Se você é fã de Deep Purple e blues em geral, então não deixe de ouvir essa raridade. Olhe só os "sapos" que tocam nesse projeto, idealizado pelo produtor Derek Lawrence e lançado em 1970: "Pinta" é Albert Lee (guitarra e vocais), "Speedy" é Ian Paice, batera do Deep Purple, "Boots" é Ritchie Blackmore, guitarrista do Deep Purple, e "Vicar" é Tony Ashton (teclados), entre outros. Por razões contratuais, os músicos foram identificados sob pseudônimos e o que se ouve aqui é um blues rock de primeira qualidade. Às vezes fico pensando que esses projetos relâmpagos, lançados nas décadas de 60/70, realmente captavam a alma do rock and roll, sem que os músicos tivessem que passar meses dentro de um estúdio, algo um tanto estressante e cansativo. E pensar que esses caras gravaram essa porrada em 3 dias!!! Cara, imagine Albert Lee, um dos maiores nomes do blues de todos os tempos, tocando com Blackmore e Ian paice, no auge de suas carreiras?! Então, escute "Makin' Time" ou "I'm a Free Man" no volume máximo e faça uma festa em sua casa. Meu amigo e amiga, esse "Sapo Verde" é muito honesto e pode crer, levanta defunto!!
quinta-feira, 20 de dezembro de 2007
Cairo - Cairo

Caramba!! Se pudermos comparar a música ao futebol (sic), estes são os "Pelés" dos anos 90!
Estes caras tocam muito e o que é melhor: o som deles é progressivo de verdade e não essa coisa bizarra que a mídia resolver chamar de prog-metal. Não que eu não goste de prog-metal, pelo contrário, mas é que eu sou radical quanto a este rótulo. Para mim, progressivo é progressivo e metal é metal... e vice-versa, como diria nosso caro Roberto Avallone.
Já que também foi citado aqui um pouco de futebol, vamos então à escalação desse disco: na zaga, o baterista Jeff Brockman e o baixista Rob Fordyce, no meio de campo o ótimo vocalista Bret Douglas e, no ataque, o goleador Alec Fuhman na guitarra e o matador tecladista, Mark Robertson.
Com o Cairo não tem essa frescurinha de gritinho no fim de cada frase não, aqui o vocal é pra macho, a cozinha não deixa o feijão queimar e a guitarra e os teclados saem costurando tudo.
Aliás, esse Mark Robertson toca muito! Adepto do órgão Hammond e grand piano, esse sujeito é responsável por fazer com que a sonoridade, às vezes, nos faça lembrar e muito os gloriosos Emerson, Lake & Palmer e Yes.
Mas, o legal desse primeiro álbum lançado em 1994, não é o fato de remeter ao progressivo dos anos 70, mas sim porque estes norte-americanos conseguiram em meio a década passada, lançar um álbum de rock progressivo atualizado, muito bem produzido e com uma pegada que, de longe, pode-se dizer: "é Cairo".
A bolachinha abre com uma pequena introdução e em seguida vem a ótima "Season of the Heart", com um trabalho muito legal da guitarra.
Na sequência vem "Silent Winter", um pouco mais pesada e rápida e, na mesma "toada", "Between the Lines".
"World Divided" dá uma quebrada no ritmo do disco. Essa é uma música linda, com um crescendo maravilhoso próximo de seu fim. Tudo isso para preparar o meio de campo para a grande surpresa do disco, os mais de 22 minutos da suite "Ruins at Avalon's Gate".
Essa é gol de placa!! Entre no carro, pegue a estrada e coloque-a para tocar! Faça duas viagens ao mesmo tempo, porque essa é indescritível, uma verdadeira pérola do progressivo atual.
Mesmo passando por várias mudanças de formação, o Cairo está na ativa até hoje, apesar de sua produção muito baixa - 3 discos em mais de 13 anos de carreira.
Dêem uma olhada no site de sua gravadora, a americana Magna Carta, parece açougue de boutique (sic), só tem picanha e filé mignon.
U.K. - U.K. (re-post 11/08)


Em setembro de 1976, o vocalista e baixista John Wetton e o baterista Bill Bruford, ex-integrantes do King Crimson, planejavam formar uma banda com o tecladista Rick Wakeman. O projeto foi "melado" pela gravadora de Wakeman, na época a A&M Records.
Determinados a trabalhar em conjunto, Bruford e Wetton recrutaram o tecladista e violinista Eddie Jobson, conhecido pelo seu trabalho com o Roxy Music, e o guitarrista Allan Holdsworth, ex-Soft Machine e Gong. U.K. lançou seu auto-intitulado álbum em 1978, chamando a atenção tanto dos fãs de progressivo quanto os de jazz e fusion.
Músicas como "In the Dead of Night", "Thirty Years", "Nevermore" e "Mental Medication" caíram como uma luva numa época em que o rock progressivo havia caído no limbo, esmagado pelo movimento punk e pela disco music. Muitos músicos nequele período recorreram a uma fusão com o jazz e o fusion, para tentar alavancar suas carreiras, tendo em vista que estes eram estilos emergentes e a cada dia ganhavam novos adeptos e ouvintes.
No caso do U.K. foi uma jogada certeira pois a banda partiu para algumas turnês bem sucedidas e seu sucesso de público e crítica foi imediato. No entanto, após excurção pelos EUA entre junho e outubro de 78, divergências musicais entre os músicos levaram a saída de Bruford e Holdsworth, que partiram para novos projetos em conjunto, mas isso é uma outra história...
Sem guitarrista, a banda contou com Terry Bozzio na batera, e como trio lançaram o segundo álbum, "Danger Money", que mais perecia um embrião sonoro do futuro Asia, e na sequência um disco ao vivo, "Night After Night".
Compre, tome emprestado, roube ou faça download desse álbum!! Isso é item obrigatório na prateleira de qualquer ser-humano que use pelo menos 0,0000007% da massa cinzenta.