Os princípios do Câmara de Eco.

A finalidade do Câmara de Eco é funcionar como modesta referência para aqueles que procuram novos e velhos sons, publicando informações e indicando bons trabalhos merecedores de audição mais atenta.
Da mesma forma que um amigo empresta um CD a outro, faço questão de apresentar a você, internauta amigo e amiga, boas amostras de rock, jazz, progressivo, blues e folk, e com isso, espero, possamos divulgar a música vista como forma de arte e não como um produto qualquer dentro de uma caixinha acrílica.
Abraços e boa diversão!
Lucon

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Armageddon - Armageddon (Inglaterra/EUA)




Faz tempo que estou devendo a vocês um álbum de hardão setentista, daqueles de chutar o pau da barraca.
O Armageddon (com dois "d's") foi a última cartada do vocalista Keith Relf, que anos antes havia participado do Yardbirds e da primeira formação do Renaissance.
Desiludido e insatisfeito com o showbusiness, Relf e dois companheiros de Steamhammer (uma banda sem expressão do qual participou) foram para Los Angeles e convidaram o ex-batera do Captain Beyond, Bobby Caldwell, para formarem o Armageddon, pautado nas bases hard que surgira na primeira metade dos anos 70.
Se você é fã de Captain Beyond, principalmente do primeiro álbum, verá uma luz no fim do túnel com esse Armageddon (1975), único trabalho dos caras.
Hard intrincado, inteligente e porque não, genial. Keith Relf abandona as raízes bluseiras que o projetou com o Yardbirds e cai de cabeça no hardão vigoroso e sem teclados. O guitarrista Martin Pugh detona em bases e solos muito eficientes e com timbragens alucinantes enquanto Louis Cennamo segura a onda com seu baixão gordo, formando a cozinha ao lado de Bobby Caldwell, um monstro da batera setentista e muito pouco citado nos dias atuais.
Apesar da boa recepção ao álbum, a banda fez poucos shows e consequentemente a grana acabou e a banda também. Keith Relf voltou doente para a Inglaterra e ainda tendo problemas com as drogas. Faleceu em 14 de maio de 76 vítima de uma descarga elétrica da guitarra enquanto ensaiava para uma reunião dos integrantes originais do Renaissance, que chamaria Illusion.
O disco é perfeito, nota 10, mas devo destacar a pequena suite Basking In The White Of The Midnight Sun, dividida em três partes. Pura bateção de cabeça!
Ecos de um passado ousado e muito criativo, dos tempos que não bastava ser bom músico, o sujeito tinha que ser também um visionário.

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