanshall
- Peter / Manfred Mann
- Bird / Gary Brooker
- Duck / Chris Spedding
- Duck / Gary Moore
- Cat / Stephane Grappelli
- Wolf / Brian Eno
- Pond / Keith Tippett
- Grandfather / Jack Lancaster
- Hunters / Jon Hiseman, Bill Bruford, Cozy Powell, Phil Collins

Musicos adicionais:
- John Goodsall, Pete Haywood, Alvin Lee / guitarra
- Percy Jones, Andy Pyle, Dave Marquee / baixo
- Robin Lumley / teclados
- Cozy Powell & Phil Collins / bateria
- Bernie Frost, Julie Tippetts, The English Chorale / vocais

Enfim, trata-se de uma verdadeira raridade do Rock Progressivo, que chegou a ser lançada no Brasil em LP em 1976, com um magnífico encarte, muito bem ilustrado por Mike Cosford. Infelizmente, (que eu saiba) até a presente data, não existe qualquer edição em CD, que tenha sido editada com o respectivo encarte.
No entanto, para felicidade geral dos admiradores dessa preciosidade, estamos disponibilizando em primeira mão no formato 12cm x 12cm, o encarte na íntegra, obtido de uma versão em vinil de origem inglesa. (Não tem texto em português).
São doze imagens que podem com alguma habilidade (no Corel Draw) e paciência, serem montadas na forma de livreto.
Espero que apreciem.
Texto: Mercenário

Download Flac* parte 1 / parte 2 / encarte
Senha: camaradeeco.blogspot.com/

*FLAC (Free Lossless Audio Codec).
Trata-se de um compressor de áudio, onde não há perda de informação, além de alcançar uma elevada taxa de compactação. Isso implica em dizer que toda a informação sonora contida na matriz (CD original) foi efetivamente aproveitada, resultando em arquivos do tipo “Wave”, de alta qualidade, prontos para serem transferidos para um CD de áudio. Para baixar o programa gratuito para descompactar ou compactar arquivos em FLAC, visite: http://flac.sourceforge.net/

Deep Purple - The Soundboard Series (6 CD's box set)




Vou começar a postagem arrumando confusão: não consigo entender como existe tantos comentários na internet descendo a lenha no Steve Morse e ainda assim a banda é um verdadeiro sucesso de público em todo o mundo. Será que todos os fãs que assistem aos shows da banda vão por inércia?
Quero deixar bem claro que respeito a opinião de todos, mas aqui vai a minha: sou fã de Deep Purple desde meus 11 ou 12 anos e claro, Ritchie Blackmore sempre desfilou na minha lista de guitarristas preferidos.
Com o tempo comecei a sacar que além de excelente guitarrista, é também um mala sem alça e uma figura que estava emperrando a evolução da banda, e não é à toa que gosto demais do Purple, pois a considero diferenciada das demais e sua música apresenta sacadas geniais e inteligentes em inúmeros momentos.
Slaves And Masters (1990) é um lixo, uma mancha negra na discografia do grupo. Parece mais um disquinho daquelas bandas de hard americano de péssima categoria, sem brilho, sem punch e pior, totalmente comercial. Em Battle Rages On... (1993) a coisa começa a engrenar, não é excelente, mas é no mínimo honesto e tem bons momentos.
Então vem a história que todos já estão carecas de ler, a traumática saída de Blackmore.
Sinceramente fiquei triste na época em ver meu guitar hero fora da banda, mas quando ouvi as primeiras músicas de Purpencicular (1996) no programa Backstage, do Vitão Bonesso, senti orgulho novamente de minha banda (talvez) preferida.
Steve Morse foi a escolha ideal, tá certo que ele se excede um pouco, mas trouxe nova alma e roupagem para a banda, as músicas ganharam maior complexidade e novo direcionamento sonoro, sem deixar de ser o bom e velho rock and roll.
Além disso, graças à Deus os caras mudaram o repertório, algo impossível nos tempos de Blackmore.
The Soundboard Series (2001) é uma box maravilhosa contendo seis CD’s duplos, gravações completas de shows da perna asiática e oceania da turnê de 2001, sendo que dois deles gravados em Tokyo trás o Concerto For Group And Orchestra com alguns detalhes um tanto diferentes da versão que saiu no CD In Concert With The London Symphony Orchestra.
Afiadíssimo, como sempre, o Purple desfila versões poderosas de Fools, Mary Long, 69’, Hey Cisco, When A Blind Man Cries e outras que nem sonharíamos ouvir um dia se Blackmore estivesse na banda.
Ronnie James Dio participa dos shows no Japão e aí vem algumas pauladas de tirar o fôlego: a belíssima Sitting In A Dream, Love Is All e o hino de muito headbanger, hoje com mais de 40 anos, Rainbow In The Dark.
Aliás, ouvir o Purple como banda de apoio de Dio é uma experiência no mínimo emocionante, tive a oportunidade de presenciar isso em 2000 quando a banda visitou o Brasil e tocou com a Orquestra Jazz Sinfônica de São Paulo.
Essa tour foi uma espécie de despedida de luxo para Jon Lord e digo que foi tão corajosa quanto o lançamento do primeiro “Concerto” em 1969, devido a complexidade das apresentações e também pela ousadia musical, ainda que em pleno anos 2000.

