Os princípios do Câmara de Eco.

A finalidade do Câmara de Eco é funcionar como modesta referência para aqueles que procuram novos e velhos sons, publicando informações e indicando bons trabalhos merecedores de audição mais atenta.
Da mesma forma que um amigo empresta um CD a outro, faço questão de apresentar a você, internauta amigo e amiga, boas amostras de rock, jazz, progressivo, blues e folk, e com isso, espero, possamos divulgar a música vista como forma de arte e não como um produto qualquer dentro de uma caixinha acrílica.
Abraços e boa diversão!
Lucon

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Cairo - Cairo


















Caramba!! Se pudermos comparar a música ao futebol (sic), estes são os "Pelés" dos anos 90!
Estes caras tocam muito e o que é melhor: o som deles é progressivo de verdade e não essa coisa bizarra que a mídia resolver chamar de prog-metal. Não que eu não goste de prog-metal, pelo contrário, mas é que eu sou radical quanto a este rótulo. Para mim, progressivo é progressivo e metal é metal... e vice-versa, como diria nosso caro Roberto Avallone.
Já que também foi citado aqui um pouco de futebol, vamos então à escalação desse disco: na zaga, o baterista Jeff Brockman e o baixista Rob Fordyce, no meio de campo o ótimo vocalista Bret Douglas e, no ataque, o goleador Alec Fuhman na guitarra e o matador tecladista, Mark Robertson.
Com o Cairo não tem essa frescurinha de gritinho no fim de cada frase não, aqui o vocal é pra macho, a cozinha não deixa o feijão queimar e a guitarra e os teclados saem costurando tudo.
Aliás, esse Mark Robertson toca muito! Adepto do órgão Hammond e grand piano, esse sujeito é responsável por fazer com que a sonoridade, às vezes, nos faça lembrar e muito os gloriosos Emerson, Lake & Palmer e Yes.
Mas, o legal desse primeiro álbum lançado em 1994, não é o fato de remeter ao progressivo dos anos 70, mas sim porque estes norte-americanos conseguiram em meio a década passada, lançar um álbum de rock progressivo atualizado, muito bem produzido e com uma pegada que, de longe, pode-se dizer: "é Cairo".
A bolachinha abre com uma pequena introdução e em seguida vem a ótima "Season of the Heart", com um trabalho muito legal da guitarra.
Na sequência vem "Silent Winter", um pouco mais pesada e rápida e, na mesma "toada", "Between the Lines".
"World Divided" dá uma quebrada no ritmo do disco. Essa é uma música linda, com um crescendo maravilhoso próximo de seu fim. Tudo isso para preparar o meio de campo para a grande surpresa do disco, os mais de 22 minutos da suite "Ruins at Avalon's Gate".
Essa é gol de placa!! Entre no carro, pegue a estrada e coloque-a para tocar! Faça duas viagens ao mesmo tempo, porque essa é indescritível, uma verdadeira pérola do progressivo atual.
Mesmo passando por várias mudanças de formação, o Cairo está na ativa até hoje, apesar de sua produção muito baixa - 3 discos em mais de 13 anos de carreira.
Dêem uma olhada no site de sua gravadora, a americana Magna Carta, parece açougue de boutique (sic), só tem picanha e filé mignon.