Os princípios do Câmara de Eco.

A finalidade do Câmara de Eco é funcionar como modesta referência para aqueles que procuram novos e velhos sons, publicando informações e indicando bons trabalhos merecedores de audição mais atenta.
Da mesma forma que um amigo empresta um CD a outro, faço questão de apresentar a você, internauta amigo e amiga, boas amostras de rock, jazz, progressivo, blues e folk, e com isso, espero, possamos divulgar a música vista como forma de arte e não como um produto qualquer dentro de uma caixinha acrílica.
Abraços e boa diversão!
Lucon

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Carlos Santana - Abraxas
























O guitarrista mexicano Carlos Santana tem uma vasta carreira de discos e sucesso, sempre muito fiel às suas raízes latinas e ao direcionamento musical que o projetou ao mundo, misturando rock, salsa, jazz e blues com um resultado envolvente e espiritual.
Logo no começo de sua carreira apresentou-se no grande festival de Woodstock, em agosto de 1969, onde era um mero desconhecido perante o público norte-americano.
Ninguém conhecia aquele guitarrista furioso acompanhado por uma banda multi-racial, porta-voz naquele momento de todo o povo latino presente no festival.
Ali nascia um dos grandes nomes da música contemporânea, o mito que não morreu de overdose ou que sofria de ataques de estrelismo, a figura humana que levava a palavra de paz, amor e espiritualidade para seu público, conseguindo chegar aos dias atuais com honra e glória através de sua música.
Entre várias músicas que tocou no festival de Woodstock, a mais marcante e um dos pontos mais emocionantes do festival é quando executa Soul Sacrifice: milhares e milhares de pessoas um tanto indiferentes à sua música ou não assimilando muito bem aquilo que acontecia no palco. De repente, em uma atitude coletiva, um a um da platéia levanta-se e começa a bater palmas, bater em latas ou garrafas, tentando acompanhar aquele ritmo alucinante e furioso que saia das insuficientes torres de som.
Pessoas aproximavam-se do tablado que separava o público da área técnica e começavam a batucar no tablado com baquetas improvisadas, como se todos ali também fizessem parte da banda.
E de fato faziam. Carlos Santana envolveu aquelas pessoas com sua música e foi ovacionado de pé pela platéia. Nascia ali um novo mundo, o mundo de Carlos Santana, que ganhou tanto prestígio e respeito ao ponto de tocar com Grateful Dead, John McLaughlin e Buddy Miles, dentre muitos outros.
Abraxas (1970) é seu segundo album, uma verdadeira viagem entre o rock, o jazz e a música latina, exremamente acentuada.
Ouvir Abraxas é um prazer incrível, indescritível que, além do talento de Carlos Santana, também contava com a voz e os teclados maravilhosos de Gregg Rolie, a batera de Michael Shrieve, o baixo de David Brown, o piano de Alberto Gianquinto e as percussões de Mike Carabello, Rico Reyes, Steven Saphore e José "Chepito" Areas, seu fiel escudeiro por toda a carreira.
Não há destaques para esse album, sua unidade e diversidade são o reflexo perfeito do trabalho desse genial guitarrista, dono de uma sensibilidade musical e artística como poucos.

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