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Jazz Is Dead, Uma Grande Homenagem Ao Grateful Dead.













































O Grateful Dead é, sem dúvida, a mais importante banda da era psicodélica que conseguiu manter-se em atividade por anos a fio, embora tenham lançado alguns trabalhos de qualidade duvidosa nos anos 80, mas que não comprometeram a sua força motriz: as apresentações ao vivo.
Os caras eram incríveis, não se prenderam àquela ladainha hippie e mandavam bala em apresentações recheadas de longos improvisos, embalados por viagens de ácido e simplesmente porque eram músicos excelentes e competentes.
Não é uma crítica ao movimento hippie, pelo contrário, sou fascinado pela arte daquele período. Só acho um tanto ridículo essa história de paz e amor nos dias atuais pelo fato de vivermos em outra época e soar um bom tanto fora de contexto.
Enfim, o Grateful Dead é tão respeitado que chegou ao ponto de uma turma ligada ao jazz criar uma banda tributo, intitulada Jazz Is Dead.
Os caras lançaram três álbuns ao vivo e instrumentais: Blue Light Rain (1998), Laughing Water (1999) e Great Sky River (2001).
A trupe era composta por Jimmy Herring (guitarra, Allman Brothers), T. Lavitz (teclados, Dixie Dregs e Steve Morse Band), Alphonso Johnson (baixo, Weather Report e Santana) e Billy Cobham (bateria, Mahavishnu Orchestra).
Já no segundo álbum, Billy Cobham foi substituído por Rod Morgenstein (Dixie Dregs) e no terceiro outro baterista foi adicionado, Jeff Sipe (Phil Lesh And Friends), além de contar com algumas participações especiais, como a do guitarrista do Allman Brothers, Derek Trucks.
Se você é fã do Dead e também de jazz rock vai se deliciar com esses trabalhos magistrais e vai se ligar que, de fato, tem tudo a ver uma turma do jazz homenagear a obra desse monstro do rock and roll.
Essa postagem é dedicada ao meu amigo Marinho Zamarian, que certa vez disse que se o mundo acabasse queria morrer deitado na grama ouvindo Grateful Dead!

Blue Light Rain
Laughing Water
Great Sky River


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domingo, 6 de setembro de 2009

Citizen Cain - Serpents In Camouflage






Na minha singela opinião, Citizen Cain foi uma das melhores surpresas no que se refere as bandas de Progressivo surgida na década de 90.
Formada inicialmente por cinco músicos escoceses, eles fazem um progressivo de primeira qualidade, ficando evidente ao longo de toda a obra, que são músicos extremamente competentes e criativos. Inclusive o próprio Cyrus (vocalista) incumbiu-se até de executar a arte das capas. A arte do Cyrus, (embora possua uma forte influencia do mestre Salvador Dali), está repleta de bizarros elementos religiosos, místicos e míticos, que chegam a perturbar.
Em Serpents In Camouflage (meu preferido), é impossível não comparar com a obra do Genesis ou do Marillion. No entanto, mesmo existindo uma forte influência dessas bandas na concepção da linha melódica, Citizen Cain, desenvolve um trabalho com personalidade própria, forte, criativa, repleta de exemplares arranjos envolvendo incontáveis momentos e movimentos de grandiosa beleza e técnica.
A semelhança do vocal do Cyrus com Peter Gabriel é evidente, mesmo assim, Citizen Cain impressiona, extrapolando muito os limites daquilo que se poderia rotular como um simples clone.
São belíssimos solos de guitarra, intercalados e entrecortados por muitos solos de teclado, cuidadosamente tecidos em uma trama complexa, onde o vocal interage verdadeiramente como um instrumento, sem se sobrepor aos demais instrumentos.
Desse “caldo” homogêneo, pois todos participam das composições, surge o verdadeiro e bom progressivo, repleto de nuances e variações propícias a uma longa e prazerosa “viagem”.
Infelizmente Citizen Cain, padece do mesmo mal que assombra ou assombraram outras tantas bandas: a inconstância de seus integrantes. Esse fato não contribui favoravelmente ao amadurecimento musical, nem tão pouco, a formação de uma personalidade própria tão necessária a uma banda que pretenda se destacar no universo do Progressivo. Em razão disso, cada um dos trabalhos do C.C. possui características absolutamente distintas e às vezes, não tão geniais.
Citizen Cain, apenas no Serpent In Camouflage é composto por:

