Quando ouvi esse disco pela primeira vez, na casa de meu amigo Marinho Zamarian, eu não imaginava que depois daquele dia eu nunca mais deixaria de lembrar uma frase que ele havia dito a respeito da música “Stratus”: “essa música tem que ser ouvida no talo!”. E foi o que fizemos, acompanhados por uma cerveja bem gelada.
O panamense Billy Cobham já havia adquirido grande respeito desde suas sessões com Miles Davis, em seu revolucionário "Bitches Brew", mas o grande estrondo veio com a Mahavishnu Orchestra, que fez dele um nome super cotado entre músicos de diversos gêneros musicais, no início dos anos 70.
A merecida popularidade ajudou-o a lançar esse seu primeiro álbum solo, em 1973. Músicas envolventes, arranjos complexos, muita adrenalina e uma modéstia singular fazem desse disco um trabalho não de baterista para bateristas, mas sim um álbum universal, altamente recomendado para qualquer um que queira ter o prazer de se emocionar com essa pérola do jazz-rock / fusion.
Digo modéstia singular porque apesar de ser o disco solo de um grande baterista, todos os outros músicos que aqui participam acabam dividindo a cena com o batera, a começar com “Quadrant 4”, uma paulada no pé da orelha que no início tem o batera e o espetacular tecladista Jan Hammer quebrando tudo. Em seguida vem o baixo pulsante de Lee Sklar, fazendo a “cama” para a entrada triunfal da guitarra quente e esmerilhante do mestre Tommy Bolin, até então um jovem guitarrista que estava chamando a atenção por seu estilo marcante, mestre do pedal delay e com grande versatilidade, vide suas passagens em bandas como Zephyr, James Gang e Deep Purple.
Não vou ficar aqui descrevendo música por música porque esse álbum é indescritível e nada melhor do que você escutá-lo e tirar as suas próprias conclusões, mas vale lembrar que um time de peso participa desse play, como o grande baixista Ron Carter, na música “Spectrum”.
Outras músicas que completam o disco são as envolventes “Le Lis” e “Red Baron” e a porrada “Taurian Matador”, mas sugiro que comece a ouvir esse álbum da mesma forma que meu amigo me ensinou, ou seja, com “Stratus” e o volume no máximo. Aguarde a introdução pois ela reserva uma surpresa incrível assim que Billy Cobham dá a última batida e o baixo entra. FANTÁSTICO!!!!!!!!
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