Frank Kennedy: guitarra
David Elam: baixo
Stuart Bell: teclados
Chris Colvin: bateria
Cyrus: vocal e letras


Texto: Mercenário

Casa Das Máquinas – Lar De Maravilhas




Estávamos em 1975, a repressão política e o subseqüente cerceamento do direito de expressão eram atos rotineiros e considerados legítimos pelos governantes, Médici (1969-1974) e Geisel (1974-1979). Para quem não era nascido ou era muito pequeno, é muito difícil entender o quadro político e social daquela época.
Somente para exemplificar, não se podia ler aquilo que não fosse do interesse do “Poder” constituído. Eu mesmo, nesse período, somente conseguia ler alguns dos exemplares do periódico e alternativo Jornal Pasquim (que contava com uma equipe de respeito, como Paulo Francis, Tarso de Castro, Jaguar, Ziraldo, Millôr Fernandes, Henfil, Ferreira Gullar e muitos outros.), graças à astúcia do jornaleiro da esquina, que às vezes conseguia esconder um único exemplar antes de a edição ser retirada de circulação. Fazia-se fila de espera para termos acesso aos raros exemplares “caçados”, que eram avidamente lidos, escondidos dentro da própria banca.
Cabelos longos eram sinônimos de maconheiro, marginal, bicha ou subversivo, verdadeiros inimigos internos. Uma simples e descuidada opinião em um bar, poderia ser o passaporte para um recolhimento involuntário e por vezes eterno no DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna).
Bom esse preâmbulo, visa apenas reforçar os comentários do Lucon, na postagem de Casa de Rock. Não era uma época fácil, principalmente para as artes, fossem literárias, gráficas ou musicais.
Mas vamos ao que interessa. O Casa das Máquinas, com o seu 2º LP (Lar de Maravilhas) consolidou o conceito do que deveria ser o verdadeiro progressivo brasileiro. Na minha opinião, foi o melhor trabalho da banda e sem sombra de dúvida alguma, uma das melhores bandas de Rock Progressivo, senão a melhor, que o Brasil já teve.

“Já se pode sentir embora longe, os reflexos de uma revolução biológica, que vai se agigantando a cada momento que passa. A vida esta se modificando. A luz da transformação vem de todos os espaços, vem do infinito, onde máquinas e homens jamais conseguirão registrar ou ver, vem também do interior do próprio homem, onde Raio X de ciência alguma poderá revelar.”
(B.J.Aroldo)

Acredito que o texto acima, retirado da capa interna do LP, seja suficiente para evidenciar o quão estava adiantada a mentalidade dos integrantes dessa fantástica banda. As excelentes letras, os primorosos arranjos e o flagrante virtuosismo dos músicos, são uma constante em todo o LP.
Lamentavelmente, provavelmente por pressão da gravadora (Som Livre) e a nova formação da banda, o Casa das Maquinas não deu continuidade à linha progressiva, dando maior ênfase ao Rock.

Texto: Mercenário

Kyrie Eleison - Fountain Beyond The Sunrise




Kyrie Eleison é uma expressão grega que significa “senhor, tende misericórdia de mim”.
Formada em 1974 por três amigos de escola: Gerald Krampl (teclados), Felix Rausch (guitarras) e Karl Novotny (bateria) juntamente com Wolfgang Wessely (vocal) e Gerhard Frank (baixo) iniciaram a estrutura musical do Kyrie Eleison. Somente um ano depois, com a saída do guitarrista, do baixista e do vocalista e o ingresso dos músicos Manfred Drapela, Norbert Morin e Michael Schubert é que começaram a efetivamente excursionar pela Áustria, nascendo em 1976, o projeto de lançar um primeiro LP que somente se concretizaria em janeiro de 1977. Nesse ano abriram muitos concertos com bandas já renomadas como Van der Graaf, Amon Düül, Eela Craig, Colosseum. Mas infelizmente, o álbum não decolou, vendendo pouco mais de mil cópias, resultando em 1978 no abandono da carreira musical por parte de Karl Novotny and Manfred Drapela, não tardando, em que pesasse os esforços de Gerald no definitivo encerramento do Kyrie Eleison.
É uma excelente banda austríaca, onde logo de cara percebe-se uma evidente semelhança estilística com o Genesis. Na verdade, essa obra, em particular, faz lembrar os primeiros trabalhos (Nursey Crime, Foxtrot e até mesmo o Trespass).
Trata-se de Rock progressivo de primeira linha, não cabendo em hipótese alguma, questionar a originalidade e competência da banda em razão da evidente influencia do Genesis.
Kyrie Eleison mescla com maestria suaves e melódicas passagens de piano, órgão e Mellotron com um som mais encorpado e pesado. Muito embora exista uma nítida condução da linha melódica pelos teclados por parte do Gerald Krampl, a maturidade musical da banda torna-se evidente, na exemplar e perfeita harmonia e sincronia entre a condução do teclado, e as performances da guitarra, baixo, batera e vocais.
Os vocais do Michael Schubert (é isso, no plural mesmo), são uma experiência ímpar e digna de nota. Suaves, elegantes e teatrais como Peter Gabriel, mas em algumas passagens visceral e angustiante como Peter Hammil (Van der Graaf).
Enfim, é uma obra que não pode faltar no acervo de quem aprecia um bom Progressivo.

Músicos:
Manfred Drapela - Acoustic & Electric Guitars, Backing Vocals
Gerald Krampl - Keyboards, Synthesizers, Mellotron, Backing Vocals
Norbert Morin - Bass, Bass Pedals, Acoustic Guitar
Karl Novotny - Drums, Percussion, Backing Vocals
Michael Schubert - Lead Vocals, Percussion

Texto: Mercenário

Novidades no Câmara de Eco.

Todos os campos de atuação requerem mudanças e melhorias, com o objetivo de alcançarmos e também oferecermos melhores resultados e qualidade.
Isso não é diferente em nossas vidas pessoais ou no trabalho de um simples blog musical: temos sempre que buscar o aperfeiçoamento, ainda que isso exija abdicarmos de algumas coisas para colhermos no futuro melhores resultados.
Você pode observar que as postagens no Câmara estão escassas ultimamente e isso não é sinônimo de relaxo. Pelo contrário, estou com o tempo minimizado para trabalhar no blog, pois me orgulho em dizer que ingressei na Fatec, mesmo depois de quase 15 anos fora de uma sala de aula, e estou me dedicando profundamente aos estudos, pois assim espero poder aperfeiçoar meu intelecto e me tornar um ser humano melhor.
Algumas coisas na vida são muito interessantes: justamente agora, no momento mais difícil do blog, conheci uma pessoa de altíssimo nível musical e intectual que se propôs em colaborar com o Câmara.
Ele prefere permanecer no anonimato, assinando os textos como “Mercenário”, e suas opiniões e características se enquadram perfeitamente no modelo proposto pelo Câmara.
Pois bem, esse é o momento certo para o blog dar um passo à frente e de hoje em diante o Câmara não será mais conhecido por ser o “blog do Lucon” apenas, mas sim do Lucon e Mercenário.
Vamos trabalhar juntos para oferecermos mais música, mais informações e muito mais troca de idéias e opiniões para que você, sempre amiga e amigo do Câmara, possa desfrutar de algum tempo de lazer e diversão frente ao computador.
Mercenário, seja bem vindo ao Câmara de Eco, lugar onde você, acima de tudo, irá conhecer e interagir com pessoas fantásticas e fará grandes amigos!
Eis a biografia do Mercenário:

Nasci no Rio de Janeiro (antiga cidade maravilhosa). Passei parte da minha infância e adolescência, em Ipanema, surfando de Longbord (uma Health Ways - Australiana de 3,5 metros e 20 Kg de peso) e ouvindo Rock.
Interessei-me pelo Hard Rock aos 12 anos atraído pela trilha sonora dos filmes de surf, que geralmente consistia-se em Robin Trower, Hendrix, Cream, Mountain e por aí vai.
Mas foi através da arte gráfica das capas dos LPs, em especial a arte do Roger Deam, que conheci o Progressivo. Ao ver a capa do Tales From Topographic Ocean do Yes, enlouqueci. Juntei grana e comprei minha primeira versão desse clássico do Progressivo. Começava então, minha paixão pelo progressivo. Daí pra frente, não escutei mais nada que não fosse Progressivo, Rock e Blues.
Não demorou muito descobri uma rádio em FM (não existiam muitas estações naquela época), mas essa rádio, só divulgava o tipo de música que eu gostava. Essa rádio chamava-se Eldo-Pop. Dedicava-se exclusivamente a divulgar Progressivo, Eletrônico, Rock e Blues. Essa rádio, cuja produção musical estava sob a responsabilidade do saudoso Big Boy, foi a minha e de toda uma geração, a grande orientadora musical naquela época. Tocava de tudo, mas não se preocupava em divulgar o nome das bandas. Executava músicas do Mike Oldfield, Yes, Banco, PFM, Mahavishnu, Pell Mell, Gentle Giant, Genesis, Focus, dentre muitos outros, que até hoje não sei o nome e a origem. Decorridos mais de 30 anos do término da Eldo-Pop, seus ouvintes ainda buscam e trocam informações sobre aquelas bandas não identificadas.
Em razão da minha profunda admiração pelo pioneirismo da Eldo-Pop, dedico todas as minhas contribuições musicais publicadas nesse Projeto, aos produtores musicais, aos colaboradores e a todos aqueles que colaboraram de alguma forma para a divulgação da boa música no Rio de Janeiro. Sem a iniciativa e o esforço pessoal de cada um daqueles que participaram da Eldo-Pop, toda uma geração contando com mais de 40 anos e seus descendentes, estaria hoje, ouvindo o lixo auditivo, de consumo imediato imposto pelas gravadoras e protegido por leis absurdas e protecionistas a MPB, que em nada contribuem ou favorecem aos verdadeiros e bons músicos brasileiros.
Bom, era isso aí. Sinto-me honrado em poder contribuir com o Projeto do Lucon (que gentilmente aceitou-me como colaborador) e espero que minhas modestas colaborações no Câmara de Eco, sejam do agrado de todos.

Pax, Harmonia et Sapientia.

Um AbraçO!

Mercenário
06/09/2009

sábado, 15 de agosto de 2009

Da Capo - Da Capo


Da Capo é uma banda alemã obscura do começo dos anos 70, com uma trajetória meteórica: gravaram seu único LP homônimo em 1970 em um pequeno estúdio, utilizando apenas dois canais para tal.
Sem recursos para divulgar o trabalho, venderem algumas cópias do LP em seus shows e mais um outro tanto em pequenas feiras de Nürnberg.
Mediante o fracasso comercial e abalados pelo desânimo, jogaram o resto da tiragem dos LP’s em um contêiner e colocaram um ponto final na curta carreira do grupo.
Apesar da época e dos poucos recursos financeiros, até que a qualidade de gravação ficou boa e, musicalmente falando, o disco é bem razoável, não há nenhuma novidade no som do quarteto formado por Peter Stanek (guitarra e vocais), Peter Treiber (guitarra), Peter Weisner (baixo) e Alfred Urban (bateria), mas os rapazes fizeram a lição de casa direitinho, lembrando vagamente em alguns momentos o som do Andromeda.
Destaque para She’s Leaving e A Day In The Rest Of My Life, de longe as melhores do disco.
Texto baseado no blog Orexis Of Death.

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The Greatest Show On Earth - The Going's Easy




Formado em meados de 1968 na Inglaterra pelo guitarrista Garth Watt-Roy e seu irmão, o baixista Norman Watt-Roy, o Greatest Show On The Earth contou no começo de sua carreira com um vocalista de New Orleans, Ozzie Lane, sendo substituído posteriormente por Colin Horton-Jennings.
A turma era completada por Mike Deacon (teclados), Ron Prudence (bateria) e um duo de sopros e metais, Dick Hanson e Tex Phillpotts.
Apesar do péssimo nome e aparentemente pretensioso, o Greatest Show On The Earth fazia uma excelente mistura de jazz, blues e progressivo, principalmente em seu segundo álbum, The Going's Easy, lançado em 1970.
Quem conhece o som do If vai se deliciar também com o Greatest..., afinal de contas a tônica do álbum se deve aos sopros muito bem encaixados, aos vocais de Colin Horton-Jennings e aos arranjos envolventes e bem elaborados, como na deliciosa Love Magnet, ou em Magic Woman Touch e Borderline.
Infelizmente a banda não vingou e logo em 1972 encerrou as atividades, deixando esse excelente Going's Easy para apreciarmos como se degusta um bom vinho.

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quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Graphite - Chestnut Loke




Muito legal esse Chestnut Loke, álbum que trás um apanhado de músicas registradas pelos ingleses do Graphite entre 1970 e 1974, período de atividade do grupo.
Durante esses anos tocaram ao lado do pessoal do Pink Floyd, Roxy Music e Queen, lançando apenas dois singles em sua breve história.
Somente em 1996 o selo Audio Archives colocou no mercado todos os registros da banda em um único CD, fazendo jus a história do grupo e não deixando passar em branco sua existência.
Era formado por Chris Gore (teclados), Dave Hook (guitarra), Keith Allen (vocais), John Jackman (baixo), Peter Dry (bateria), Dave Anderson (baixo) e Billy Rankin (bateria) – esses dois últimos apenas na faixa Freedom.
Melancólico, lisérgico e com algumas passagens de Mellotron, o Graphite tinha em seu som todo o aproach de uma banda do primeiro ou segundo escalão daquela primeira metade dos anos 70, mas que, por algum motivo de força maior o qual desconheço, não conseguiu decolar e até mesmo registrar pelo menos um álbum na íntegra.
Ainda bem que vasculhando os mais longínquos pontos da mãe internet acabamos por encontrar coisas desse nível e/ou raridade.
Aproveite bem esse material e viaje legal com Autumn, A Dragon’s Tale, Tide, She's Gona Way, Out In The Rain e outras mais que mantêm o pique diferentão do play.

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Home - Home
















Home é o segundo álbum da banda americana de mesmo nome, lançado em 1972.
Formado pelo quarteto Mick Cook (bateria), Mick Stubbs (guitarras, teclados e vocais), Cliff Williams (baixo) e Laurie Wisefield (guitarras), que apresenta um belíssimo álbum recheado de canções light e muito agradáveis, longe da pista rock que tanto assolou o começo da década de 70.
Com pitadas de folk, country e alguns arranjos um tanto sofisticados aqui e acolá, Home, o álbum, é uma boa pedida para um jantar entre familiares e amigos, ou mesmo para ser ouvido no momento de descanso e sossego.
A primeira música Dreamer não representa necessariamente o clima do disco, que se desenrola em canções instigantes como Fancy Lady,Hollywood Child, Rise Up e a bela Baby Friend Of Mine, sempre acompanhadas pela guitarra onipresente de Wisefield.
Vale destacar também a última música, My Lady Of The Birds, com seus nove minutos de pura viajem sonora.
Detalhe: o baixista aí, Cliff Williams, integrou posteriormente uma banda chamada AC/DC, alguém conhece?!

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sábado, 8 de agosto de 2009

John Paul Jones - Zooma


O John Paul Jones é aquele tipo de sujeito “come quieto”. Figura relativamente discreta no Led Zeppelin, porém competente e versátil como poucos.
Ouvindo atentamente as músicas da banda é possível observar claramente o quão genial esse cara foi naqueles tempos. E olhe que não era tarefa nada fácil fazer a cama para a guitarra mágica de Jimmy Page e levar a cozinha ao lado de um monstro sagrado da bateria que um dia atendeu pelo nome John Bonham.
Mas, enfim, o Led encerrou as atividades e John Paul Jones foi o integrante que menos “fez barulho” no cenário musical posteriormente, embora tenha colaborado com inúmeras bandas e projetos durante esse tempo.
Em 1999 Jones resolveu lançar seu primeiro trabalho solo, o álbum Zooma, pelo selo de Robert Fripp, o DGM.
Zooma é um trabalho impressionante, detalhista e expressivo. Apresenta toda a versatilidade já conhecida de Jones, e um pouco mais.
Nosso baixista cercou-se de excelentes músicos para confeccionar a bolachinha: Pete Thomas e Denny Fongheiser (bateria), Trey Gunn (guitarra e Warr Guitar) e Paul Leary (guitarra).
Atual, poderoso e melódico, Jones passeia entre o baixo, mandolim, double-neck e teclados em pérolas como Goose, Zooma, Tidal e a excelente Snake Eyes, com seu arranjo de orquestra e belíssimo solo de teclado por conta do anfitrião.

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Frijid Pink - Earth Omen



Hardão americano vindo de Detroit, Michigan, formado em 1967. No começo de carreira tiveram relativo sucesso com a versão em single para House Of The Rising Sun, do Animals.
Estrearam em LP em 1970 com o álbum homônimo e após algumas mudanças de formação lançaram seu último trabalho em 1975.
Earth Omen é seu terceiro trabalho, lançado em 1972. Em minha opinião, o melhor do grupo.
A formação desse disco foi Jon Wearing (vocais), Richard Stevers (bateria), Tom Harris (baixo) e Craig Webb (guitarra), contando com o músico adicional, o tecladista Larry Zelanka.
O Frijid Pink fazia um rock and roll com certo peso e envolvente, certamente deve agradar aos fãs de rock and roll setentista, como podemos comprovar nas ótimas New Horizon e Rainbow Rider.
Há de se destacar o excelente vocalista Jon Wearing, cujo timbre lembra um pouco o de Bobby Tench, aquele do excelente álbum Jeff Beck Group lançado em 72.
Quer ouvir um bom Hammond? Então aumente o volume nas faixas Mr. Blood e na primeira, Miss Evil. Camarada, que timbre! É de arrepiar!

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V/A - Progfest 1995

Há quase 15 anos tive uma das experiências musicais mais marcantes de minha vida, decisiva e fundamental para a expansão de minhas idéias e predileção pelo rock progressivo: fui morar em São Paulo para estagiar na White Martins e nesse período não perdia um programa do Sérgio Avellar na Brasil 2000 FM, A Hora Do Dinossauro.
Ouvia bandas até então desconhecidas para mim, gravava o programa em fitas K7 e anotava os nomes na agenda (do jeito que entendia), e na semana seguinte corria até a Galeria do Rock para comprar alguma coisa com a miséria que recebia como estagiário.
Foi uma época legal, vendia aos camelôs da Júlio Prestes o que sobrava do vale transporte para completar a grana que faltava para comprar o CD... ainda sobravam uns trocados para o Marlboro e tomar uma Coca-Cola na Galeria.
O tempo passou e hoje, através do blog, recebo relatos de pessoas com histórias e situações parecidas, e vejo que no fim das contas o que resta de bom são as memórias e experiências engraçadas em torno de nossas buscas por música.
Esse CD aqui postado eu nunca comprei, mas lembro-me de ouvir todas essas bandas no programa do Sérgio e fico pensando como hoje em dia é relativamente fácil ter acesso a esses trabalhos, ainda que no formato MP3.
Como bem diz o título, esse Progfest '95 traz os melhores momentos do Progfest de 1995, com as bandas Solaris, Ars Nova, Spock’s Beard, Landberk, White Willow e meus heróis do Deus Ex Machina.
Boa pedida para ouví-las mandando bala ao vivo em um dos festivais mais importantes do gênero.

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John Wetton - Agenda


John Wetton é um sujeito mais rodado que pneu de Brasília, tocou baixo e cantou em inúmeras bandas de expressão como Family, King Crimson, Uriah Heep, U.K., Asia, entre inúmeros projetos e participações especiais em trabalhos de outros músicos.
Sua passagem pelo Crimson entre 1972 e 74 talvez seja a mais marcante em sua carreira, em uma época que a banda se destacava no cenário musical por seus improvisos furiosos e por sua sonoridade à frente de seu tempo.
Mas não parou por aí. Em 1978 integrou o U.K., uma das últimas formações de respeito do cenário progressivo da década de 70, e teve ótimo desempenho no pop-rock-bem-feito do Asia, durante a década de 80.
Em 1998 apareceu no excelente disco ao vivo Tokyo Tapes, do guitarrista Steve Hackett e em 2003 lançou Agenda, excelente trabalho gravado ao vivo na Polônia com sua banda solo: Steve Christey (bateria), John Mitchell (guitarra) e Martin Orford (teclados).
Agenda é um excelente compêndio das melhores fases de sua história, em versões emocionantes e competentes de Easy Money, Red e Starless, do Crimson, In The Dead Of Night e Randezvous 6:02, do U.K., entre várias outras tão legais quanto.
Esse cara é mais um de minha lista para quem tiro o chapéu sem pensar duas vezes: há alguns anos passou por sérios problemas causados pelo alcoolismo, conseguiu se reabilitar e está aí vivo e presente, trazendo alegria para seus fãs.

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sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Air Jazz Quartet - A Jazz Tribute To Deep Purple


Belíssima e surpreendente releitura jazzística para alguns clássicos do Deep Purple, a cargo dos franceses do Air Jazz Quartet, formado por Philippe Ballot (bateria), François Barisaux (piano), Alain Gaillet (baixo) e Philippe Miraille (sax tenor & soprano).
Lançado em 1995, o material desse álbum se concentra nos grandes clássicos do Purple gravados entre 1968 e 1974, como Hush, Strange Kind Of Woman e Burn, em deliciosas versões na concepção do jazz, portanto não espere versões fiéis às originais.
E está aí o grande barato do disco. Particularmente, aprecio tanto os tributos que trazem versões fiéis, quanto aqueles que saem da partitura.
Os do segundo caso são os mais audaciosos e dinâmicos, pois os músicos que se propõem em fazer sua própria versão são muito machos em dar a cara a tapa, afinal de contas o resultado pode ser brilhante ou desastroso, e esse Jazz Tribute To Deep Purple é cool e genial.

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sábado, 1 de agosto de 2009

Medeski Martin & Wood - Radiolarians II

Definitivamente, a música do MMW está no lado esquerdo de meu peito. É incrível a ascensão sonora desses caras.
No começo primavam pelo groove de suas composições e agora chegam a maturidade com o lançamento da Radiolarians Series, em especial o Radiolarians II, lançado em 30 de setembro do ano passado, mesmo mês em que visitaram nosso país com apresentações impressionantes.
Essa caminhada de mudanças passou por Combustication (1998), Uninvisible (2002) e Out Louder (2006), até chegar à trilogia Radiolarians, expressão máxima, até agora, do trio.
Sua formulação é calcada em improvisos e experimentalismos desenvolvidos ao vivo e registrados em estúdio, ou seja, é a música in natura, na ordem composição, tour, gravação e tour.
Muito mais que jazz avant-garde, o MMW exibe o acúmulo de experiências sonoras em quase vinte anos de carreira, presenteando seus fãs com o máximo de seu empenho e performance para a criação de um novo apontamento musical ainda em desenvolvimento.
O álbum abre com a porrada Flat Tires onde Chris Wood repete sem cansaço um riff de baixo simples, porém poderoso, enquanto a banda improvisa sobre o tema.
Riffin' Ed e Amish Pinxtos relembram o passado recente do grupo, com muito groove e melodia apenas “relativamente” simples, pois nada é simples para esses três super músicos.
Belíssimo trabalho do trio. Música para a mente e para a alma.

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Screaming Lord Sutch And Heavy Friends - Hands Of Jack The Ripper

Vamos “rockar e rolar” em pleno sabadão, e para isso nada melhor que um dos clássicos dos anos 70 a cargo de Lord Sutch, ou Screaming Lord Sutch.
Já havia postado por aqui outro álbum intitulado Lord Sutch And Heavy Friends, clássico absoluto lançado em 1970 e que contou com uma constelação para seu feitio.
A bola da vez é Hands Of Jack The Ripper (1972), gravado ao vivo no Carshalton Park Rock 'n' Roll Festival e que contou com as participações ilustres de Ritchie Blackmore (guitarra), Nick Simper e Noel Reding (baixo), Keith Moon e Carlo Little (bateria), e Matthew Fisher (teclados).
O disco é recheado de overdubs e colagens como gritos, barulhos de passos e outras coisinhas insanas, mas isso não tira o pique de “disco ao vivo”.
Assim como escrevi em outra postagem, Lord Sutch era mesmo um rico lord britânico e pagava o cachê de seus ilustres amigos que embarcavam em suas loucuras musicais.
Além disso, fundou em 1983 o partido político Official Monster Raving Loony Party e pleiteou por inúmeras vezes a prefeitura de Londres, sem êxito. Enforcou-se em 16 de junho de 1999.
Hands Of Jack The Ripper é um album de rock ‘n’ roll nu e cru, sem frescuras ou viadagens. É fruto da loucura de um sujeito cheio de grana que só queria se divertir com os amigos tocando o rock ‘n’ roll.
A vida de Lord Sutch é uma das páginas mais bizarras da história do rock ‘n’ roll e esse cara tem, no mínimo, meu profundo respeito e admiração.

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quinta-feira, 30 de julho de 2009

Michael Giles - Progress



O baterista e vocalista Michael Giles foi um dos co-fundadores do King Crimson e com a banda gravou o álbum In The Court Of The Crimson King (1969), além de In The Wake Of Poseidon (1970).
Participou do embrião do Crimson ao lado de seu irmão, o baixista Peter Giles, e do guitarrista Robert Fripp, denominado simplesmente Giles, Giles and Fripp, com quem gravou um álbum em 1968 chamado The Cheerful Insanity Of Giles, Giles And Fripp.
Após sua colaboração com o Crimson, juntou-se a outro ex-companheiro de banda, o tecladista, flautista e vocalista Ian McDonald e a seu irmão, Peter, gravando o excelente álbum McDonald & Giles ainda em 1970.
Durante a década de 70 tocou com inúmeros músicos e em 1978 registrou um novo trabalho solo chamado Progress, que só veio à luz em 2002 graças ao selo Voiceprint.
Não vou dizer que o disco é fundamental ou genial, mas é muito honesto e bem feito.
Além disso, podemos ouvir na faixa título a luz do talento de Michael Giles e mesmo anos depois fora do Crimson observarmos e compreendermos a importância de sua participação na construção da música da banda em seus primeiros passos, principalmente em In The Court..., com certeza um dos trabalhos mais importantes do rock progressivo, disco esse que apresenta por si só alguns dos conceitos fundamentais do estilo.
Michael não ganhou fortunas de dinheiro e tão pouco fama mundial, mas é reconhecido entre os fãs por sua excelência e destreza.
E diga-se de passagem, envelheceu muito bem. Assista ao DVD da 21st Century Schizoid Band e comprove.

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Mr. Sirius - Dirge


Quem acessa o Câmara pela primeira vez pode até pensar que sou pretensioso demais ou que sou muito “camarada” nas postagens, por quase sempre valorizar demais os álbuns aqui postados.
É de minha natureza não depreciar aquilo que não gosto, pois, o que pode não ser bom para mim poderá ser esplêndido para outro, e isso é gosto pessoal, uma característica das pessoas que respeito muito.
Feita a observação, então posso escrever sem culpa: eis aqui mais uma paulada do Câmara de Eco, dessa vez uma banda japonesa de rock progressivo de arrepiar!
O Mr. Sirius é formado por Chihiro Fujioka (bateria), Shigekazu Kamaki (guitarra), Kazuhiro Miyatake (teclados, violão e flauta), Hidehiko Muraoka (baixo) e Lisa Ohki, dona de um timbre vocal simplesmente belíssimo e poderoso.
Dirge foi lançado em 1990 e contou com a participação da Music Island Orchestra, comandada por Hiroshi Takayama, resultando em um trabalho homogêneo e de beleza singular.
É claro que não é só a presença da orquestra que enaltece as músicas do disco, a banda surpreende com arranjos complexos, intrincados e com várias mudanças de clima ao longo das canções.
Disco bom é assim, já começa mostrando a que veio, como é o caso de música de abertura, a instrumental “pipoqueira” Fanfare - Legal Dance.
Mas é Lisa Ohki quem rouba a cena em meio aos fantásticos músicos do Mr. Sirius, então ouça sua performance brilhante e emocionante em Love Incomplete.
Para não perder a fama de autêntica banda progressiva, não podia faltar uma ótima suite de mais de vinte minutos, que atende pelo título The Nile For A While. Sonzeiraaaaaaaa!!
Meus amigos e amigas, hoje meus olhos estão voltados para a terra do sol nascente e meus ouvidos ligados no som do Mr. Sirius. Vale a pena.

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